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quinta-feira, 20 de abril de 2023

A Infecção Fúngica Que Pode Afetar Suas Unhas Sem Você Perceber Chama-se: ONICOMICOSE

Como Prevenir Este Mal?

 

Sabemos da importância de cuidarmos bem da saúde das nossas unhas, certo? Mas mesmo assim, existem alguns problemas que podem passar desapercebidos e a Onicomicose é uma delas. Por isso, a Dra. Marta Botelho alerta para uma condição que muitas pessoas desconhecem e que pode afetar a saúde das unhas de mãos e pés: A ONICOMICOSE.

 

A palavra se refere a uma infecção fúngica que atinge as unhas das mãos e dos pés e é causada por fungos que se desenvolvem a partir das substâncias que compõem as próprias unhas, como a queratina.

 

"A onicomicose gosta de ambientes úmidos, podendo acontecer não apenas nas unhas dos pés e das mãos, mas também entre os dedos", explica a especialista em saúde dos pés, Reflexologia e Palestrante.

 

A infecção, pode ser assintomática, o que dificulta o diagnóstico, que, diferentemente da micose de pele, que pode apresentar manchas, descamação e coceira.

A onicomicose pode ser percebida somente quando já iniciou o processo de deformidade das unhas, gerando desconforto e afetando também a estética, que em alguns casos pode apresentar dor e até mesmo um odor desagradável. A onicomicose deixa as unhas quebradiças, espessas e irregulares.

 

Segundo Dra. Marta Botelho, a onicomicose pode levar à complicação, indo inclusive para a região genital ou para o couro cabeludo, sempre atingindo as partes úmidas, inclusive entrando na corrente sanguínea quando a condição já está em um grau elevado. 

A transmissão da onicomicose é comum por meio de objetos pessoais contaminados, como lixas, tesouras, cortadores e alicates de unha, escovas de cabelo e pentes. "Não é comum, mas a onicomicose pode ser transmissível, passando de uma pessoa para outra pelo contato direto", alerta Dra. Marta Botelho.

 

O contágio também pode ocorrer em piscinas e praias, por isso é importante tomar cuidados simples, como fazer as unhas alguns dias antes de frequentar clubes e praias e evitar sapatos apertados e o uso do mesmo par de meias por vários dias.


 

Para prevenir a onicomicose, a Dra. Marta recomenda:


·      Evitar o uso frequente de sapatos apertados,


·      Trocar as meias regularmente e não compartilhar objetos pessoais de higiene.


·      Além disso, ela indica que uma alimentação rica em fibras e vitaminas pode ajudar a fortalecer a imunidade e, consequentemente, diminuir as chances de desenvolver a doença.


 

Os tratamentos para a onicomicose podem incluir medicamentos antifúngicos, como cremes e esmaltes medicinais, ou, em casos mais graves, a remoção da unha. É importante estar atento aos sinais da doença, que pode se apresentar como pequenas manchas amareladas, esverdeadas, brancas, com ou sem maceração.

 

É importante lembrar que a onicomicose pode ser uma condição recorrente, portanto é fundamental seguir as recomendações médicas e cuidados preventivos para evitar futuras infecções.

Não deixe de cuidar da saúde das suas unhas e fique atento aos sintomas da onicomicose. Em caso de dúvidas ou suspeitas, consulte um especialista.

 

Dra. Marta Botelho - Podóloga, Especialista em Saúde dos Pés, Reflexologia e também palestrante, está disponível para entrevistas e pode fornecer mais informações sobre essa condição que afeta tantas pessoas.
@martabotelho_podologa

Especialista em coluna detalha quatro principais causas de travamento da lombar

Algumas patologias na região podem causar dores gravíssimas e limitantes. Conheça algumas dessas doenças a seguir

 

A coluna lombar é uma das partes mais importantes do corpo humano, pois suporta grande parte do nosso peso e é responsável pelos movimentos realizados no dia a dia. No entanto, muitas pessoas sofrem com o travamento da coluna, que pode ser causado por diversos fatores.

Para ajudar a esclarecer as principais causas de travamento da coluna lombar, o Dr. André Evaristo Marcondes, ortopedista e especialista em coluna do Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, listou as quatro causas mais comuns vistas em seu consultório. Confira quais são abaixo:

1 - Miofascial: dor que surge devido a uma contratura ou estiramento muscular. Manifesta-se quando um movimento muito brusco machuca o músculo fazendo ele se contrair, ou quando este mesmo movimento estira o músculo, causando uma ruptura ou lesão muscular.

2 - Discogênica: dor decorrente do disco intervertebral. Essa dor pode vir de uma lesão inicial, conhecida como ruptura interna de ânulo fibroso, onde a membrana externa fibrosa do disco intervertebral sofre uma ruptura parcial, desencadeando dor lombar de leve a moderada intensidade. Essas lesões são tratadas inicialmente de forma conservadora (com fisioterapia e fortalecimento muscular), podendo necessitar, em último caso, de procedimentos minimamente invasivos (bloqueios foraminais ou ablações intradiscais).

