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sexta-feira, 31 de março de 2023

Sustentabilidade, Meio Ambiente e ESG

Escassez e abundância: o ciclo vicioso da água nos instiga ao desafio de renascermos como civilização antes de nos extinguirmos como espécie

 

Na última semana, estive na Conferência da ONU sobre a água, em Nova Iorque, encontro que se propôs a decidir quais ações conjuntas entre países serão necessárias para o atingimento das metas internacionais acordadas sobre o tema, incluindo os objetivos presentes na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

O resultado mais comentado da Conferência foi o lançamento da Agenda de Ação da Água, que representa o comprometimento voluntário de todos os níveis, governos, instituições e comunidades.

Para além do que foi discutido durante os dias do evento e do lançamento da Agenda, a Conferência, que não acontecia há quase 50 anos – a última foi em 1977, em Mar del Plata, na Argentina – me inspirou à construção do raciocínio a seguir, com o qual abri um debate com um grupo seleto de especialistas em questões hídricas, durante evento promovido pela TyQuant, em São Paulo, sobre como enfrentar o ciclo vicioso da água: escassez e abundância.

A sociedade civil vê a água como direito, os povos originários como sagrada, as empresas como mercadoria, o agronegócio como insumo, os governos como obrigação e risco político, a academia como uma possível ciência. E a água, candidamente, é antes de tudo inefável. É a essência da vida. É, sobretudo, a base de um ecossistema pleno, saudável e de uma sociedade sustentável. Por conseguinte, o tema da água só pode ser tratado de forma holística, integrado e planetário.

A água está para o debate multilateral hoje como estava o carbono na década de 2000. Podemos considerar o protocolo de Kioto como a primeira iniciativa internacional. Mas, foi em Copenhague, em 2009, que o compromisso sério de engajamento dos países para a redução do carbono foi tentado e, finalmente, em 2015, o mundo amadureceu em torno dos NDC e dos ODS.

A diferença é que os gases de efeito estufa são causadores do aquecimento global e a crise hídrica é uma das suas principais consequências. Por mais que se fale em mitigação e adaptação, a mudança dos regimes de chuva, a acidificação dos oceanos, a elevação do nível dos mares, a contaminação dos rios e lagos com pesticidas, a poluição dos corpos d’água com microplásticos e muitos outros fenômenos a que acometemos os recursos hídricos não serão resolvidos nem no tempo, nem através dos mesmos mecanismos utilizados pelo carbono.

Mais do que o carbono, passível de regulação em suas emissões nacionais, a água desafia os conceitos estruturais de soberania. Daí o paradoxo: como essência à vida, é um bem comum cuja dinâmica não obedece a fronteiras nem a métricas convencionais. Necessitamos reconhecer a urgência de nos dobrarmos ao imperativo de uma economia regenerativa, alicerçada em Soluções Baseadas na Natureza (as SBNs), única capaz de restaurar o equilíbrio ecossistêmico para que a água, na sua escassez ou abundância, não se torne mais um terror a assolar a humanidade. Imaginem, a essência da vida tornando-se a sua principal ameaça.

Como uma das mais letais consequências da crise climática, temos que assumir este como um desafio para diversas gerações a nos convocar, desde já, a acelerar processos regenerativos, ao mesmo tempo em que trabalhamos na mitigação das causas do aquecimento global.

O melhor da ciência, do conhecimento ancestral e da biomimética serão necessários para impulsionar a regeneração. Temos que, humildemente, reconhecer que apesar das assombrosas conquistas da engenharia pesada não será ela isoladamente que dará as respostas. Até porque estamos falando em um direito sagrado à vida, em regeneração de ecossistemas, em reflorestamento em grande escala, em resgate da diversidade biológica, campos estes em que, comprovadamente, as soluções cinzas não têm contribuído, a não ser marginalmente.

Podemos concordar ou não, mas a verdade é que antes de nos extinguirmos como espécie, temos a oportunidade de renascermos como civilização, de nos reconectar com a vida e nossas origens, resgatar a sabedoria ancestral que tanto renegamos, rever nossos valores e o sentido existencial de nossa humanidade. Não podemos jamais desmerecer nossa evolução, mas necessitamos da humildade de entendermos que, ao eleger a natureza como algo a ser conquistada, perdemos a oportunidade de aprender com ela. Ao saquearmos a terra, a vida, as florestas para forçarmos escalas de produção, perdemos a oportunidade de compreender a generosidade, a abundância deste planeta.

É claro que a tecnologia de ponta será necessária, assim como a nanotecnologia, a microbiologia, a genética e tantos outros conhecimentos de ponta. No entanto, o que faz a expertise não é a excelência da ferramenta, mas é a qualidade do artesão. Sem uma total mudança de mentalidade e uma reconciliação profunda com a natureza livre e selvagem, não daremos as respostas necessárias.

Se nossa tecnologia apenas baseada na física e nas ciências representassem evolução, não nos encontraríamos onde estamos: de que vale termos superado doenças, distâncias, barreiras temporais, gravidade e outros feitos assombrosos se não conseguimos garantir os pilares e princípios que permitem a vida no planeta? Cuidamos da fachada e do jardim, enquanto as estruturas de nossa casa estão ruindo. O milagre da vida está comprometido e, diante deste, nenhum feito é de fato relevante no longo prazo.

É da vida que temos de cuidar, é da comunidade de vida que temos de zelar. Guardiões da vida, essa é a melhor potencialidade da espécie humana.


Ricardo Young - empresário, sócio-diretor da CT&I e da Byocoin Serviços Ecossistêmicos, conselheiro da Synergia Socioambiental e em diversas organizações, palestrante internacional e pesquisador-convidado no programa Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados da USP


Synergia
https://www.synergiaconsultoria.com.br/


Sete tecnologias promissoras para a indústria farmacêutica

 

Mais do que produzir remédios, a indústria farmacêutica tem se mostrado vital para a sociedade no que condiz a saúde e cuidados. Essa percepção ganhou força principalmente com os impactos da pandemia, que colocou o setor diante de uma verdadeira corrida contra o tempo para realização de pesquisas e fabricação de vacinas e medicamentos para combater a crise sanitária. E, para obter tais resultados em tão pouco tempo, a tecnologia teve um papel importante nessa jornada.

Analisando do ponto de vista mercadológico, a indústria farmacêutica segue tendo um desempenho expressivo. Segundo uma pesquisa da Interfarma, nos últimos cinco anos, o setor apresentou uma alta de 62% no faturamento, totalizando R$ 146,7 bilhões em vendas.  Os dados refletem o atual momento vivido pelo segmento, cujo foco está em atender as demandas individuais da população levando em conta as mudanças de hábitos e comportamento da sociedade que impactam diretamente o seu desempenho.

