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quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Geração própria de energia solar atinge 7 gigawatts e traz R$ 35,6 bilhões de investimentos ao País, informa ABSOLAR

De acordo com a entidade, potência instalada nos telhados e pequenos terrenos com sistemas fotovoltaicos equivale a metade de toda a capacidade da usina hidrelétrica de Itaipu


A energia solar acaba de atingir a marca histórica de 7 gigawatts (GW) de potência instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos de residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos no Brasil, o que equivale a metade de toda a capacidade da usina hidrelétrica de Itaipu, segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
 
De acordo com a entidade, o País possui atualmente mais de 611 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para mais de 765 mil unidades consumidoras. Desde 2021, foram mais de R$ 35,6 bilhões em novos investimentos, que geraram mais 210 mil empregos acumulados no período, espalhados ao redor de todas as regiões do Brasil.
  
Embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil – detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – continua atrasado no uso da geração própria de energia solar. Dos mais de 88 milhões de consumidores de energia elétrica do País, apenas 0,8% já faz uso do sol para produzir eletricidade, limpa, renovável e competitiva.
 
Para a entidade, a aprovação pelo Congresso Nacional do marco legal para a geração própria de energia renovável, proposto pelo Projeto de Lei (PL) nº 5.829/2019, fortalecerá a diversificação da matriz elétrica brasileira e a segurança de suprimento elétrico, em tempos de crise hídrica e aumentos na conta de luz. O PL nº 5.829/2019, de autoria do deputado federal Silas Câmara e relatoria do deputado federal Lafayette de Andrada, garantirá em lei o direito do consumidor de gerar e utilizar a própria eletricidade, a partir de fontes limpas e renováveis. O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados em agosto e segue para apreciação no plenário do Senado Federal. A expectativa do setor é de que seja votado e sancionado ainda em 2021.
 
Segundo a ABSOLAR, a tecnologia solar fotovoltaica está presente em mais de 5.369 municípios e em todos os estados brasileiros, sendo que os estados líderes em potência instalada são, respectivamente: Minas Gerais (1.304 MW), São Paulo (888 MW), Rio Grande do Sul (849 MW), Mato Grosso (534 MW) e Paraná (383 MW).
 
“A energia solar terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento econômico e ambiental do País, sobretudo neste momento, para ajudar na recuperação da economia após a pandemia, já que se trata da fonte renovável que mais gera empregos no mundo”, aponta o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.
 
“A energia solar tem ajudado a baratear a conta de luz de todos os brasileiros com a redução do uso de termelétricas fósseis, mais caras e poluentes e responsáveis pelas bandeiras tarifárias que encarecem a conta de luz”, comenta o presidente do Conselho de Administração da entidade, Ronaldo Koloszuk.


 
 
Indicadores da geração própria de energia solar
 
A fonte solar lidera com folga o segmento, com mais de 99% das instalações do País. Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 75,8% do total de conexões. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (14,4%), consumidores rurais (7,3%), indústrias (2,1%), poder público (0,3%) e outros tipos, como serviços públicos (0,02%) e iluminação pública (0,01%).
 
Em potência instalada, os consumidores residenciais lideram o uso da energia solar, com 41,6% da potência instalada no País, seguidos de perto pelas empresas dos setores de comércio e serviços (35,6%), consumidores rurais (13,6%), indústrias (7,9%), poder público (1,2%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,02%).

 

Permutas se expandem pelo País como alternativa para superar a pandemia

Empresas buscam as trocas multilaterais para movimentar estoques e tirar serviços da ociosidade. Parcerias entre Sebrae, universidades e plataforma de permutas buscam viabilizar novas formas de negociação. Poder público também busca incentivar a prática por meio de projetos de lei


A crise do novo coronavírus impactou fortemente as empresas. De acordo com dados do Relatório Global sobre a Situação de Pequenas Empresas, elaborado pelo Facebook com mais de 35 mil líderes de pequenas e médias empresas (PMEs), 25% das empresas relataram fechamento em fevereiro. Por sua vez, a pesquisa Sobrevivência das Empresas, divulgada em junho pelo Sebrae, aponta que 41% dos entrevistados que fecharam os negócios no último ano citaram explicitamente a pandemia como causa do encerramento das atividades.

A difícil situação das empresas durante a crise provocada pelo coronavírus, provocou uma mobilização por parte de instituições e organizações dos setores público e privado para proporcionar mais condições de sobrevivência das empresas e possibilitar a retomada econômica no País Entre as soluções encontradas se destaca a prática das permutas multilaterais, sistema em que empresas ou profissionais liberais fazem trocas de produtos e serviços por meio de uma plataforma digital, onde as trocas podem ser feitas com qualquer usuário e não ficam restritas a apenas duas pessoas ou empresas. 