Mais frequentemente, essa dor vem das temidas hérnias de disco, onde ocorre ruptura completa do disco intervertebral, com extravasamento do conteúdo interno do disco e compressão de estruturas neurológicas adjacente, causando dor lombar de fortíssima intensidade que geralmente vem associada com irradiação para membros inferiores. Essas são lesões mais graves, que muitas vezes demandam tratamento cirúrgico - com graus variados de agressividade na intervenção cirúrgica.

3 - Discopatia degenerativa:  desgaste e degeneração que pode variar desde uma desidratação do disco intervertebral, passando por um estágio intermediário de alargamento do disco e perda da capacidade de absorção de impacto conhecida como protrusão, até estágios de degeneração mais grave conhecido como espondilose lombar (desgaste dos discos intervertebrais).

4 - De origem facetária: são quando as articulações sofrem graus variados de deterioração que podem ser, desde uma simples instabilidade entre as articulações, até a destruição total da cartilagem e o atrito intenso de uma estrutura óssea sobre a outra, causando dores de grande intensidade.

Ainda, de acordo com o Dr. André Evaristo, o diagnóstico preciso e precoce permite a resolução da maioria dos casos através da mudança dos hábitos de vida. "Atividade física regular contínua de baixo impacto, medicações por longos períodos, acompanhamento por equipe multidisciplinar como educador físico e fisioterapeuta. Procedimentos algumas vezes invasivos mas de baixíssimo risco, como infiltrações e rizotomias. Apenas nos casos mais graves exigem a necessidade de tratamento cirúrgico", afirma.

O médico ressalta que a demora no diagnóstico e no início do tratamento sem dúvida vai ser um fator de maior gravidade, tanto da patologia quanto da agressividade do tratamento necessário para a resolução do problema, e em especial com piores resultados colhidos em pacientes crônicos versus os resultados colhidos em pacientes agudos. 



Dr. André Evaristo Marcondes – Ortopedista Especializado em Coluna – Mestre em Saúde Pública Global pela University of Limerick (Irlanda), possui especialização em Cirurgia de Coluna, em Ortopedia e Traumatologia, e graduação em Medicina pela Universidade de Marília. Preceptor do Grupo de Coluna do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina do ABC. É membro da North American Spine Society (NASS), Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Fez residência médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital do Servidor Público Municipal (SP) e, atualmente, atende no Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, AACD e Grupo C.O.T.C. Centro de Ortopedia, Traumatologia e Coluna. Instagram: @dr.andrecoluna | dicasdrcoluna.com.br


Os novos limites da fertilidade: tecnologia e jurídico quebram paradigmas para área da saúde

Popularização do congelamento de óvulos e da inseminação in vitro como benefícios corporativos levanta questões éticas sobre privacidade e reprodução

 

Um número cada vez maior de empresas brasileiras tem oferecido benefícios ligados à fertilidade, como forma de investir em saúde e qualidade de vida para seus colaboradores.

No Brasil, o congelamento de óvulos custa em média R$ 20 mil, enquanto a fertilização in vitro (FIV) pode chegar a R$ 30 mil. Nenhum deles é custeado por convênios médicos, já que a Lei 9.656/1998 (Lei dos Planos de Saúde) desobriga operadoras e seguradoras a financiarem tratamentos do tipo. Diante desse cenário, quem deseja ter acesso a técnicas artificiais de reprodução tem de recorrer às economias particulares ou, como tem se popularizado, receber o benefício da empresa em que trabalha.

“No mundo todo, as pessoas estão optando por terem menos filhos e cada vez mais tarde. É uma tendência que favorece os cuidados de fertilidade, mas que ainda esbarra no alto custo. Quando as empresas passam a disponibilizar o acesso a tratamentos da área, a retenção do colaborador - sobretudo em cargos de liderança - aumenta”, afirma Aleksandra Jarocka, CEO e fundadora da Fertably - startup que oferece benefícios corporativos ligados à fertilização.

No modelo de negócio da Fertably, as empresas custeiam integral ou parcialmente os tratamentos de seus colaboradores. Como resultado, 97% das pessoas que recebem o benefício declaram que são mais propensas a permanecerem no emprego justamente para não perdê-lo.

Mas, se por um lado, o cuidado com a fertilidade tem se popularizado no mundo corporativo, por outro, também têm crescido as discussões éticas sobre o tema. É o caso, por exemplo, da possibilidade de escolher o sexo do bebê: uma situação que tem levado as conversas entre médicos e paciente até os tribunais. 

Enquanto alguns profissionais de medicina oferecem a opção da escolha, outros - mesmo sabendo a informação a partir dos testes realizados no embrião - recusam-se a compartilhá-la com os futuros pais, sob alegação de limites éticos. Mas, em casos como esses, o que diz a justiça?

"O entendimento legal hoje obriga o profissional médico a passar toda e qualquer informação relevante para a pessoa que está contratando seus serviços. Ou seja, se o médico souber o gênero do embrião, ele é obrigado a revelar ao paciente, questionado ou não, durante a consulta", explica Alisson Santos, advogado e cofundador da Forum Hub - legaltech que oferece serviços jurídicos online e com uso de inteligência artificial. 

De acordo com Santos, a dualidade em torno do tema e a posição de órgãos como o Conselho Federal de Medicina (CFM) ainda permitem uma maior autonomia do médico na divulgação ou não da informação. “No entanto, com o aumento na busca por esse tipo de tratamento, são imbróglios que necessariamente precisarão ser revistos”. 