Nessa perspectiva, precisamos enfatizar que a indústria farmacêutica, diferentemente de outros setores, tem a obrigatoriedade de seguir um rigoroso protocolo de controle que abrange desde a fabricação até a distribuição dos medicamentos – além de ter como desafios principais a serem superados o combate à falsificação de medicamentos através da codificação e rastreabilidade destes.

Sendo assim, algumas tecnologias são capazes de ajudar nesse processo, confira as que mais têm se destacado:

# 1 Blockchain: desde 2018, essa tecnologia vem ganhando força. O mecanismo de armazenamento de dados garante a segurança e transparência no compartilhamento de informações de forma que possam ser auditadas.

# 2 Big Data: ter acesso e disponibilidade a informação faz toda a diferença. Sendo assim, através dessa tecnologia, é possível copilar uma alta quantidade de dados da população – desde aspectos regionais e geográficos até a elaboração de pesquisas acerca de hábitos comportamentais e concorrência.

# 3 Inteligência Artificial (IA): é esse o recurso que possibilita a captação das mais variadas informações. O seu funcionamento próximo ao raciocínio humano ajuda na condução de pesquisas e análises preditivas, bem como na mitigação de riscos logísticos.

# 4 Manufatura aditiva: conhecida por ser um sinônimo da impressão em 3D, esse recurso trata-se da criação de objetos a partir de um modelo virtual. No caso da indústria farmacêutica, esse método pode ajudar na realização de testes a fim de comprovar a eficácia do medicamento em questão.

# 5 Realidade estendida: acompanhando o princípio da manufatura aditiva, a realidade estendida potencializa a mesclagem entre o mundo físico e virtual, permitindo uma experiência ainda mais digital para os usuários.

# 6 Terapia digital: a pandemia trouxe tendências para ficar. Dentre elas, a prática de cuidados home care, consultas onlines entre outros recursos, são ações que auxiliam no aperfeiçoamento da comunicação e na agilidade da prestação de atendimentos.

# 7 Internet das coisas (IOT): é ela quem concilia todo o aspecto produtivo, ajudando na integração da cadeia de produção, no atendimento e suprimento das demandas que seguem crescendo em alta escala, facilitando o equilíbrio dos processos.

É importante destacar que a medida em que a humanidade vai se desenvolvendo e evoluindo, novas demandas surgem e exigem o imediatismo e agilidade frente a atual realidade. Por sua vez, a pandemia pode ser considerada um verdadeiro guia nesse processo, pois apresentou como a tecnologia é a principal aliada ao setor. Esse preparo, por exemplo, pode ser aplicado na prática com os conflitos da Guerra da Ucrânia e tantos outros.

Mas, mesmo diante de tamanhos recursos dispostos com a tecnologia, a indústria farmacêutica ainda tem diversos desafios a serem superados pela frente. Diante disso, é importante ressaltar que a eficácia da implementação dessas tecnologias dependerá do quão bem estruturada a fábrica estiver. Nesse cenário, contar com o apoio de um sistema de gestão aliado as melhores práticas do mercado, certamente fará toda a diferença na obtenção de resultados ainda mais expressivos.

A indústria farmacêutica cada vez mais seguirá evoluindo nos aspectos de conectividade e interatividade com novas tecnologias que acompanham a evolução da Indústria 4.0 e sua transição para a 5.0. Contudo, cabe destacar que o seu sucesso dependerá de um conjunto de práticas que impactem desde a gestão, comprometimento com o ESG, até o apoio de medidas governamentais que apoiem seu desenvolvimento. Nessa jornada, precisamos dizer que a tecnologia sempre irá ajudar, mas nunca irá substituir o papel do ser humano.

 

João Pires - executivo de Vendas da SPS Group. Formado em Marketing e Gestão Comercial pela UMESP, possui mais de 15 anos de experiência em vendas complexas, apresentando soluções das mais avançadas tecnológicas para organizações de todos os setores da economia.


SPS Group
https://spsconsultoria.com.br/


Regulamento da ANPD permite aplicar sanções pelo descumprimento da LGPD


A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) publicou, na segunda-feira (27/02/2023), o Regulamento de Dosimetria e Aplicação de Sanções Administrativas, que estabelece parâmetros e critérios para aplicação de penalidades por descumprimento à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

 

A Dosimetria passa a regulamentar os artigos 52 e 53 da Lei e define os critérios e parâmetros para as sanções pecuniárias e não pecuniárias pela ANPD, bem como, as formas e o cálculo do valor base das multas, das quais estavam de forma genérica.

 

Traz ainda como instrumento do artigo 54 da LGPD, o qual aponta que o valor e a intensidade da sanção derivarão de uma definição fundamentada da ANPD, a partir da gravidade da falta e da extensão do dano. Com o regulamento, as infrações passaram a ser classificadas em leve, média ou grave, tendo como base a natureza dos direitos pessoais afetados e a gravidade.

 

Com a edição do regulamento, finalmente a ANPD pode iniciar processos administrativos em razão da violação do direito fundamental à intimidade e à privacidade, além de estabelecer um critério de valores, a fim de impedir excessos ou deficiências na atividade sancionatória.

 

Caso não haja enquadramento em nenhuma das hipóteses de infrações médias ou graves, a sanção será leve. As infrações médias, por sua vez, serão identificadas quando puderem afetar significativamente interesses e direitos fundamentais dos titulares, bem como ocasionar danos materiais ou morais a eles. Os casos graves serão caracterizados quando, além das hipóteses da infração média, verificar-se pelo menos uma destas hipóteses: a) envolver tratamento em larga escala; b) o infrator auferir ou pretender auferir vantagem econômica; c) implicar risco à vida dos titulares; d) envolver tratamento de dados sensíveis ou de crianças, adolescentes ou idosos; e) o tratamento ter sido realizado sem amparo em uma base legal; f) tratamento tiver efeitos discriminatórios ilícitos ou abusivos; g) verificada a adoção sistemática de práticas irregulares.

 

O regulamento prevê, ainda, que o descumprimento da sanção ou a reincidência poderá ensejar a progressão da atuação da ANPD para a aplicação de sanções mais graves, sem prejuízo da adoção das demais medidas legais cabíveis.

 

Vale ressaltar que a aplicação das penas pela ANPD não exclui a possibilidade de adoção de outras medidas administrativas, previstas na LGPD, em outras normas (como o Código de Defesa do Consumidor, por exemplo) e no Regulamento do Processo de Fiscalização e do Processo Administrativo Sancionador, de modo a garantir a adequação do infrator à legislação de proteção de dados pessoais.

 

Até o momento apenas o judiciário e outros órgãos fiscalizadores haviam aplicados punições e sanções pelo descumprimento da LGPD, de forma mais comedida, porém, as multas com este Regulamento podem se tornar milionárias a depender do número de titulares atingidos e do efetivo prejuízo causado.