Neste ano, por exemplo, o Sebrae-SP firmou parceria com a plataforma de permutas multilaterais XporY.com para fornecer aos micro e pequenos empresários novas possibilidades de negociações. Segundo o edital da entidade, as permutas são uma forma de as empresas reduzirem o custo de operações e uma possibilidade de empreendedores movimentarem seus estoques parados e serviços ociosos. Ao se cadastrar gratuitamente na plataforma, o usuário pode disponibilizar todo o seu portfólio de produtos para atrair venda para novos clientes participantes da rede. A cada venda receberá pagamento na moeda digital da XporY.com e poderá utilizar este crédito para consumir os serviços e produtos de sua preferência de qualquer usuário da rede, aumentando, assim, as oportunidades de conexões e networking, monetizando a sua ociosidade e otimizando seu fluxo de caixa. 

Segundo o sócio-fundador da XporY.com, Rafael Barbosa, a parceria estimula novos negócios e incentiva a inclusão digital de pequenos e médios empreendedores. “Nesse processo, cada empresa ou profissional oferece gratuitamente seu produto na plataforma digital e recebe pelo serviço ou produtos créditos em uma moeda digital, por meio do qual poderá adquirir qualquer oferta disponível no sistema que conta com mais de 10 mil usuário pelo País”, completa o empresário, que também é especialista em economia colaborativa.

Outra iniciativa, também em São Paulo, envolve o mercado de startups. Mesmo atuando com a inovação, essas empresas apresentaram uma queda de faturamento durante o período de pandemia da Covid-19 de 68%, ainda abaixo da queda de 87% registrada pelos pequenos negócios, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae. Diante desse cenário, uma parceria desenhada entre o Sebrae, a Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e a XporY.com busca incentivar e acelerar o desenvolvimento de negócios inovadores entre os universitários, usando as permutas.

A parceria organizou uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), a Biosphere, para atuar como aceleradora no meio universitário na região do ABC Paulista. De acordo com o coordenador do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura (Conjuscs), Jefferson José da Conceição, o hub terá três eixos prioritários, envolvendo saúde, indústria criativa e indústria 4.0. “As startups nascem com muitas dificuldades em diversas áreas, como contábil, financeira e jurídica. A economia colaborativa se torna importante nesse cenário para apoiar essas empresas em um momento fundamental para o seu crescimento e sustentação”, destaca o coordenador, um dos idealizadores do projeto.

A sociedade terá uma unidade dentro da universidade para acelerar cerca de 10 startups por ciclos de seis meses a um ano. “É um projeto que une e integra o Sebrae, o meio acadêmico e o ramo empresarial com o objetivo de despertar a cultura empreendedora já na universidade, apostando, principalmente, na tecnologia como meio de alavancar os negócios”, destaca Barbosa.

Para especialistas da área, a economia colaborativa pode ser uma solução para que o mundo evite crises sucessivas e consiga superar períodos de dificuldades, como o do coronavírus. Para especialista em novas economias e futurista, Lala Deheinzelin, é necessário a complementariedade entre a economia colaborativa e a tradicional para que exista um equilíbrio no sistema. “Uma é a centralizada, que vê o todo, tem tecnologia e padrão que, no caso do sistema econômico, são as moedas fiduciárias, emitidas pelo governo. Por outro lado, uma economia distribuída, que tem uma diversidade de elementos que atribuem valor a uma moeda e que a permite circular. O centralizado é eficiente e o distribuído é resiliente, por isso complementares”, destaca a especialista, considerada uma das top 3 da América Central e Latina, além de já ter atuado como conselheira especial de projetos relacionados à Economia Criativa, Cultura e Desenvolvimento da ONU.


Projeto de Lei

As permutas multilaterais já estão ganhando espaço no debate público em outros estados. Em Goiás, por exemplo, tramita o Projeto de Lei nº 2039 que busca instituir uma política estadual de estímulo, incentivo e promoção da economia colaborativa, que vai fortalecer o uso das permutas com esse propósito. Atualmente, o Projeto de Lei já conta com parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa e foi encaminhado para a Diretoria Parlamentar pela Comissão de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia. 

Para o deputado estadual Virmondes Cruvinel, autor da proposta, a expectativa é de que o projeto seja votado e aprovado pela Casa. “Apresentamos conversas de alto nível com os demais colegas da Assembleia e tenho visto uma aceitação muito forte por parte deles. Acredito que teremos ampla maioria nesse projeto e conseguiremos proporcionar novas alternativas para os empresários goianos”, comenta o deputado.

 

Pesquisa mostra que professores são importantes para 80% dos brasileiros

 Plataforma TIM Ads ouviu mais de 128 mil pessoas em todo o país, com o objetivo de compreender a relevância da profissão às vésperas da celebração nacional do Dia dos Professores

 

A TIM promoveu pesquisa realizada com 128 mil clientes do plano pré-pago de todo o Brasil, com o objetivo de compreender a opinião do público sobre a importância da docência. Foi também coletada a visão mais recente dos próprios profissionais da Educação sobre as vantagens e desvantagens da profissão, além das dificuldades ainda enfrentadas na pandemia.