Carla, 35 anos, realizou tratamento de fertilidade, com o congelamento dos óvulos e a inseminação in vitro. No caso dela, o médico se recusou a informar o sexo dos embriões, alegando limites éticos. Já para Elaine, 42, a informação foi revelada, o que lhe permitiu escolher qual dos embriões seria priorizado. 

“Os limites da fertilidade no Brasil estão se alterando rapidamente, lastreados pela tecnologia. É necessário garantir que as demais áreas, como a jurídica, acompanhem a discussão e ofereçam suporte necessário para os pacientes”, diz Aleksandra

 

Fórum Hub

Fertably

 

Medicina indica de que forma o consumo de vinho aflora os sentidos

 

Foi dada a largada para o grande Congresso Paulista de Neurologia. Em sua 14ª edição, o evento se configura como um dos mais tradicionais e respeitáveis da especialidade. Neste ano, será sediado na cidade de Santos durante os dias 31 de maio a 03 de junho, no Blue Med Convention Center, trazendo relevantes e atualizados temas para a discussão. A programação do congresso foi dividida entre diferentes atividades. Entre elas, está a de Neuroenologia, que acontecerá no segundo dia de evento, 01º de junho, coordenada por Lécio Figueira Pinto, neurologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

 

Consumo de vinho e os sentidos

De acordo com Lécio Figueira Pinto, neurologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), a Neuroenologia se constitui como uma ciência diretamente relacionada à questão neurológica que estuda os sentidos – olfato, visão e paladar – em relação à esta bebida. A área busca entender de que forma o vinho interage na percepção dos indivíduos e como suas diferentes nuances (cor, brilho, intensidade e sabor) poderão influenciar a experiência do consumo.


“O vinho nos causa impressões completamente diferentes. Você pode ver a cor e sentir o aroma de um deles e achar que será leve e doce por conta do aroma, mas na realidade acabar sendo muito intenso em termos de sabores e vice-versa. É muito interessante que há uma experiência no sistema olfatório e outra completamente distinta para o paladar. O sistema sensorial é um ponto fascinante”, explica.


Experiências

Tais diferenças entre aromas, texturas e sabores podem ser explicadas pelo fato de haver inúmeras quantidades de uvas pelo mundo, algumas mais ácidas, outras mais doces. Mas não obstante, o modo e o local em que as frutas são cultivadas também têm uma relação direta ao gosto que a bebida terá ao fim de sua produção.


O médico exemplifica dizendo que uma uva Malbec pode ser utilizada para a produção de um vinho mais claro, voltado para salientar o sabor da fruta em si, com pouco tanino e sendo fácil de beber, porém, é possível que com essa mesma uva seja produzido um vinho mais intenso, deixado em barricas de carvalho, com notas de baunilha e especiarias, remetendo a um sabor mais pesado e ocasionando uma degustação completamente diferente.


Contudo, o médico alerta para o consumo saudável e consciente da bebida, evidenciando o cuidado para a ingestão de álcool. “Devemos nos basear na ciência e, a partir deste ponto de vista, não é recomendado que uma pessoa comece a beber. No entanto, no caso do vinho, recentemente uma revista importante de Neurologia avaliou o impacto do uso de álcool no risco de acidente vascular cerebral (AVC). Na análise, foi observado cada tipo diferente de bebida, de modo que o consumo de vinho mostrou reduzir riscos e até ser protetor em relação ao AVC isquêmico. Neste contexto, realmente há evidências dizendo que o vinho é melhor que outras bebidas, principalmente os destilados.”

 

www.congressopaulistadeneurologia.com/cpn2023



ABRIL VERMELHO: DICAS PARA FORTALECER A SAÚDE NO MÊS DA PREVENÇÃO À HIPERTENSÃO ARTERIAL

 A pressão alta é uma das principais causas de mortalidade no mundo todo e pode ser agravada por fatores como obesidade, sedentarismo, tabagismo e estresse 

 

Durante o mês de abril, acontece a campanha de prevenção à hipertensão arterial e, segundo especialistas, a obesidade é um dos fatores de risco para o desenvolvimento dessa e de outras doenças, como diabetes, asma, dor de cabeça, problemas ortopédicos, aumento do colesterol, além de estar relacionada a 13 tipos de câncer. 

 

No Brasil, atualmente, existem cerca de 41 milhões de pessoas acima de 18 anos com obesidade, correspondendo a 26% da população. Um estudo publicado pela World Obesity Federation (WOF) em março deste ano traz o dado de que em 2035 a previsão é de que os brasileiros com obesidade sejam 41% da população. A previsão divulgada no mesmo mês em 2022 apontava 29,7% de adultos com obesidade no Brasil em 2030, o que já corresponde a cerca de 47 milhões de brasileiros.

 

A hipertensão é uma das consequências da obesidade e está entre as doenças mais prevalentes no Brasil. Ela mata cerca de 300 mil brasileiros por ano, o que equivale a 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma pessoa a cada 2 minutos. Os pacientes com hipertensão representam 32% da população adulta brasileira, ou seja, 36 milhões de indivíduos. Desse número, apenas 50% têm conhecimento de que têm hipertensão e, deste total, apenas metade realiza tratamento.