 

A publicação do regulamento é válida tanto para entidades (públicas e privadas) a se adequarem às determinações da LGPD, com sanções aos seus agentes, dos quais orientam a maneira de se preservar dados e, por consequência, garantem em maior grau a proteção dos direitos fundamentais da intimidade, da privacidade, da imagem e da proteção de dados. 

 

Desta forma, A adequação à LGPD não é uma opção e sim uma obrigação, se a sua empresa ainda não está adequada à LGPD, ou mesmo duvidava de sua eficiência, o regulamento é um forte incentivo a essa estagnação, da qual poderá acarretar sanções severas ao infrator. 

 

Flavia Derra Eadi de Castro - advogada, Head de Compliance Trabalhista e LGPD na RGL Advogados


Sair da inadimplência: o drama de 70 milhões de brasileiros

Trocar uma dívida cara por outra mais barata pode ser uma solução. Mas encontrar quem empreste com juros menores está difícil. Quem investe em previdência privada fechada tem o próprio plano como fonte de crédito mais barato 



A queda na renda das pessoas somada a uma taxa básica de juros nas alturas tem contribuído para que mais e mais pessoas fiquem inadimplentes. Dados da Serasa Experian divulgados no final de fevereiro mostram que 70 milhões de brasileiros estão em atraso com suas dívidas, um recorde histórico. Em tempos de vacas gordas, o conselho dos especialistas para o consumidor sair dessa situação envolveria a busca de uma segunda fonte de renda, redução de gastos e até a troca da dívida mais cara por outra com taxa de juros menor.

Sendo assim, alguém que está preso ao rotativo do cartão de crédito, cuja taxa de juros gira em torno de 15% ao mês, pode fazer um empréstimo com taxas menores para quitar a dívida. O compromisso continua em outra instituição, mas com parcelas mais leves, permitindo algum planejamento. A dificuldade, porém, é conseguir um financiamento mais barato, já que com a Selic nas alturas, a captação de recursos por parte dos bancos e financeiras também encarece e essa diferença é repassada para os clientes.

Quando o processo de endividamento começa, as concessões de crédito chegam a aumentar porque pessoas físicas e jurídicas recorrem aos bancos e às fintechs na tentativa de equacionar o problema. Porém, o cenário chegou a tal ponto que até a concessão de crédito tem apresentado recuo, em parte, porque as instituições estão se negando a emprestar.

Dados do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), indicador que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços mostram que a busca por financiamento em fevereiro apresentou recuo de 21% na comparação com o mesmo mês de 2022. A maior retração foi do segmento de serviços (-34%), seguido por bancos e financeiras (-21%) e varejo (-9%). “A alta inadimplência fez com que as instituições se tornassem mais seletivas, trabalhando menos na aquisição de novos clientes. A retração da oferta tem como consequência o recuo da demanda, já que não há mais tantos canais facilitando a obtenção de crédito”, analisa Breno Costa, diretor da Neurotech.

Para muitos, a solução de obter recursos a um custo menor está no consignado. O Conselho Nacional da Previdência social (CNPS) chegou a recomendar que as instituições reduzissem o teto do empréstimo consignado de 2,14% ao mês para 1,70% ao mês e do cartão consignado e de benefícios dos atuais 3,06% a.m. para 2,62% a.m. A princípio uma boa notícia, mas que recebeu protestos. Segundo a ABBC (Associação Brasileira de Bancos), a iniciativa é inviável por conta da alta taxa de juros, que impacta no custo da captação por parte das instituições financeiras.



Planos de previdência

Para aqueles que aplicam dinheiro em alguma instituição fechada de previdência privada, a situação é melhor porque elas podem emprestar com juros menores do que os praticados pelo mercado. Para se ter uma ideia, hoje existem cerca de 300 fundações com ativos que superam R$ 1,3 trilhão. Deste valor apenas 2% são utilizados para concessão de crédito. Desta forma, há um volume potencial de R$ 146 bilhões para que os participantes obtenham de crédito.

“Há margem para atender muita gente que, por falta de conhecimento não busca resolver seus problemas com dívidas por meio deste canal”, afirma Alexandre Teixeira, CEO da uFund, pensiontech especializada na transformação digital e modernização do ecossistema das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs),

O papel das entidades de previdência é administrar os recursos para que seus associados possam ter uma boa aposentaria daqui a alguns anos. Mas oferecer crédito exige uma abordagem diferenciada, que vai da divulgação do benefício, passando por canais de atendimento, análise de risco e controle de pagamento, que exige uma estrutura a mais.

Para facilitar todo esse processo, a uFund criou um ecossistema de canais digitais transacionais e de autoatendimento para facilitar o acesso dos participantes aos seus investimentos e tomada de crédito em poucos cliques. “A diversidade de canais permite que o cliente acesse aquele que tem maior afinidade, seja whatsapp bot, app mobile ou portal web. Na medida em que a solução for sendo adotada pelos fundos de pensão, deverá aproximar os contribuintes, fazendo com que a concessão de crédito pelo canal previdência fechada se torne mais comum.

“As entidades de previdência podem emprestar dinheiro para financiar automóveis, imóveis, bens de consumo, viagens tudo com taxas bem menores do que as cobradas pelo mercado porque o risco é baixo. Os recursos que o cliente tem depositados na instituição por si só servem de garantia, o que reduz consideravelmente os riscos. Além disso, mesmo sendo baixo, o juro cobrado representa um ganho a mais para o fundo de pensão. É bom para ambos os lados.

Segundo a Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), as entidades contam com 3,8 milhões de participantes. A uFund estima que o ecossistema abranja um universo de cerca de 20 milhões de pessoas, incluindo parentes, potenciais novos participantes e outros agentes, “É uma quantidade relevante de pessoas atreladas aos fundos. Possivelmente vários deles poderão se beneficiar com empréstimos mais acessíveis e baratos caso tomem conhecimento e contem com canais de atendimento simples e transparentes como é o caso do nosso aplicativo”, comenta Teixeira.


Employer Branding: como as empresas de tecnologia podem usar a estratégia para reter e atrair talentos


O aumento da demanda de profissionais de TI tem provocado alta rotatividade no setor, obrigando as empresas a criarem estratégias cada vez mais ousadas para se destacarem no mercado. Para enfrentar os desafios da área - atrair profissionais e reter os membros da equipe -, é importante estar atento às tendências de comunicação e de gestão de pessoas.

Pesquisa da consultoria Robert Half, que ouviu 300 executivos C-Level para entender quais as suas maiores preocupações neste ano, constatou que a maioria diz respeito à questão da atração e retenção de talentos qualificados. Ao mesmo tempo, revelou que 48% dos executivos notaram um aumento no turnover, em comparação com os anos anteriores à pandemia. Além disso, 69% dos entrevistados acreditam que encontrar bons profissionais na área de tecnologia será cada vez mais desafiador.