Uma das principais constatações da enquete diz respeito à relevância do professor para a vida: 68% dos entrevistados disseram ser uma profissão “muitíssimo importante” e 12% avaliaram como “importante” – totalizando 80%. Em contraste, outros 11% avaliaram como “pouco” ou “nada importante”, enquanto 9% mostraram indiferença, afirmando que a figura de um professor é “nem muito nem pouco importante”.

Já 11% dos respondentes que exercem ou exerceram a função de professor apontaram os prós e contras da profissão. Como vantagem, empataram com 25% o fato de poder ser uma influência para o futuro da sociedade e de poder contribuir com a formação das pessoas. Já 21% apontaram como benefício do professorado a oportunidade que se tem de contribuir para uma melhora do país. Apenas 9% enxergam a profissão como fonte de renda.

Em relação às desvantagens, liderou a falta de reconhecimento (22%), a baixa remuneração (20%), a falta de respeito (18%) e também a falta de interesse e dedicação dos alunos (17%). O estresse elevado também foi reclamado por 16% dos professores, assim como a falta de engajamento do país em relação à atividade docente, que foi mencionada por 11%.

A pesquisa também trouxe uma atualização em relação às dificuldades enfrentadas pelos professores durante a pandemia. A falta de acesso à internet lidera as reclamações, mencionada por 15% dos participantes. Eles ainda apontaram como dificuldade a retenção da atenção dos alunos durante as aulas online (12%) e o despreparo das famílias para apoiar os jovens (11%).  Por outro lado, 8% se queixaram de despreparo dos próprios professores para dominar aulas à distância.    

O levantamento obteve respostas de clientes de 14 a 60+ anos de idade, sendo o principal público respondente das faixas etárias até 24 anos (50%) e de até 35 anos (30%). Entre as 128.479 pessoas ouvidas, 11% identificaram-se como professores ativos ou inativos, sendo 44% da rede pública, 32% da rede privada e outros 32% professores particulares.

A pesquisa foi aplicada de 13 a 19 de setembro, pela plataforma TIM Ads da própria operadora, que concede bônus para navegação na internet em troca de respostas. Os dados dos usuários são mantidos em sigilo e apenas o resultado final é publicado.



Investimento em Educação


A TIM valoriza os profissionais de Educação e tem investido em iniciativas que fomentam o ensino remoto, ajudando a promover o desenvolvimento do país. Em julho, a operadora ingressou na área de Educação e anunciou uma parceria com a Ampli, empresa do grupo Kroton (vertical B2C de ensino superior da Cogna Educação), que permite ampliar o acesso à educação por meio da sua tecnologia, incentivando a democratização do ensino e apoiando o país a aumentar sua taxa de empregabilidade.

Desde então, clientes de todos os planos da operadora – incluindo a ultra banda larga fixa TIM Live e ofertas do segmento corporativo de pequenas e médias empresas – têm descontos na graduação à distância e acesso gratuito a cursos livres da Anhanguera Educacional, por meio de uma plataforma 100% digital, chamada Ampli, avaliada com nota máxima pelo Ministério da Educação (MEC), e sem consumir do pacote de internet.

A parceria oferece mais de 400 cursos livres e cerca de 250 de graduação e pós-graduação no formato de Ensino a Distância (EaD), com aulas mais dinâmicas e apropriadas para pequenas telas.


Empreendedores precisam ficar atentos para regularização de dívidas

Sebrae disponibiliza página no portal com modalidades de negociação que se encontram em aberto


Regularizar os débitos com o Fisco é uma das condições necessárias para os empreendedores conseguirem manter a empresa funcionando e obterem melhores resultados no momento da retomada no pós-pandemia. Para ajudar quem está em débito com impostos, existem diversos instrumentos que preveem condições diferenciadas de transação tributária, ou seja, que permitem negociar condições mais vantajosas para quitar débitos de impostos.

Em entrevista à Agência Sebrae de Notícias, a analista de Políticas Públicas do Sebrae, Lillian Toledo explicou que as transações tributárias são um importante instrumento de regularização fiscal, pois preveem condições diferenciadas como parcelamento em até 142 meses, bem como 100% de descontos em multas juros e encargos.


Qual é a importância das empresas regularizarem sua situação fiscal?

Os benefícios de estar regular com o Fisco são muitos. Isso facilita o acesso a crédito, financiamento de bens como crediários para aquisição de automóveis e maquinários, por exemplo, maior acesso a benefícios bancários, como cheque especial e cartão de crédito. Além disso, com o CNPJ regular é possível emitir a nota fiscal, que é essencial a qualquer negócio. Também é possível obter a Certidão Negativa de Débitos (CND) ou a Certidão Positiva de Débitos com Efeitos Negativos, requisito indispensável para a participação em qualquer licitação.


Quais são os prejuízos para os negócios que não estão em dia com suas dívidas?

Os prejuízos são muitos, sendo que fora as dificuldades de acessar os benefícios que citei anteriormente, o CNPJ pode ser suspenso e depois de algum tempo cancelado. A empresa ainda pode ser inscrita no Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados (Cadin) já dificultando qualquer parceria com o poder público. Para quem está inscrito no Simples Nacional, pode ser excluído do regime, perdendo o benefício da tributação especial.