 

“Em termos de alimentação, é importante reduzir o consumo de alimentos com muito sal, como os industrializados, temperos prontos, molhos de salada, embutidos, etc. Importante também evitar o saleiro na mesa e evitar o uso de muito sal na comida. O sal deve ser utilizado com bastante restrição, preferindo sempre os temperos naturais e ervas”, explica a Dra. Andrea Pereira, médica nutróloga do hospital Albert Einstein e cofundadora da ONG Obesidade Brasil.

 

Segundo dados de um relatório publicado pelo Ministério da Saúde em 2022, o número de adultos com diagnóstico médico de hipertensão aumentou 3,7% em 15 anos no Brasil. Os índices saíram de 22,6% em 2006 para 26,3% em 2021. A publicação mostra ainda um aumento na prevalência do indicador entre os homens, variando 5,9% para mais.

 

Além das medidas tomadas para prevenir a hipertensão e tratá-la, como parar de fumar, aderir a um estilo de vida saudável com dietas equilibradas, consumo moderado de álcool e prática regular de atividade física, a cirurgia bariátrica é um caminho para a diminuição da pressão arterial.

 

O estudo Gateway, publicado na revista Annals of Internal Medicine, mostrou que a cirurgia bariátrica teve um efeito promissor no controle da hipertensão em pacientes com obesidade após 3 anos de seguimento. 35% dos pacientes submetidos à cirurgia apresentaram remissão da hipertensão, ou seja, ficaram com a pressão controlada sem o uso de medicamentos. Além destes, em torno de 40% dos pacientes operados conseguiram reduzir o número de medicamentos para hipertensão.

 

“Nosso estudo demonstrou pela primeira vez o papel da cirurgia bariátrica no controle da hipertensão em pacientes com obesidade quando comparado ao tratamento clínico isoladamente”, conclui o médico cirurgião bariátrico Dr. Carlos Schiavon, coordenador do estudo e coordenador de Ensino e Pesquisa do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

 

 

Sobre a ONG Obesidade Brasil

O Instituto Obesidade Brasil é a primeira organização sem fins lucrativos do mundo direcionada a pessoas com obesidade e surge com o objetivo de conscientizar e trazer informações claras e objetivas, sempre com mentoria científica, com linguagem acessível sobre obesidade, prevenção, diagnóstico, tratamento, novas tecnologias e direcionamento aos centros públicos e gratuitos de atendimento, ajudando da melhor forma possível.

 

A ONG foi fundada em fevereiro de 2020 para conscientizar pessoas de que a obesidade é uma doença multifatorial e crônica e conta com um Conselho Científico composto por especialistas colaboradores de todo o território brasileiro, de perfil multidisciplinar, que adota o conceito de saúde universal e trabalha para que todos tenham acesso à ajuda médica especializada.

 

Coordenadores da ONG Obesidade Brasil

 

Psicóloga Andrea Levy - Presidente e cofundadora da ONG Obesidade Brasil; Psicóloga Clínica e bariátrica, especialista em Obesidade e Transtornos Alimentares pelo HC-FMUSP; Mais de 20 anos de atuação em clínica de Obesidade e Cirurgia Bariátrica; Autora do livro "Cirurgia Bariátrica: manual de instruções para pacientes e familiares". 

 

Nutróloga Andrea Pereira - MD, PhD. Médica Nutróloga do Departamento de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein; Ex-presidente e cofundadora da ONG Obesidade Brasil; Doutorado pela Endocrinologia da UNIFESP em Obesidade e Cirurgia Bariátrica; Pós-doutorado pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa; Pós-doutorado em andamento pela Medicina Esportiva da FMUSP sobre obesidade, câncer de mama e exercício; Autora do livro “Dieta do Equilíbrio: a melhor dieta anticâncer”.

 

Cirurgião Bariátrico Carlos Schiavon - Médico Especialista em Cirurgia Bariátrica e Metabólica; Formado em 1987 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Doutor Cirurgião pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – São Paulo, SP; Especialista em Cirurgia Bariátrica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica;

Coordenador de Ensino e Pesquisa do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Investigador principal do Trial GATEWAY – Gastric Bypass to Treat Obese Patients With Steady Hypertension.



Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce da Hérnia Diafragmática Congênita

Condição pode ser identificada durante a realização do pré-natal

 

Estatísticas mostram que, no Brasil, nasce um bebê por dia com Hérnia Diafragmática Congênita (HDC). A condição ocorre quando o músculo do diafragma (que separa o tórax do abdômen) não se fecha, em fases muito iniciais do desenvolvimento do embrião, no começo da gravidez. Isso faz com que os órgãos do abdômen cresçam dentro do tórax e prejudiquem o desenvolvimento dos pulmões, o que diminui muito as chances de sobrevida pós-natal dessas crianças.

 

A HDC pode ser identificada nos exames de ultrassonografia morfológica durante o pré-natal, o que permite que alguns bebês se beneficiem de tratamentos e intervenções que devem iniciar antes do nascimento, aumentando as chances de sobrevida dessas crianças.