Para arrebatar um número maior de admiradores, as empresas devem recorrer às mídias sociais e aos veículos de comunicação, importantes ferramentas de interlocução entre a marca e seus consumidores. Ao compartilharem informações sobre valores, cultura e oportunidades de desenvolvimento, as organizações  estão fortalecendo a marca empregadora e aumentando a visibilidade junto aos potenciais colaboradores, clientes e fornecedores, além de investir na retenção do time.

A expressão employer branding – marca do empregador – consiste em um conjunto de técnicas e ferramentas usadas para construir uma reputação positiva junto ao mercado, fazendo com que as pessoas que se identificam com os seus valores queiram fazer parte da empresa. Diversas estratégias são adotadas para melhorar a percepção dos colaboradores e da comunidade em geral em relação à organização. Entre as iniciativas estão ações de responsabilidade social, investimentos em treinamento e desenvolvimento da equipe, oferta de benefícios inovadores, além de uma comunicação transparente e humanizada com o público interno e externo.

As empresas que adotam o employer branding observam aumento no volume de candidaturas e uma redução no turnover, uma vez que os colaboradores ficam mais propensos a permanecer na organização por estarem satisfeitos com o ambiente de trabalho. Outro resultado positivo é o maior engajamento interno. Quando há a construção de uma cultura sólida e estruturada, a empresa cria uma identidade única e coerente, e os colaboradores sentem-se mais motivados e orgulhosos de trabalhar para uma marca forte e com presença positiva no mercado.

Uma das melhores formas de fortalecer e humanizar a marca é por meio dos próprios colaboradores. Munidos de informações e com os treinamentos adequados eles podem compartilhar em suas redes as experiências e vivências na organização, atuando como embaixadores da marca. Adotando essa estratégia, a companhia não apenas aumenta a sua visibilidade, mas também promove um ambiente de trabalho mais participativo e engajado.

Por fim, é importante destacar que o employer branding não é algo que possa ser construído da noite para o dia. O processo deve ser contínuo e contar com a participação de todos os níveis hierárquicos. É preciso investir tempo e recursos para criar uma cultura organizacional forte e positiva, capaz de atrair e reter os melhores talentos e aumentar expressivamente a competitividade da empresa no mercado!


Gabriel Rocha - coordenador de Recursos Humanos na Roost, empresa de tecnologia especializada em soluções de edge computing.


Como destravar um conteúdo que tenha dificuldade em aprender

  

Divulgação

Frequentemente não gostamos de um conteúdo, pois não o dominamos e temos dificuldades em lidar com ele. Porém, essa falta de entendimento geralmente é causada pelo excesso de lacunas que vão se formando ao longo da vida escolar, impedindo o cérebro de criar conexões lógicas de conteúdo e dificultando o aprendizado. 

A dificuldade sistêmica em uma disciplina geralmente é percebida por um conjunto de fatos, como baixo desempenho em testes e atividades, desinteresse ou negligência no estudo da disciplina, necessidade constante de ajuda com pouca evolução própria, feedback de professor e reação emocional negativa, como ansiedade e estresse.

A literatura indica que existem dois modos como a mente opera, o modo focado, em que nos concentramos em uma determinada atividade e ativamos os grupos de neurônios que possuem algo semelhante àquele conhecimento, e o modo difuso, que ocorre quando várias áreas do cérebro são ativadas para encontrar quais grupos de neurônios possuem algo relacionado a isso, obviamente com menos resolução.

O que acontece é que quando nos deparamos com uma matéria que já sabemos que temos dificuldade, entramos em um estado chamado “Efeito Einstellung”. Na psicologia, de maneira simplificada, ocorre quando a primeira ideia que vem à mente, desencadeada por características familiares de um problema, impede que uma solução melhor seja encontrada.

Inserindo esse conceito na educação, é um efeito que “trava” o cérebro, que busca uma solução ou sentido que muitas vezes aquele grupo de neurônios não possui, mas foi provocado por uma abordagem inicial errada. Esse processo é muito comum em matemática e ciências, principalmente em pré-vestibulandos, onde a abordagem inicial é se adaptar aos macetes e, por isso, ficam travados naquele pensamento por horas e horas. 

O segredo para driblar essa adversidade é desligar o pensamento focado e ativar o modo difuso. Alguns exemplos são tomar banho, dormir, caminhar ou escutar música, pois são nessas horas que nosso cérebro abre para o modo difuso e através de uma visão geral, começa a formar conexões buscando uma solução eficaz com base em experiências anteriores.

É importante lembrar que as pessoas aprendem em velocidades diferentes cada um dos vários tipos de conteúdo, o que pode prejudicar o processo de aprendizagem, pois a maioria vai no ritmo da instituição de ensino e não respeita o seu tempo de absorção próprio em cada matéria. Por isso, em conteúdos específicos que temos grande dificuldade, sempre deve-se começar pelo básico e progredir conforme o seu entendimento sem deixar de lado as datas, mas adaptando-as a cada realidade.

Além disso, devemos levar em consideração as armadilhas da própria mente, que frequentemente pode maximizar pontos que não são tão relevantes para o conceito geral da matéria. Por isso, é necessário que os estudantes terminem o conteúdo primeiro e depois observem a real dificuldade. Muitas vezes empacamos em um tópico específico que não atrapalha o entendimento total, por isso, dê a chance ao cérebro de ver o conteúdo total primeiro, pois se sentir que o que sabe do geral é suficiente, a dúvida pode ser sanada pontualmente com uma pergunta ou exercício.

Hoje, pontuo que alguns dos principais passos para destravar um conteúdo de maior dificuldade são: não passar muito tempo sem retornar ao tema, variar as fontes para coletar mais informações sobre os assuntos de maiores dificuldades e associar a matéria com algo conhecido para conectar suas vivências anteriores com o novo, bem como buscar ajuda de pessoas que dominem o assunto e possam explicar de maneira mais compreensível. 

Posso dizer que os professores desempenham um papel crucial na identificação das dificuldades dos alunos. Algumas contribuições que esses profissionais podem fornecer, são dependentes do modelo da instituição, mas podem também flexibilizar metodologias de ensino com o propósito de encontrar novas formas de transmitir seu conteúdo. O estabelecimento de metas e apoio emocional são duas formas de quebrar barreiras em disciplinas específicas. 

Analiso que a observação atenta do desempenho escolar, da participação em aula e interações com colegas são importantes para identificar as necessidades do aluno. Para isso, é favorável que as turmas sejam reduzidas, a fim de possibilitar uma ação mais efetiva do professor. Fornecer feedbacks construtivos ajudam os alunos a identificar suas áreas de melhoria e desenvolver habilidades. É um processo longo e trabalhoso, mas é efetivo e compensador. 