Em relação às cobranças das dívidas, os prejuízos são ainda maiores, pois além da incidência de multas e encargos que se somam ao valor geral do débito, o empreendedor poderá responder juridicamente por ele por meio de ações de cobranças interpostas pelas procuradorias da Fazenda e da União, Estado ou Município, a depender de quais impostos estejam atrasados. Nesse caso, se não pagar a dívida poderá ter bens ou valores penhorados.


Quais são as modalidades disponíveis no momento?

Existe uma enorme pluralidade de editais no momento e que aumenta o leque de opções disponíveis aos pequenos negócios para realizarem a regularização tributária. Além da possibilidade de quitar os débitos fiscais, o empresário também pode regularizar o CNPJ, um requisito indispensável ao acesso a programas emergenciais, a crédito e às compras públicas, por exemplo.

No momento, além das modalidades permanentes, há diversas modalidades abertas que oferecem boas condições de negociação:  Transação para o Setor de Eventos, Extraordinária, Excepcional, Excepcional para Débitos Rurais e Fundiários, Pequeno Valor e Contencioso Tributário.


Como o processo de negociação é feito?

As simulações e adesões aos editais e pagamentos das parcelas são feitos de forma 100% digital, por meio dos portais Regularize da PGFN e pelo E-cac da Receita Federal.


Como o Sebrae tem ajudado nesse processo?

Na nossa página de políticas públicas é possível encontrar diversas oportunidades para os pequenos negócios, tais como acesso a crédito, medidas emergenciais para amenizar os efeitos da pandemia da Covid-19 e possibilidade de negociação das dívidas fiscais por meio das transações tributárias. 

Esse conteúdo é essencial para que o empreendedor possa regularizar seus débitos com a União por meio do acesso a condições diferenciadas, como parcelamentos em até 142 vezes e descontos de até 100% em multas e juros. São oportunidades de regularizar o CNPJ feitas de forma online disponíveis até 31 de setembro e que podem ser conferidas na aba Negociações de Dívidas na página de políticas públicas do Sebrae.


quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Dia dos Professores: educadores destacam a importância dos pets no desenvolvimento escolar durante a pandemia no Brasil

Estudo realizado pela Mars Petcare revelou que os pets reduzem o estresse das crianças durante a aprendizagem virtual e aumenta os níveis de energia e motivação

 

Na próxima sexta-feira (15/10) é celebrado no Brasil o Dia do Professor. A data, muito especial não só no calendário escolar, visa homenagear e ressaltar a importância desse profissional em nossa sociedade, que teve um papel fundamental durante a pandemia para as crianças e jovens no âmbito escolar, adaptado de um dia para o outro com o isolamento social.

Diante desse novo cenário híbrido, com mais de um ano educando à distância, e agora com parte dos estudantes brasileiros retornando ao ensino presencial, mas com a continuidade de atividades online, a Mars Petcare realizou um estudo inédito para avaliar as percepções dos professores sobre os benefícios potenciais dos animais de estimação na sala de aula virtual.

"Os pets têm ocupado um papel cada vez mais importante dentro das famílias, e a pandemia intensificou a relação entre os tutores, principalmente pelas mudanças de hábitos que afetaram grande parte da população, incluindo as crianças. O intuito da pesquisa com os professores e famílias era entender, no cenário brasileiro, como os pets têm interagido com os estudantes durante o momento de aprendizagem online e como isso pode ser benéfico daqui para frente, mesmo com o retorno ao ensino presencial.", explica Sheila Guebara, Diretora de Assuntos Corporativos da Mars Petcare.

Os dados mostraram que 79% dos professores notaram que seus alunos se sentem menos estressados na sala de aula virtual quando seu animal de estimação está por perto, e 83% dos entrevistados acham que a interação com o pet é importante para reduzir a ansiedade. Outro ponto relevante foi a constatação de que 87% dos professores dizem que ter um animal de estimação em casa pode ajudar as crianças a se sentirem menos solitárias.

No Colégio Agostiniano Mendel, que fica no Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, os pets também contribuíram para as aulas. E, em alguns casos, de forma "planejada". É o que conta a professora Claudia Paula Dantas Affonso, do 3º ano do Ensino Fundamental.

"Desde que começaram as aulas remotas, percebi que teria a visita das minhas gatas durante as aulas e logo as apresentei para os alunos. Sabia que a Lili e a Betina iriam entrar no cômodo, subir na mesa, participar mesmo e aí decidi mostrar as duas para a turma. A reação deles foi imediata. Todo mundo abrindo a câmera, perguntando delas e querendo mostrar os seus pets", afirmou Claudia, que relembrou do começo das aulas remotas:

"Aquele começo foi um período bem difícil, todo mundo se acostumando com o novo sistema e entendendo as dinâmicas das aulas. A gente sabe que muda a dinâmica toda da aula, tem os sons da casa, do nosso ambiente, do ambiente dos alunos, então fomos nos acostumando. E percebi logo no começo que quando eu mostrava as duas gatas, as crianças interagiam bem mais, abriam a câmera, mostravam os pets delas, conversavam mais com a gente, procuravam os bichinhos delas para mostrar. Isso ajudou muito para prender a atenção e engajar mais. E, até por isso, sempre que dava também usava as gatas para ajudar na aula, se fazia sentido para a matéria que eu estava ensinando."