 

Apesar de pouco conhecido, o problema, que não é tão raro (acomete um a cada quatro mil fetos), pode ser extremamente grave. É o caso do pequeno Théo, que se recupera na UTI neonatal na Maternidade São Luiz Star, em São Paulo.

 

A unidade possui um serviço completo de medicina materno-fetal, capaz de diagnosticar e tratar clínica e/ou cirurgicamente qualquer alteração fetal, por mais complexa que seja. Em pouco mais de sete meses de funcionamento, o serviço já realizou cerca de 15 procedimentos cirúrgicos, intrauterinos e neonatais, para tratamento da HDC.

 

“Estava com 23 semanas de gestação e, durante o exame morfológico, a médica identificou a HDC. Nunca tínhamos ouvido falar na doença e foi um baque”, lembra Simone Zanetti, mãe do Théo, que hoje está com três meses de vida.

“Quando pesquisamos sobre o tema, vimos que as chances de vida eram mínimas. Foi um momento muito difícil. Soubemos de um serviço especializado em São Paulo e viemos imediatamente”, conta a mãe, que é de Alta Floresta, no Mato Grosso.

Paciente Théo Zanetti Rocha e os pais,
na celebração de três meses de vida.
Foto: Arquivo pessoal

“Tivemos o privilégio de contar com uma equipe de profissionais que fizeram a diferença. Meu bebê está bem e se recuperando plenamente agora. Ele passou por uma cirurgia intrauterina por causa da HDC muito grave que tinha, depois foi novamente operado após o nascimento, mas está se recuperando e logo teremos a tão sonhada alta”, celebra Simone. 

No Dia Internacional da Conscientização da Hérnia Diafragmática Congênita, celebrado em 19 de abril, Dr. Fábio Peralta, coordenador da equipe de Medicina Fetal e de Cirurgia Fetal da Maternidade São Luiz Star, alerta que o bebê com Hérnia Diafragmática Congênita grave tem chance muito maior de sobrevida mediante tratamento intrauterino, seguido de tratamento no nascimento e no período neonatal em centro altamente especializado.

 

Ainda de acordo com o profissional, cerca de 70% dos casos de HDC acontecem de forma isolada. “Ou seja, não há uma causa genética identificável nem outras alterações anatômicas associadas. É uma alteração que acontece acidentalmente durante o desenvolvimento do bebê”, exemplifica.

 

A HDC é uma condição que requer acompanhamento e medidas específicas em diferentes fases. “Em alguns casos, é feita uma primeira cirurgia ainda com o bebê na barriga da mãe, para colocar um balão na traqueia do feto, o que estimula o crescimento dos pulmões, como no caso do Théo. Depois do nascimento, existe também a necessidade de uma série de cuidados muito específicos, o que depende de centros e de profissionais muito especializados, como temos na Maternidade São Luiz Star”, ressalta Peralta.

 

A equipe multiprofissional da unidade reúne profissionais que são referências nacionais e internacionais no tratamento da HDC há mais de 15 anos. Essa longa jornada de dedicação, experiência e desenvolvimento de técnicas faz com que os resultados do grupo estejam entre os melhores do mundo. 

“Não podemos esquecer também do papel primordial da realização correta do pré-natal, para identificação precoce desta e de outras anomalias congênitas. Com exame de ultrassonografia no primeiro trimestre, já é possível identificar o problema e começar a adotar as medidas necessárias para garantir a melhor atenção ao bebê”, explica o médico.


Médica refuta cinco mitos sobre a dor

Por ser uma doença invisível, a dor acaba sendo alvo de muitas informações falsas. Um dos objetivos de dra. Amelie Falconi é esclarecer dúvidas sobre o tema

 

Ninguém gosta de sentir dor, mas todo mundo experimenta essa sensação um dia na vida. Dependendo de suas características, principalmente referente a periodicidade, a dor pode tornar-se crônica. Quando isso acontece acaba recebendo a alcunha de doença invisível, porque é sentida, mas raramente identificada. Em razão desta dificuldade em comprová-la, quem sofre de dor crônica costuma ser alvo de descrença, não só de pessoas próximas, mas de profissionais da saúde. Afinal, vale a lógica, o que não se vê não existe. Por conta disso, o estudo da dor crônica acaba sendo relegado a segundo plano, o que faz com que o assunto fique envolto em muitos mistérios.

Por conta de circunstâncias da vida, a médica Amelie Falconi seguiu a direção contrária da maioria dos médicos e resolveu mergulhar fundo nos estudos sobre a dor; especializou-se em dor na Faculdade do Hospital Santa Casa, em São Paulo e fundou o Comitê de Medicina Integrativa e Dor Crônica da Sociedade Brasileira do Estudo da Dor (Sbed). Hoje é médica intervencionista em dor e atua em diversas frentes para dirimir dúvidas sobre o tema. Nesse sentido, a seguir, Amelie desmistifica pensamentos comuns a respeito da dor.


Mito 1 – Exercício físico piora o desgaste articular

Amelie afirma que, ao ser realizado de forma adequada e supervisionada, geralmente, o exercício físico não piora o desgaste articular. “Muito pelo contrário, a prática traz benefícios à saúde das articulações, incluindo a prevenção ou retardamento do desgaste articular, também chamado de osteoartrite”, diz.