 

Lorenzo Tessari - Chief Operating Officer (COO) da Gama Ensino, startup de tecnologia desenvolvedora de um algoritmo proprietário que identifica os gaps de aprendizado dos alunos para o direcionamento dos seus estudos.

 

Confiança dos empresários do comércio sofre queda de 4,2% no primeiro trimestre de 2023

Cenário é resultado do arrefecimento da economia, somado a alto endividamento das famílias e juros e inflação elevados, aponta FecomercioSP

 

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) fechou o primeiro semestre de 2023 com variação negativa de 4,2%, em comparação ao mesmo período de 2022. Ao contrapor com os últimos três meses do ano passado, a queda é ainda maior (-8,4%).

 
Os outros dois indicadores analisados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), referentes à intenção de expandir os negócios e à situação dos estoques, também apresentarem índices negativos: 4,8% e 5,3%, respectivamente, na comparação entre janeiro a março de 2022.
 
De acordo com a Entidade, os índices confirmam a tendência de arrefecimento da economia. As preocupações dos empresários do comércio com a conjuntura macroeconômica se intensificaram diante do alto endividamento das famílias e dos juros elevados, fatores que afetam a intenção de consumo – de bens ou de serviços.
 
A alta inflação – assim como a política econômica e as possíveis mudanças que podem ser adotadas pelo novo governo frente a um elevado déficit fiscal – também é motivo de pessimismo entre os empresários. Consequentemente, há uma retração no consumo, o que limita a expansão dos negócios. Com menos investimentos, há menos contratações.
 


Março


No mês de março, foi registrada a quarta variação desfavorável seguida no ICEC (-4,1%), quando comparado ao mesmo período de 2022. Em relação ao mês anterior, o declínio foi de 2,3%, ao passar de 112,3 pontos, em fevereiro, para 109,7 pontos, no terceiro mês do ano. Os indicadores referentes à intenção de expandir os negócios e à situação dos estoques também apresentarem índices negativos: 5,9% e 1,1%, respectivamente, na comparação interanual.
 
Dentre as variáveis que integram o ICEC, a que avalia as condições atuais (ICAEC) registrou queda de 2,1%, entre março de 2023 e o mesmo período do ano passado. O IEEC, que mensura as expectativas futuras, caiu 6,1%. Já a variável do índice de investimento (IIEC) ficou negativa em 3,2%, na mesma base de comparação. Em relação a fevereiro, o primeiro indicador apresentou queda de 6,2%, o segundo subiu 1,1%, e o terceiro teve baixa de 3,1%.
 


Expansão e investimento


Ainda segundo o mesmo levantamento, o Índice de Expansão do Comércio (IEC) fechou o terceiro mês do ano com recuo de 3,8%, na comparação com março de 2022. Retrações também foram constatadas nas variáveis que medem as Expectativas para Contratação de Funcionários e o Nível de Investimento das Empresas. Na mesma base comparativa, os índices ficaram negativos em 5,9% e 1,1%, respectivamente.
 
O Índice de Estoque (IE) recuou 4,8% em 12 meses. A proporção dos empresários que consideram a situação adequada dos estoques caiu de 58,6% para 56,3%, em 12 meses. Aqueles que relatam a situação inadequada para cima avançou de 27,4%% para 29,7%, ao passo que os que acreditam que o estoque é inadequado para baixo passou de 13,1% para 14%. A queda na intenção de consumo também pode ser percebida pelo aumento do número de empresários que relatam a inadequação para cima dos estoques.
 
Segundo a FecomercioSP, o empresário do comércio, diante das tantas incertezas instaladas na economia, deve estabelecer um planejamento de longo prazo, uma vez que o cenário atual é de retração do consumo. É fundamental agir com resiliência nas operações e nas decisões do dia a dia, assim como estimular as vendas e gerir estoques adequadamente. Estas medidas se tornam cruciais para evitar quedas de receitas. Além disso, optar por liquidações, com uma análise criteriosa das margens de preços, ainda é uma boa estratégia para reduzir o estoque dos produtos que não estão com boa performance de vendas. Decisão esta que pode aumentar a receita e abrir espaço para realizar novos investimentos.


 
Notas metodológicas


ICEC O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla a percepção do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que, por sua vez, pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, contudo sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
 


IEC


O Índice de Expansão do Comércio (IEC) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas. Apesar desta pesquisa também se referir ao município de São Paulo, sua base amostral abarca a região metropolitana.
 


IE


O Índice de Estoque (IE) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011 com dados de cerca de 600 empresários do comércio no município de São Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques: “acima” (quando há a sensação de excesso de mercadorias) e “abaixo” (em casos de os empresários avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo). Como nos dois índices anteriores, a pesquisa se concentra no município de São Paulo, entretanto sendo a sua base amostral considera a região metropolitana.
 
FecomercioSP

Healthtech e cibersegurança caminham lado a lado

Especialista em cibersegurança reforça a importância de investir em proteção de dados nos sistemas relacionados à área de saúde

 

A implementação da tecnologia na área de saúde vem permitindo gerar longevidade, qualidade de vida e, principalmente, prevenção. Os dispositivos, medicamentos, vacinas, procedimentos e sistemas utilizados apostam nas mais recentes descobertas e inovações, auxiliando no crescimento significativo do setor nos últimos anos. No entanto, para garantir a integridade dos dados trabalhados, seja nos sistemas de gestão ou nas pesquisas rumo a novas descobertas, é preciso contar com a cibersegurança.

 

De acordo com o levantamento global de ciberataques divulgado  pela Check Point Research no início de 2022, as instituições de saúde foram o segundo alvo preferencial dos criminosos, ficando atrás somente do setor de varejo. O estudo aponta que os ataques ao setor de saúde cresceram 64% no Brasil. “Quando falamos em healthtechs, estamos falando de startups de bases tecnológicas, com o objetivo principal de trazer soluções relacionadas à inovação no setor de saúde. Mas, por ter a tecnologia no seu cerne, as healthtecs precisam ter cuidado especial com a segurança dos dados”, comenta Fernando Medeiros, CTO da FC Nuvem, frente da FCamara especializada em serviços gerenciados de infraestrutura multicloud, cibersegurança e jornada de dados.

 

Esses dados, que hoje em dia podem ser acessados e compartilhados em nuvem, em nome da praticidade, rapidez e conectividade global, necessitam de segurança na entrada e na divulgação. “Essas empresas têm acesso a prontuários eletrônicos, exames laboratoriais, diagnósticos de imagem e outros dados sigilosos dos pacientes. Fraudes nesses sistemas podem provocar outras fraudes maiores no sistema de saúde como um todo”, complementa.