Na casa da Fernanda Vannucci, mãe da Bruna e Andre, que atualmente estão respectivamente no 5º e 3º anos do Ensino Fundamental do Colégio Agostiniano Mendel, dois cachorros também contribuíram muito para o aprendizado das crianças. E não somente em matemática ou português, já que Bruna e o Sexta-Feira, um dos cachorros, também chamaram a atenção por conta dos seus dotes artísticos.

"Uma das atividades da escola foi um show de talentos, em que as crianças puderam se apresentar se quisessem. A Bruna quis e tocou a gaita dela e o Sexta-feira participou junto com ela, uivando, parecia que estavam cantando juntos. Foi um sucesso, as crianças adoraram. A professora adorou também, algumas famílias que estavam acompanhando também se divertiram e a minha filha e o cachorro até se apresentaram mais de uma vez. Isso foi muito importante, porque as crianças também interagiram mais, o que foi muito importante durante esse período de isolamento. A gente viu que as crianças também mostravam os cachorros, os pets. Ajudou muito nesse sentido, porque eles ficaram muito tempo sem verem os outros, essa proximidade maior fez muita diferença e contribuiu também para o aprendizado", destacou Fernanda.

"Os pets ajudaram e ajudam bastante contra a ansiedade. Algumas vezes pode atrapalhar a concentração na aula, mas contribuiu bem mais no fim. O cachorro fica ali como companhia, ajuda a prestar atenção e como eu disse anteriormente, na interação com os outros alunos e as professoras. E também ajudaram muito fora das aulas, porque foi um período difícil, só entre os irmãos e os pais, quase sem contato com outras pessoas. Então, a alegria dos cachorros fez toda a diferença para a gente."

Mais detalhes sobre o estudo podem ser vistos aqui .

 

 

Mars, Incorporated 

www.mars.com/brazil/pt


Albatrozes-gigantes frequentam o Brasil durante todo o ano, revela estudo do Projeto Albatroz

Albatroz-de-Tristão (Foto: Dimas Gianuca/Projeto Albatroz)


Dados chamam atenção para o potencial impacto da frota nacional de espinhel pelágico sobre espécies ameaçadas de extinção

 

As águas brasileiras abrigam cerca de 40 espécies de aves da ordem dos Procellariiformes, número que representa um terço da diversidade global do grupo, e mais de dois terços da diversidade no Oceano Atlântico. Pesquisadores do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, realizaram uma pesquisa com contagens de aves feitas em mais de 900 lances de pesca feitos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil entre os anos de 2002 e 2017, revelando a presença destas quatro espécies durante todo o ano na costa brasileira. O estudo foi o primeiro a verificar a distribuição espacial e sazonal das diferentes espécies de albatrozes-gigantes associados a embarcações da frota nacional de espinhel pelágico. 

Os albatrozes são espécies oceânicas subantárticas, ou seja, são aves que passam a maior parte da vida sobre o oceano e retornam às ilhas localizadas no Atlântico Sul e Nova Zelândia, a cada um ou dois anos, apenas para se reproduzir. Das 40 espécies de aves procellariformes, o Projeto Albatroz pesquisou quatro das seis espécies do gênero Diomedea, chamadas de albatrozes-gigantes: albatroz-viageiro (D. exulans), albatroz-real-do-sul (D. epomophora), albatroz-real-do-norte (D. sanfordi) e o albatroz-de-Tristão (D. dabbenena).

Devido a fatores como poluição por microplástico, mudanças climáticas, introdução de espécies exóticas em seu habitat e especialmente a captura incidental pela pesca de espinhel, estas aves estão ameaçadas de extinção em diferentes níveis. A frota de espinhel pelágico brasileira apresenta uma das maiores taxas de captura de aves marinhas do mundo. Estima-se que a pesca de espinhel globalmente seja responsável pela morte de até 320 mil aves marinhas anualmente e, destas, até 14 mil podem ocorrer em águas brasileiras, sendo 5 mil em pescarias de espinhel pelágico e 9 mil em pescarias de petrecho misto.

A pesquisa ‘Distribuição espaço-temporal de albatrozes-gigantes Diomedea spp. associados a pescarias de espinhel pelágico no sul e sudeste do Brasil’ buscou analisar a distribuição dessas espécies no Brasil e em águas internacionais adjacentes a fim de gerar subsídios para a avaliação de potencial impacto desta modalidade pesqueira na mortalidade das aves e ter mais informações para novas estratégias de conservação.

 

Distribuição sazonal

Embora os albatrozes sejam avistados próximos à costa brasileira com mais frequência durante o inverno, quando eles migram das águas geladas do Atlântico Sul em busca de alimento e temperaturas mais amenas, a pesquisa revelou que algumas espécies também podem ser encontradas no restante do ano. Dos 912 lances de pesca analisados na amostra da pesquisa, albatrozes-gigantes foram observados nas proximidades de 41,4% deles. 