Segundo ela, o exercício físico pode ter um papel importante na prevenção e manejo da osteoartrite, pois promove o fortalecimento dos músculos que suportam as articulações; envolve movimento, que pode ajudar a manter a flexibilidade das articulações; atua no controle do peso, que, em excesso, sobrecarrega as articulações de carga, como os joelhos; e melhora a circulação sanguínea para as articulações, o que pode ajudar a fornecer nutrientes essenciais para a cartilagem e outras estruturas articulares.


Mito 2 – Repouso melhora a dor

Amelie afirma que o repouso pode ser útil em certos casos agudos de dor, como após uma torção de tornozelo, e por um tempo limitado. Contudo, faz uma ressalva de que, em muitos casos de dor crônica, o repouso prolongado tende a piorar a condição. “Isto porque acaba levando ao descondicionamento físico, à perda de força muscular, à diminuição de flexibilidade e até mesmo ao aumento da sensibilidade à dor”, diz. Por seu lado, a atividade física regular consegue minimizar todos os pontos acima descritos.

De acordo com a médica intervencionista, deve-se dar muita atenção ao tipo e à intensidade do exercício físico, pois estes devem ser individualizados e adequados às condições de saúde e às limitações do paciente com dor crônica. “Assim, é fundamental consultar um profissional de saúde qualificado para desenvolver um plano de exercícios adequado e seguro, levando em consideração a causa da dor, o estado de saúde geral do paciente, e outros fatores relevantes”, afirma.


Mito 3 – Exames de imagem mostram a causa e a  intensidade da dor

A resposta é não. Conforme Amelie, geralmente exames de imagem, como radiografias, ressonâncias magnéticas (RM) e tomografias computadorizadas, não são capazes de mostrar a intensidade da dor. A médica intervencionista em dor explica que os exames de imagens têm como sua função principal identificar alterações nas estruturas do corpo que possam estar ligadas a condições médicas que causam dor. Dessa forma, os exames de imagem podem ajudar a identificar a causa subjacente da dor, avaliar a gravidade e extensão da condição e auxiliar na definição do plano de tratamento, mas não podem medir a intensidade da dor.

“A dor é experiência subjetiva e individual, cuja intensidade varia de pessoa para pessoa”, diz. Para avaliar sua intensidade, segundo a médica intervencionista em dor, utiliza-se, principalmente, o relato do paciente sobre sua experiênia de dor, que é coletado via ferramentas subjetivas, como a Escala Númerica da Dor (END) e a Escala Visual Analógica (EVA).


Mito 4 – Criança não sente dor

Quando o médico avalia a intensidade da dor, conforme as escalas citadas, ele enfatiza a importância de o paciente comunicar de forma clara sua experiência de dor, descrevendo a localização, a qualidade, a duração e a intensidade dela. Como bebês e crianças pequenas não são capazes de expressar verbalmente o que sentem, é muito comum que se pense que eles não são capazes de sentir dor. Tal ilação não poderia ser mais equivocada. “A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável que pode ser experimentada por pessoas de todas as idades, incluindo crianças”, afirma Amelie.

Segundo a médica intervencionista em dor, bebês e crianças pequenas costumam expressar dor chorando, ficando inquietas, contorcendo-se, evitando toques ou movimentos específicos ou por meio de mudança no comportamento ou no humor. “Por isso, a importância de pais, cuidadores e profissionais de saúde ficarem atentos ao qualquer sinal e sintoma de dor nas criança, para fornecerem o devido cuidado e conforto”, diz. Sempre levando em conta que a experiência de dor  de uma criança pode ser diferente com relação a um adulto, devido a diferenças de desenvolvimento e maturação do sistema nervoso, além de diferenças culturais e individuais.


Mito 5 – Velhice é sinônimo de dor

“O envelhecimento é um processo natural e inevitável que afeta o corpo de várias maneiras e a dor pode ser uma das manifestações desse processo. Várias condições de saúde associadas ao envelhecimento contribuem para a sensação de dor e fatores como diminuição da massa muscular, perda de densidade óssea e diminuição da flexibilidade”, comenta Amelie.

Conforme a médica intervencionista em dor, embora a dor possa ser comum em pessoas mais velhas, isso não significa que ela é inerente ao envelhecimento, ou seja, pode ser evitada ou mitigada de diversas maneiras. “Há muitas opções de tratamento disponíveis para ajudar a gerenciar a dor em pessoas idosas, incluindo medicamentos, terapias físicas, abordagens não medicamentosas e modificação de estilo de vida”, afirma.

 


Dra. Amelie Falconi - Especialização em Medicina da Dor pela Santa Casa da Misericórdia de São Paulo. Título de Especialista em Dor pela AMB (Associação Médico Brasileira). Fellow Of International Pain Practice (FIPP) pelo World Institute of Pain (WIP). Fellowship de Intervenção em Dor - Clínica Aliviar / sinpain Rio de Janeiro. Pós-graduação em Medicina Intervencionista da Dor Guiada Por Ultrassonografia – sinpain. Pós-graduação em Anestesia Regional - Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês. Especialização em Anestesiologia MEC / SBA. Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF. Ministra aulas na pós-graduação de medicina intervencionista da dor do Hospital Albert Einstein. Ministra aulas na pós-graduação de medicina intervencionista da dor na Faculdade sinpain.