 

Para além da proteção de dados, a atuação da tecnologia nas clínicas, consultórios, hospitais e empresas demandam também uma completa infraestrutura de TI, sendo grandes facilitadores para gestão da equipe médica e administrativa desses centros. Uma pesquisa realizada pela International Data Corporation (IDC) afirma que 65% das organizações de saúde investirão em software de AI ainda em 2023, para melhorar a governança e desenvolver tratamentos mais personalizados. Dos entrevistados, 32,6% revelaram que aumentarão os seus aportes em cibersegurança.

 

Ainda existem muitos desafios em segurança cibernética e, por isso, o setor de tecnologia em saúde tem demandado um alto número de profissionais. Levando em consideração a falta de mão de obra qualificada, terceirizar a cibersegurança para prevenir e combater as técnicas mais avançadas de golpes e crimes virtuais pode oferecer respostas mais eficazes. “Nesse cenário, recomendo fortemente a contratação de empresas especializadas nesse tipo de serviço, que poderão trazer soluções mais assertivas e alinhadas entre si do que uma equipe montada do zero”, diz Medeiros.  



FCamara
https://fcamara.com/


Diálogo Competitivo: entenda a nova modalidade de licitação

O período de transição está se findando e a partir de 01 de abril de 2023 NLL substituirá de vez a legislação que rege o sistema para atos de licitações e contratações da administração pública há quase 30 anos.

A mudança mais significativa na Nova Lei de Licitações refere-se às modalidades, com a extinção da Tomada de Preço e a Carta-Convite e criação do Diálogo Competitivo.

Em seu artigo 6, inciso XLII, a lei de licitação estabelece o conceito desta modalidade, qual seja: modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos.

Observa-se que esta modalidade visa a contratação de serviços ou produtos de cunho técnico e em razão disso, o vencedor não é quem oferece o melhor preço e sim quem oferece a melhor solução técnica.

Divido em duas fases, o diálogo competitivo, em sua primeira fase promove uma conversa onde irá conhecer as soluções disponíveis e definirá a mais vantajosa. Já na segunda fase, a competitiva, as empresas selecionadas na fase anterior apresentam suas contrapostas a solução escolhida.

Desta forma, essa modalidade se bem conduzida traz ao Poder Público a possibilidade de compreender as alternativas mais adequada a solução de sua necessidade, o que mitiga consideravelmente os riscos da contratação.

  

Thaina de Jesus Câmara - Advogada, graduada com menção honrosa pela Universidade São Judas Tadeu -USJT, Pós-Graduanda em MBA em Gestão Tributaria pela Universidade de São Paulo - USP. Especialista Jurídica Junior com atuação à frente do setor de licitações do Vigna Advogados Associados.


Nowhere Office: o modelo de trabalho do futur

Após alguns anos de quarentena e de terem sido adotados de maneira ampla novos modelos de trabalho que não o exclusivamente presencial, 2023 escancara um novo desafio para as corporações: como será o modelo de trabalho agora? Presencial, híbrido, online? De acordo com uma pesquisa realizada pelo Vagas.com, 4 em cada 10 brasileiros elegeram o sistema que mescla atividades presenciais e remotas como o mais indicado para trabalhar. Números ainda indicam que três em cada quatro trabalhadores dizem que o trabalho híbrido é inegociável para eles. Ou seja, desde o momento que a pandemia da Covid-19 forçou as empresas a escolherem um novo modelo e acelerar a instauração do home-office, a aceitação e a percepção do trabalhador da melhor forma para desempenhar as funções corporativas mudaram.

Com isso, outras formas vão se criando e virando tendência no mercado. Um exemplo é o chamado de “nowhere office”, que se resume em “um pouco de escritório em alguns momentos”. Criado pela pensadora Julia Hobsbawm, o termo traduz um conceito do mundo corporativo, que, segundo ela, não tem o intuito de abolir espaços corporativos, mas do fim da ideia de um modelo único para todos.

Penso que, de fato, este será o modo a ser oferecido a partir de agora, que terá de ser avaliado caso a caso, função a função, identificando qual é o colaborador que precisa, necessariamente ir todos os dias ao escritório, ou aquele que pode ir com alguma outra frequência que faça sentido. Portanto, um desafio a mais a ser enfrentado pelas organizações.

Quando pensamos em tipos de trabalho em que a possibilidade automação de processos é mais presente, e a presença humana é quase que dispensável, ou quando uma pessoa pode realizar todas as suas funções pela internet, ir ao escritório uma ou duas vezes no mês, para rever os amigos é interessante a adoção do nowhere office. No entanto, é impensável imaginar quando se trata de um operador de máquinas, por exemplo. Pelo menos no estágio de robotização da indústria de maneira geral.

Essa discussão gira em torno também, da produtividade. Pesquisa do IDC Brasil, feita para o Workspace Google, constatou que a maioria dos colaboradores aponta melhora na produtividade com o trabalho híbrido. Das 900 pessoas entrevistadas, 44% trabalham no sistema híbrido, 29% no presencial e 27% de forma remota. Para 67% deles o trabalho em home office é melhor, pois não gastam tempo em deslocamento, 46% gostam do modelo por terem a oportunidade de passar mais tempo com as pessoas com quem moram e 31% pela flexibilidade de horários para realizar as atividades.

Ou seja, temos de um lado, uma pressão vinda da base da pirâmide pedindo por "liberdade de trabalhar de onde quiser" e de outro as pessoas com responsabilidade de dar direção para o negócio, tentando chegar a uma solução. Até porque, como dizer que o resultado não veio porque o funcionário estava trabalhando em outro continente?

E, por isso, que o principal fator é identificar os objetivos comuns da empresa e passá-los para os colaboradores, onde quer que estejam. Sabendo qual é a sua função e a importância dela para atingir o resultado, ele irá desempenhá-la da melhor forma possível, independentemente do local, seja em casa, no escritório, na praia, ou de onde quer que ele prefira.

Neste caso, os OKRs - Objectives and Keys Results ou Objetivos e Resultados Chaves -  são um caminho a ser seguido, seja para o trabalho 100% presencial,  100% remoto ou híbrido. As empresas que operam com esse modelo oferecem clareza e direção para as ações, alinhamento entre todos e foco, mitigando, inclusive, os riscos do trabalho remoto, pois traduz de maneira mais clara o propósito daquelas ações, facilitando a conexão do trabalho do dia a dia do colaborador com a estratégia da companhia.