Os registros foram agrupados em quatro categorias, seguindo padrões de bico e plumagem: albatroz-viageiro e albatroz-de-Tristão, de difícil separação a partir de caracteres de plumagens, e distinguíveis apenas por morfometria, foram incluídas em uma categoria única; os albatrozes-reais do sul e do norte foram identificados como categorias separadas, com base em padrões de coloração da plumagem. Por fim, aves em condições que não permitiram ter suas características específicas avaliadas foram incluídas na categoria dos albatrozes-gigantes.

Entre a primavera e o verão, houve registro de albatrozes-gigantes em 35,5% dos 285 lances de pesca amostrados, e no período de outono/inverno, em 44,1% dos 627 lances. Os padrões de frequência de ocorrência por espécie variaram sazonalmente: nos meses quentes, o grupo formado por albatrozes-viageiros e albatrozes-de-Tristão foi o mais frequente (17,5%) nos arredores dos barcos de pesca, seguido pelos indivíduos não identificados em nível de espécie (12,6%), albatroz-real-do-sul (4,2%) e albatroz-real-do-norte (1%). 

Já nos meses mais frios, o grupo de espécie não identificada foi o mais frequente no entorno dos barcos de pesca monitorados (18,5%), seguido pelo grupo albatrozes-viageiros e albatrozes-de-Tristão (13%), albatroz-real-do-norte (6,5%) e albatroz-real-do-sul (6,2%).

 

Interação e monitoramento

De acordo com Gabriel Canani Sampaio, biólogo doutorando em Oceanografia Biológica pela FURG e pesquisador colaborador do Projeto Albatroz em Rio Grande (RS), os dados da pesquisa expandem o conhecimento sobre a utilização da Zona Econômica Exclusiva brasileira, e águas internacionais adjacentes, por essas aves para além dos registros anteriores, especialmente no caso dos albatrozes-reais-do-sul (D. epomophora) e albatrozes-reais-do-sul (D. sanfordi).

“Entender os padrões de distribuição de espécies oceânicas é um desafio em qualquer cenário, seja por censos a bordo ou rastreamento. Fazer isso com espécies menos frequentes, como os albatrozes-reais, requer um esforço temporal e de amostragens extenso, de forma a dar mais robustez aos resultados. Neste trabalho utilizamos o maior banco de dados sobre avistagens dessas aves no Atlântico Sul Ocidental, que é o resultado de mais de 30 anos de parceria entre o Projeto Albatroz e empresas de pesca, que nos levam a bordo para realizarmos nossas pesquisas. Estes resultados são muito importantes, e reforçam que as regiões oceânicas brasileiras são muito importantes para os albatrozes e petréis.”

Outra espécie identificada em águas brasileiras durante todo o ano foi o albatroz-de-Tristão (D. dabbenena), criticamente ameaçada de extinção. Estima-se que a Ilha Gough e a Ilha Inacessível, únicos santuários de reprodução desta espécie no mundo, tenham cerca de 2500 casais reprodutivos. Dentre os resultados da pesquisa, um dos pontos importantes, é o fato de que estas aves estão em nossas águas durante o período de cuidado parental, devido à proximidade de suas colônias, sendo importantes para o sucesso reprodutivo da espécie.

Para Caio Marques, gerente técnico do Projeto Albatroz, o estudo trouxe à tona dados relevantes que somam esforços à conservação em águas brasileiras e internacionais. “Os padrões de frequência de ocorrência e abundância revelados pela pesquisa demonstram a presença de albatrozes-gigantes durante todo o ano, nos ajudando a entender melhor a biodiversidade marinha brasileira e o potencial impacto da frota nacional de espinhel pelágico sobre essas espécies ameaçadas”, afirma. “Estes dados poderão ser compartilhados com pesquisadores dos países vizinhos e servir de subsídio para a criação de políticas públicas que contribuam para a conservação destas espécies em escala global”.

 

Projeto Albatroz

Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz, que tem o patrocínio da Petrobras. O Projeto é coordenado pelo Instituto Albatroz - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que trabalha em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores.

A principal linha de ação do Projeto, nascido no ano de 1990, em Santos (SP), é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar Políticas Públicas e a promoção de ações de Educação Ambiental junto aos pescadores, jovens e às escolas. O resultado deste esforço tem se traduzido na formulação de medidas que protegem as aves, na sensibilização da sociedade quanto à importância da existência dos albatrozes e petréis para o equilíbrio do meio ambiente marinho e no apoio dos pescadores ao uso de medidas para reduzir a captura dessas aves no Brasil. 