Detran-SP traz dez dicas importantes para quem vai viajar no feriado de Tiradentes

 

Departamento de Trânsito indica como fazer um passeio seguro, tranquilo e com atenção à segurança viária

 

 

Com a chegada do feriado de Tiradentes amanhã (21), aumenta o número de turistas e, consequentemente, de veículos circulando por praias do litoral e cidades do interior do estado de São Paulo.

 

Pensando em um trajeto seguro e com o objetivo de manter uma convivência pacífica no trânsito, o Detran-SP lista dez dicas e orientações importantes para que todos curtam suas viagens do feriado de uma maneira tranquila e sem esquecer da segurança viária.


 

Confira as dicas do Detran-SP para o feriado:

 

Bebida e direção não combinam

 

O álcool reduz os reflexos e a capacidade de reação do motorista, podendo gerar acidentes. Dirigir exige máxima atenção, portanto, lembramos que a mistura de bebida e direção não combina. Além disso, motoristas flagrados embriagados ou que se recusam ao teste do bafômetro recebem multa de quase R$ 3 mil e respondem a processo de suspensão da CNH. Quem apresenta mais de 0,34 miligramas de álcool por litro expelido no sangue, responde na justiça por crime de trânsito.

 

Segurança na estrada

 

O veículo só pode transportar até a capacidade máxima de passageiros permitida pelo manual. Todos os ocupantes devem usar o cinto de segurança ou, em caso de crianças, o sistema de retenção equivalente.

 

Atenção aos limites de velocidade

 

As estradas trazem diferentes limites de velocidade segundo o seu traçado viário. É extremamente importante que os condutores de veículos estejam atentos à sinalização das pistas. Além disso, dirigir acima do limite máximo permitido pode aumentar o risco de envolvimento em acidentes, por vezes graves, e gerar multas. Mantenha uma distância segura do veículo da frente para evitar colisões. Não se esqueça que dirigir em rodovia é diferente do que dirigir em cidade. Uma distração pode ser fatal.

 

Descanso é essencial!

 

O descanso antes da viagem é fundamental para que o motorista faça uma viagem tranquila e segura, principalmente em trechos de longa distância. Uma noite de sono bem dormida faz com que o motorista esteja atento durante todo o trajeto.

 

Documentos em dia e celular carregado

 

O motorista deve portar habilitação dentro da validade ou, no máximo, vencida há 30 dias. Lembrando que a nova legislação definiu um cronograma completo para CNHs que tiveram vencimento entre 1/3/2020 e 31/12/22. Já o veículo precisa estar com o licenciamento em dia; a falta dele é uma infração gravíssima, que pode acarretar uma série de problemas para o proprietário, como apreensão do veículo, multa de R$ 293,47 e sete pontos na carteira. Ambos os documentos estão disponíveis de forma digital; portanto, não se esqueça de deixar o celular devidamente carregado caso seja abordado em alguma fiscalização. Porém não faça uso do aparelho enquanto dirige.”

 

Celular longe do volante

 

Só é possível usar o telefone celular quando o veículo estiver estacionado e motor desligado. Ele pode ser utilizado na função GPS, desde que o aparelho seja fixado no para-brisa ou no painel dianteiro. Quando estiver ao volante, não faça selfie, foto ou vídeo da paisagem. Segundos de distração são suficientes para o envolvimento em um acidente de trânsito. Na estrada, isso pode ser fatal.

 

Cinto e cadeirinha sempre!

 

O cinto de segurança é item indispensável para o motorista e para todos os passageiros. O condutor ou passageiros não devem retirá-lo nem mesmo em casos de engarrafamento ou quando o sinal estiver vermelho. Crianças com idade inferior a 10 anos ou que não tenham 1,45m de altura deverão, obrigatoriamente, ser transportadas no banco traseiro, utilizando o cinto de segurança e equipamento de retenção apropriado.

 

Capacete sim, viseira também

 

Motociclistas costumam reclamar do capacete na época do verão, porém, o calor não deve ser motivo para andar sem o equipamento ou com a viseira levantada, pois o item protege a visão contra pedras e insetos, por exemplo, que podem atingir o olho do motociclista. As mesmas regras valem para os passageiros das motos. Vale lembrar que crianças menores de dez anos ou que não tenham condições de se cuidar não podem trafegar em motos.

 

Chinelo só fora do veículo

 

O clima de férias e calor são convites para dar um descanso aos pés dos tênis e sapatos do dia a dia, mas ao dirigir durante a viagem de fim de ano nada de usar calçados que não se firmem nos pés ou que comprometam a utilização dos pedais, como chinelos, sandálias e tamancos. Nessa situação, o melhor é dirigir descalço.

 

Chuva

 

Em caso de chuva na hora de pegar estrada, a velocidade deve ser reduzida, os faróis deverão permanecer acesos e a distância de segurança entre os veículos precisará aumentar.