Pedro Signorelli - um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKR. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/

 

quinta-feira, 30 de março de 2023

Chocolate para cachorro: A Páscoa está chegando, saiba o que um pet pode ou não comer

Período em que o consumo de chocolate aumenta pode ser também um perigo para o animal de estimação


Parece difícil imaginar que essa iguaria tão presente em nossas vidas possa fazer um grande mal para os pets, mas é justamente isso o que acontece. Em alguns casos, o consumo de chocolate pode levar alguns cachorros à morte por envenenamento, de tão nociva que essa substância pode ser para o organismo deles. 

"É só você abrir um pacote de chocolate que, não importa onde o seu cachorro esteja, pode ter certeza que ele virá perto de você para dar uma olhada no que se trata. Quando eles olham com aquela cara de piedade para os donos, muitas pessoas não resistem e acabam dando um pedacinho de chocolate para cachorro, sem saber o mal que isso pode estar causando", afirma Larissa Mitie, veterinária do Centro Veterinário Vet Quality 24h. 

Com a chegada da Páscoa, aumenta o consumo de doces e chocolates e, com isso, aumentam também as chances de que animais se vejam intoxicados por conta do consumo inocente de chocolates. Esse vilão, entretanto, não é único a ser evitado. Há outros alimentos que definitivamente também devem ser riscados da lista de consumo do animal.


Por que chocolates não combinam com os cachorros?

A quantidade de chocolate responsável por fazer mal para o cachorro varia de acordo com o porte da espécie. Entretanto, como cada organismo reage de maneira diferente, na dúvida é melhor evitar o chocolate para o animal de estimação sempre. Isso acontece por conta de uma substância encontrada no doce, chamada teobromina. 

A teobromina é metabolizada pelo organismo humano, mas não pelo dos animais. Aliás, ela até é metabolizada, mas não em uma velocidade suficiente – o que resulta em uma intoxicação alimentar. Uma quantidade pequena pode fazer com que o animal vomite, mas quantidades maiores podem causar tremores musculares, ataques cardíacos e até mesmo hemorragias internas. 

Por mais que haja consciência do tutor em não dar chocolate para o cão ou gato, a Páscoa é um período que requer mais atenção. Nessa época do ano, é comum que muitos chocolates fiquem espalhados pela casa, sobre a mesa ou em qualquer outro lugar. Os animais sentem o cheiro e com certeza vão fuçar para saber o que é – e há risco que eles acabem comendo.

 

Feito especialmente para eles

O animal pode participar da festa também, existem várias marcas de chocolates especiais para cachorro, que são fabricados com ingredientes especiais que não fazem mal ao pet. Em formato de ossinhos, em bombons, barras e até ovos de Páscoa. Podem ser encontrados em lojas especializadas, pet shop e até na internet.


Chocolate não é o único problema

Embora o chocolate seja o mais nocivo de todos ele não é o único item do cardápio de Páscoa que pode fazer mal ao cachorro. Doces, em geral, também não são recomendados. Além do risco de intoxicação eles também podem causar problemas como obesidade, cáries e até mesmo diabetes.

 Os veterinários recomendam, nesse caso, substituir qualquer tentativa de dar um doce a eles por um petisco. Sempre lembrando que os petiscos não devem substituir a ração de forma alguma. Ou seja, aquele agradinho de Páscoa que você está pensando em dar para o animal pode vir na forma de um belo petisco, por exemplo. Ele vai adorar, reforça Larissa.

 


Outros alimentos prejudiciais aos animais

Que o chocolate é um vilão para os animais você já sabe, mas infelizmente ele não é o único e, na tentativa de agradar o pet, você pode acabar fazendo mal a ele sem saber. Itens que devem ser riscados da lista também são ovos, carnes e peixes crus. Isso porque alimentos que não estejam devidamente cozidos podem causar intoxicação alimentar devido a bactérias como Salmonella e E. coli. 

No caso dos ovos crus, há ainda uma enzima que interfere na absorção pelo organismo das vitaminas do complexo B. Sem essa correta absorção, seu animal pode ter problemas de pele e queda de pelos. Iogurtes e outros alimentos com leite também estão proibidos e devem ser evitados sempre que possível.

Os cães não possuem quantidades significativas de lactase, como os humanos, e por isso têm mais dificuldade em digerir esse tipo de alimento. Quando eles não conseguem, o resultado é um desconforto estomacal, causando diarreia e problemas digestivos das mais variadas espécies. Se perceber algum sintoma como esse após a ingestão de derivados de leite, leve o cão ao veterinário.


Bebidas estimulantes: nem pensar

Por fim, além da lista de alimentos que devem estar sempre fora do alcance dos animais de estimação, é preciso mencionar algumas bebidas que precisam ser evitadas a todo custo. Bebidas alcoólicas, por exemplo, nem pensar. Porém, essa é mais óbvia e as pessoas acabam sendo mais cuidadosas com relação a elas. 

Entretanto, tome muito cuidado também as chamadas bebidas estimulantes. Chá, café e energéticos, por exemplo, só vão fazer mal para cães e gatos, além de não acrescentarem absolutamente nada de positivo na dieta deles. O grande mal aí fica por conta da cafeína, uma substância estimulante à qual os animais são muito mais sensíveis do que nós, humanos. 

Em linhas gerais, não há nenhum tipo de malefício associado imediatamente ao consumo de cafeína pelos animais, mas a sugestão dos veterinários é que esse tipo de substância seja evitado. Os riscos estão associados também à borra de café ou sacos de chá, que animais podem ingerir por curiosidade ao encontrarem pacotes na despensa, por exemplo. Caso isso ocorra, os sinais serão similares ao do envenenamento por chocolate e não outra coisa a se fazer: leve o animal a uma clínica veterinária imediatamente.


Cuidados com a alimentação dos pets durante a Páscoa

O vilão não é apenas o chocolate. Outros alimentos servidos no almoço de Páscoa também podem intoxicar os pets, alerta especialista

 

A Páscoa é um momento especial para reunir a família, incluindo os pets. Porém, é fundamental que os tutores fiquem atentos aos cuidados com a saúde alimentar e segurança dos animais durante a comemoração.

O alimento mais tóxico para cães e gatos presente durante a Páscoa é realmente o chocolate, alerta Flavio Lopes, supervisor de assuntos veterinários da Hill’s Pet Nutrition Brasil. E os cães são mais sensíveis quando comparados a gatos.

O chocolate é composto por uma substância tóxica para cães e gatos conhecida como teobromina, encontrada também no café e no açaí, por exemplo. Ela pode causar intoxicação mesmo quando consumida em pequenas quantidades. “Quanto mais amargo o chocolate, maior a concentração de teobromina", salienta Lopes.


Mesmo com os cuidados dos tutores, os pets podem acabar comendo chocolate longe da presença deles, por isso é importante ficar atento a algumas reações gastrointestinais como vômitos, que podem conter ou não sangue, poliúria (aumento na frequência urinária), além de sinais neurológicos como movimentos desarmônicos ao caminhar e convulsões.