Atualmente, o Projeto mantém bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS), Cabo Frio (RJ) e Natal (RN).

www.projetoalbatroz.org.br


Dos memes à onça-pintada: mercado de arte digital ganha projeto inédito da AMPARA Silvestre

Organização lançará 10 mil imagens virtuais exclusivas, cuja venda reverterá em apoio à proteção animal. Modelo Isabeli Fontana é madrinha da iniciativa

 

Arremates com valores na faixa dos milhões são comuns quando se tratam de renomadas obras de arte. Mas, recentemente, tem chamado atenção a compra de imagens que estão somente no mundo virtual, incluindo memes negociados por impensáveis R$ 20 milhões. 

De olho nessa tendência, que utiliza a tecnologia NFT (token não-fungível), a AMPARA Silvestre terá seu trabalho beneficiado por meio da venda de uma coleção de artes digitais inspiradas na onça-pintada, animal ameaçado de extinção que recebe apoio da organização tanto na reintrodução na natureza quanto na oferta de condições adequadas aos que precisam viver em cativeiro

Ainda considerado novo pela maior parte da população brasileira, o mercado de criptoativos conta com projetos em todo mundo em que um percentual da venda é repassada às causas sociais. Novidade no Brasil, o lançamento da venda virtual de imagens, que beneficiará a AMPARA com 40% do valor de cada arte, é feito em parceria com o Yoshie Lab Design. Juntos, criaram o projeto PowerJags, uma coleção de 10 mil NFTs que estarão à venda no dia 14 de novembro no site www.powerjags.io.

A soltura de Ousado, onça-pintada vítima dos incêndios florestais no Pantanal que foi socorrida pela equipe de resgate de fauna da AMPARA Silvestre com queimaduras de segundo grau nas patas, é uma das grandes inspirações do projeto.

"A notícia sobre o retorno de Ousado à natureza correu o mundo emocionando muita gente. Então, decidimos criar uma 'soltura digital' dos NTFs em seu lançamento, como uma forma de destacar a importância dos projetos de reintrodução dos animais em seu habitat natural", afirma Marina Yoshie, diretora do Yoshie Lab Design.

A tecnologia NFT é usada para vender produtos digitais autorais como imagens, músicas, vídeos, filmes, mensagens de redes sociais e os famosos memes. "Você compra um número que representa uma imagem, mas você não sabe qual imagem será. No nosso trabalho de campo, libertamos as onças de caixas de transporte para voltarem ao seu habitat após se recuperarem. No projeto, quando a soltura acontecer, no dia seguinte da compra, você saberá qual é o desenho da sua onça”, explica a vice-presidente da AMPARA, Marcele Becker.

O coordenador geral do PowerJags, Junior Camargo, diz que as NFTs serão vendidas por um preço que, se convertido da moeda virtual, gira em torno de R$ 520. Para comprar, os interessados em ajudar a causa deverão ter ou abrir uma conta em corretora de criptomoeda, em um processo semelhante ao de um banco virtual e, ao depositar dinheiro, o valor será convertido para a uma moeda digital.

Serão permitidas compras de até 20 artes de onças por pessoa, cada uma tem um desenho exclusivo - e pode ser que o comprador tenha a sorte de receber uma mais rara, como a onça preta. Com a carteira na corretora, a AMPARA poderá fazer o caminho inverso e converter a moeda digital para a real para investir em suas ações no Brasil.

“Estamos procurando pessoas interessadas na causa que, por meio do seu amor pelos animais e pela preservação, acabarão criando uma comunidade dentro do PowerJags. Estamos abertos para tirar dúvidas sobre as compras. Além de ajudar a AMPARA, a pessoa deve perceber que também estará investindo, já que as NFTs podem se valorizar e serem vendidas por um valor maior que o adquirido”, observa Camargo.

A modelo Isabeli Fontana é a madrinha do projeto PowerJags. Apaixonada por causas de defesa do meio ambiente, ela apoia o trabalho da AMPARA e contribuirá com a divulgação do projeto em suas redes sociais.

"Saber que a AMPARA terá uma parte significativa de suas vendas realmente me tocou, porque as ações de preservação da onça-pintada necessitam de um aporte financeiro muito robusto. Essa é, portanto, uma nova forma muito bem-vinda de buscar recursos para defender a natureza", comenta Isabeli.

 



SOBRE A AMPARA ANIMAL

Em atividade desde 2010, A AMPARA Animal é a maior organização de proteção animal do país e atua pela defesa dos direitos e respeito aos animais. Desde 2013, tem a certificação de OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), comprovando sua seriedade e transparência administrativa. Em 2015, se tornou a instituição que mais ajuda animais no país, ao se tornar uma “ONG mãe” que ampara mais de 450 abrigos com cerca de 10 mil animais, auxiliados com ração, medicamentos, vacinas, atendimento veterinário, eventos de adoção e projetos de conscientização.

Após seis anos atuando com cães e gatos, a AMPARA Animal iniciou o trabalho com animais silvestres, visando salvar espécies ameaçadas, apoiando projetos de reintrodução para equilíbrio da biodiversidade e, também, oferecendo condições adequadas aos animais que estão condenados ao cativeiro. Atuante nos incêndios do Pantanal, com auxílio de resgates de animais ou fornecimento de água por exemplo, o braço silvestre da organização conta com três recintos para abrigar espécies como a onça-pintada, a preta e a parda.