Supremo e a inépcia da denúncia formulada contra os acusados pelos atos no 8 de janeiro

O Supremo Tribunal Federal, com o voto do ministro Roberto Barroso, formou maioria no sentido de receber a denúncia proposta pela Procuradoria Geral da República (PGR) em face de 100 pessoas supostamente envolvidas nos atos de vandalismo contra os prédios dos três Poderes da República no último dia 8 de janeiro. Barroso, tal como os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Edson Fachin e Carmen Lúcia, acompanhou o voto do ministro relator Alexandre de Moraes. 

A PGR denunciou mais de 1,3 mil pessoas. Por causa do volume, o STF decidiu reunir as acusações em blocos. Neste primeiro julgamento, os ministros analisam 100 denúncias. A Corte Superior decidiu priorizar as acusações contra os manifestantes que ainda estão presos preventivamente. 

As primeiras denúncias atingem manifestantes que teriam participado diretamente dos atos de vandalismo e outros apontados como 'autores intelectuais' dos protestos golpistas. A PGR imputa a prática dos crimes de associação criminosa (artigo 288); abolição violenta do estado democrático de direito (artigo 359-L); golpe de estado (artigo 359-M); ameaça (artigo 147); perseguição (artigo 147-A, inciso I, parágrafo 3º); incitação ao crime (artigo 286), e dano e dano qualificado (artigo 163). A PGR também cita o crime de deterioração de patrimônio tombado (artigo 62 da Lei 9.605/1998). 

Não há dúvida que nos crimes envolvendo uma grande quantidade de pessoas, quer executando materialmente dos fatos delituosos, quer sendo autores intelectuais, é extremamente difícil individualizar na denúncia a conduta de cada um. Por outro lado, não se pode admitir que a denúncia seja exageradamente genérica, sob pena de inviabilizar o direito de defesa, haja vista que os acusados se defendem dos fatos a eles imputados. 

As denúncias propostas contra os 100 investigados não lograram individualizar minimamente a suas condutas. Pelo contrário, a denúncia é demasiadamente genérica, não atribuindo aos acusados os fatos delituosos a eles imputados. Não há indicação, por exemplo, que “Fulano” quebrou uma obra de arte do acervo nacional. Sequer há indicação de elementos de informação obtidos nas investigações que indiquem que "Ciclano de Tal" praticou determinado fato criminoso. 

Para ser acusado bastou o investigado estar presente na manifestação de 8 de janeiro de 2023 ou ter permanecido nos acompanhamentos na frente dos quartéis. Não há indicação, sequer, que algum dia denunciados tenha ingressado em um dos poderes e tenha praticados atos de vandalismos ou tendentes a abolir o estado democrático de direito. Portanto, não há como deixar de reconhecer a inépcia da denúncia formulada em face dos 100 acusados. 

Avançando a análise, aplicando-se a famigerada ideia que a análise do recebimento da denúncia deve preponderar o in dubio pro societatis em detrimento do in dubio pro reo, há que ser examinada competência da Suprema Corte para julgar os fatos apresentados na denúncia. 

Para Moraes há conexão probatória entre os fatos narrados na denúncia com outro Inquérito que inquéritos que investiga a eventual participação de cinco deputados federais nos atos de 8 de janeiro de 2013: Clarissa Tércio, André Fernandes, Silvia Waiãpi, Coronel Fernanda e Cabo Gilberto. 

Embora o esforço do ministro Alexandre em atribuir ao STF a competência na espécie, com todos as vênias, entendo que Sua Excelência labora em equívoco na espécie. explico. 

O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, e a ele compete, precipuamente, a guarda da Constituição, conforme definido no art. 102 da Constituição da República. Na área penal, destaca-se a competência para julgar, nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República, entre outros (art. 102, inc. I, a e b, da CF/1988). 

Em que pese haja investigação em curso para apurar eventual participação de Parlamentares Federais com foro por prerrogativa de função, o procedimento administrativo investigatório não tem o condão de atrair a competência da Corte Suprema, uma vez que sequer há denúncia contra os parlamentares. Poderia, eventualmente, atrair a competência para o STF caso já tivesse sido ajuizada a ação penal contra os congressistas e houvesse inequívoca conexão probatória, o que exigiria a reunião dos processos para evitar julgamentos diferentes sobre os mesmos fatos. 

Dessa forma, comungo do entendimento da Defensoria Pública da União, que em suas manifestações em defesa dos acusados postulou pelo reconhecimento da incompetência do STF e o consequente deslocamento da ação penal para a Justiça Federal da primeira instância. Ser julgado pelo juízo competente é uma garantia fundamental de qualquer pessoa, cláusula pétrea que não pode ser alterada sequer por emenda constitucional. O devido processo legal perpassa, inexoravelmente, por ser julgado pelo juízo competente, com a preservação dos direitos a ampla defesa e ao contraditório. Do contrário, estaremos diante de um tribunal de exceção, o que encaminha, na espécie, para acontecer.

 

Marcelo Aith - advogado, latin legum magister (LL.M) em direito penal econômico pelo IDP (Instituto Brasileiro de Ensino e Pesquisa), especialista em Blanqueo de Capitales pela Universidade de Salamanca (ESP), mestrando em Direito Penal pela PUC-SP e presidente da Comissão Estadual de Direito Penal Econômico da Abracrim-SP

 

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