Quando há uma ingestão grande do produto, o caso pode se tornar ainda mais grave, com o  pet apresentando  sinais de contração muscular mais rígida, aumento da frequência respiratória, temperatura corporal baixa e, arritmia, podendo incorrer, também, em caso de morte.


Outros riscos

Não é apenas o chocolate que traz risco para o pet. É preciso ter muito cuidado com outros alimentos servidos no almoço da Páscoa como bacalhau, alho, cebola, entre outros. “Muitos desses alimentos que estamos acostumados a consumir na Páscoa são tóxicos e fazem muito mal para os animais”, afirma Lopes.

O especialista orienta que a informação deve ser obtida sempre com o médico-veterinário de confiança, para explicar quais são as consequências de oferecer alimentos que podem acarretar reações adversas.

Segundo Lopes, pedaços de carne crua também podem ser perigosos pelo risco de estarem contaminados com bactérias, protozoários ou helmintos. Além disso, temperos como alho e cebola são perigosos pois contêm substâncias que podem causar danos às hemácias (células do sangue) causando anemia no pet, que pode ser aguda ou crônica.


Pets em tratamento exigem atenção redobrada

Os pets que fazem uso de alimentos coadjuvantes, precisam de alguns cuidados extras. Não deve ser oferecido nada além do alimento prescrito. "Se já temos que ter cuidado com animais sadios, os que estão recebendo alimentos terapêuticos precisam ser monitorados ainda mais de perto. Como eles estão se alimentando de uma dieta prescritiva, ela deve ser seguida à risca", explica Lopes.

Segundo ele, esses alimentos contêm níveis nutricionais e ingredientes que são específicos para a enfermidade do animal em tratamento pelo médico-veterinário. Caso algo saia do controle, qualquer outro produto comestível que for oferecido pode agravar a enfermidade ou então fazer não surtir o efeito desejado da dieta terapêutica.


Cuidado com embalagem e brinquedos 

Além dos alimentos, outro cuidado importante que o tutor deve observar são as embalagens e os pequenos brinquedos ou componentes desses embrulhos que podem ser engolidos pelos pets, principalmente os filhotes.

Alguns ovos de páscoa contêm brinquedos que possuem peças muito pequenas e eles podem gerar curiosidade ao pet que usa a boca como forma de entender o que é o objeto. "Isso representa um perigo maior para filhotes, pois eles são, por natureza, mais curiosos e a chance deles engolirem algo é muito maior", avisa Lopes.

Se o tutor desconfiar que seu bichinho ingeriu um pedaço de embalagem ou de um brinquedo, Lopes orienta levá-lo ao médico-veterinário que poderá indicar ou não a realização de exames de imagem, como um raio x, e dependendo do caso, o pet poderá passar por uma cirurgia para retirar o corpo estranho, visto que ele pode obstruir o trato gastrointestinal ou até mesmo perfurar algum órgão.


Observação e alimentos adequados são as melhores prevenções

Hoje existem no mercado brasileiro petiscos próprios para os animais que remetem ao nosso costume de oferecer chocolate na Páscoa. Lopes cita os chocolates próprios para cães que não possuem teobromina na composição e que podem ser oferecidos. E alerta que a ideia é sempre utilizar alimentos e brinquedos que sejam próprios para o pet.

A prevenção e conscientização orientadas pelos veterinários são os melhores caminhos para evitar intoxicações. "O profissional deve ser sempre acionado pelo tutor quando surgir qualquer dúvida sobre qual alimento pode ou não ser oferecido. Se não tem certeza, não ofereça", ressalta Lopes. 

Uma alimentação completa e balanceada contém todos os nutrientes essenciais ao pet e caso queira dar algum petisco, não deve exceder 10% da quantidade diária de alimento.

Outra dica importante é sempre observar o pet. Se o tutor notar um comportamento fora do habitual, será mais fácil de entender se há algo de errado.

De acordo com o veterinário da Hill's,  a falta de apetite pode aparecer, caso haja algo de estranho com o bichinho, visto que deixar de comer, normalmente, é o primeiro sintoma. Fezes disformes ou vômitos também podem ser facilmente observados, pois não são condições comuns. As fezes precisam ser bem formadas, sem que haja ressecamento ou muito úmidas. Por fim, andar cambaleante é outro sintoma fácil de se identificar, mas sempre há necessidade de avisar ao médico-veterinário que seja de confiança da família.

 

Hill's Pet Nutrition


O perigo do consumo de chocolate pelos cães

Há casos de o cão de repente adoecer, sem ninguém saber o porquê. Quem suspeitaria de algo tão maravilhoso como o chocolate?

 

Como a Páscoa se aproxima, o consumo de chocolate aumenta.Comer chocolate pode ser fatal para um cão, dependendo do tamanho do animal, da quantidade e do tipo que ele ingerir.

 

Embora o chocolate possa ser tão gostoso e convidativo para os cães como para seus tutores, ele contém uma substância conhecida como theobromine, um alcaloide amargo relacionado com a cafeína, que pode ter efeitos perigosos no animal, orienta Vininha F.Carvalho, editora da Revista Ecotour News.

 

Um cão pequeno, pesando de 5 a 20 Quilos, pode morrer por ingerir de 50 a 200 gramas de chocolate ao leite, enquanto de que 6 a 20 gramas do chocolate sem gordura pode ser fatal para um animal do mesmo tamanho.

Os cães grandes são capazes de tolerar maiores quantidades, mas a regra mais segura é a de manter todo chocolate fora do alcance do seu cão.

 

Há casos de o cão de repente adoecer, sem ninguém saber o porquê. Quem suspeitaria de algo tão maravilhoso como o chocolate? Mas, ele é o culpado e se o socorro não for feito imediatamente, o animal poderá morrer.

 

Os sintomas dessa intoxicação surgem horas depois da ingestão e são similares a aqueles que acompanham muitas infecções gastrointestinais, incluindo vômitos, diarreia, hiperatividade, respiração pesada, ritmo acelerado na batida cardíaca, tremores musculares, acessos, distúrbios no controle de bexiga e até o coma.

 

A rapidez com que o tratamento veterinário for procurado é fundamental, podendo este profissional ser capaz de provocar vômito para impedir a absorção massiva de theobromine ou remover a toxina do organismo do animal através de outras formas que ele tem conhecimento, enfatiza Vininha F.Carvalho.

 

Escolher bem os alimentos para seu cão é ter certeza que ele será sempre saudável. Lembre-se que em hipótese nenhuma, devem ser estimulados nele hábitos de comer com os seus tutores, pois ele tem necessidades específicas em sua dieta. Além disso, não existe nada mais desagradável do que um animal que fica implorando comida à mesa.


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