As pesquisas que
apontam os malefícios de alimentos ultraprocessados não param de sair e a mais
recente, divulgada pela Universidade de São Paulo (USP), concluiu que os alimentos ultraprocessados elevam em
quase 60% o risco de desenvolvimento da depressão. A incidência de distúrbios
psicológicos, incluindo ansiedade e depressão, também pode ser relacionada a
esses tipos de alimento.
“A relação entre o
que comemos e sentimos já está estabelecida cientificamente. Os
ultraprocessados são responsáveis por glicemia alta, ganho de peso, causam
inflamação no organismo como um todo, inclusive em nível cerebral, e podem
acarretar depressão”, conta a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato.
Ricos em química e
pobres no que o corpo realmente precisa, os alimentos ultraprocessados são
formulações industriais que passam por diversas etapas de processamento e
contêm ingredientes que não são usados em preparações culinárias tradicionais,
como aromatizantes artificiais, conservantes e emulsificantes. Exemplos comuns
incluem refrigerantes, salgadinhos, cereais matinais açucarados e refeições
prontas para consumo.
Como saber se o alimento é ultraprocessado
- Os alimentos in natura
são aqueles que reconhecemos como comida de verdade: frutas, verduras, ovos.
- Os minimamente
processados contêm algum ou outro ingrediente que não é reconhecidamente
natural.
- Os alimentos
ultraprocessados são aqueles que contêm nomes que não identificamos como
alimentos e, na maioria das vezes, nem mesmo sabemos o que são.
“Estudos recentes
destacam que o consumo constante de alimentos ultraprocessados pode desregular
o sistema endócrino, potencializando condições como resistência à insulina e aumento
do risco de diabetes tipo 2. As substâncias químicas presentes nesses alimentos
interferem no funcionamento hormonal, afetando o metabolismo”, explica Dra. Lorena Amato.
A alta densidade
calórica aliada à baixa nutrição desses alimentos contribui significativamente para
a obesidade. O excesso de peso é um fator de risco conhecido para o
desenvolvimento das doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e certos
tipos de câncer.
Adotar políticas públicas que incentivem a produção e o consumo de alimentos frescos e integrais em conjunto com a rotulagem clara que diferencie os níveis de processamento dos produtos alimentícios é fundamental para a mudança do cenário atual. “É urgente que campanhas educativas de impacto em nível nacional sejam realizadas para sensibilizar o público sobre os riscos à saúde associados a esses alimentos, pois muitas pessoas ainda não têm a informação de como esses tipos de alimentos são prejudiciais à saúde”, alerta a endocrinologista.
Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
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