O QUE É NFT

NFT é a sigla de token não-fungível, um registro de um ativo em formato digital. Quando uma pessoa compra o ativo, ela se torna dona dele por meio de um certificado registrado. Hoje, existe um mercado de criptoativos baseado em imagens, memes, vídeos, personagens de jogos e outras mídias que podem ter seus originais vendidos.

O NFT tem um valor único, como uma obra de arte ou um manuscrito histórico. Ele não exclui que a imagem comprada seja reproduzida na internet, mas só o comprador tem o arquivo original com o token que comprova sua autenticidade. Já existem grandes investimentos no setor, na casa dos milhões, e personalidades como o cantor Snoop Dogg e o jogador Tom Brady participam das comunidades criadas pelos compradores de NFTs


Coletivo busca novos mercados para o pirarucu de manejo sustentável do Amazonas

Adriano Gambarini
Proposta é fortalecer cadeia produtiva que oferece carne de alta qualidade aos consumidores e gera renda justa para comunidades tradicionais que protegem a floresta


Imagine um peixe de água doce que pode pesar mais de 200 quilos e chegar a 3 metros de comprimento. Este é o pirarucu, o gigante da Amazônia, que já esteve na lista de espécies ameaçadas de extinção, mas, graças a ações coletivas de comunidades ribeirinhas e indígenas, esse quadro foi revertido. Hoje, por meio do manejo sustentável, a espécie saiu do mapa de extinção, respeitando o período certo para pesca e gerando renda justa para as populações tradicionais, além de possibilitar a conservação de milhões de hectares de floresta.

Apesar do pirarucu selvagem de manejo sustentável ser um produto de alto valor gastronômico, ecológico e social, os manejadores encontram grandes dificuldades para comercializar o pescado a um preço justo, que cubra os gastos de produção e os remunere proteção da biodiversidade em seus territórios. Desde 2018, o Coletivo do Pirarucu, uma coalizão entre associações comunitárias de manejadores de pirarucu de povos indígenas e comunidades tradicionais do Amazonas, e seus parceiros, governamentais e não governamentais, busca novos mercados que reconheçam o valor socioambiental do pescado de manejo sustentável, e paguem de forma justa as comunidades pela conservação do pirarucu e da floresta em pé.

Este grupo implementou um arranjo comercial que proporcionou um aumento de 75% do valor pago aos manejadores pelo quilo do pirarucu de manejo sustentável. Enquanto a média paga no último ano na região foi de R$4,50/Kg, o arranjo coletivo paga R$7,00/Kg, beneficiando 2.100 pessoas, que tiveram sua renda anual acrescida em R$1,2 milhão. Agora, o Coletivo do Pirarucu estuda abrir novos mercados no exterior para comercializar a carne e também a pele do pirarucu.

O projeto ainda está em fase de estudo e construção de parcerias com organizações especializadas na exportação de produtos com alto valor socioambiental, visando conquistar mercados dispostos a pagar um valor mais alto por um produto que contribui para a conservação da maior floresta tropical do mundo. No futuro, a Amazônia pode se tornar um grande centro produtor de alimentos saudáveis, que pode abastecer parte da população brasileira e global com produtos da sociobiodiversidade, é o que explica João Campos-Silva, presidente do Instituto Juruá, que faz parte do Coletivo do Pirarucu. “O que precisamos no momento é valorizar o manejo e o manejador. Em países desenvolvidos, existe uma cultura mais consolidada onde os consumidores estão dispostos a pagar mais por um produto que tem mais valor social e ambiental. Portanto, novos mercados só fazem sentido se trouxerem uma maior valorização do pescador, que está lá na ponta garantindo um alimento de qualidade e preservação. É nessa perspectiva que o Coletivo pensa na abertura de novos mercados. O maior esforço, por enquanto, tem sido na ampliação e consolidação do mercado interno”, comenta.


Manejo do pirarucu melhora a qualidade de vida de comunidades amazônicas

A comercialização do pirarucu de manejo sustentável permite que comunidades indígenas e ribeirinhas mantenham seus modos de vida tradicionais, com qualidade e em harmonia com um ambiente saudável. Em 2021, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), do Amazonas, liberou a pesca de mais de 4 mil peixes.

Para este ano, o manejador Diomir de Souza Santos, da Associação dos Comunitários Que Trabalham Com Desenvolvimento Sustentável no Município de Jutaí (ACJ), uma das organizações de base membro do Coletivo do Pirarucu, afirma que as expectativas são as melhores. No último ano, a pandemia de Covid-19 atrapalhou o comércio do pirarucu, pois o fechamento dos restaurantes diminuiu a compra da produção . “Além disso, houve um grande aumento do valor dos insumos, que são necessários para a realização da pesca pelos grupos de manejo, como alimentação, combustível, barco e gelo”, comenta o manejador.

O manejo sustentável do pirarucu vem mudando a realidade de muitas comunidades amazônicas. Além de contribuir para a organização comunitária, e para a proteção dos territórios, o manejo é importante fonte de renda para as populações ribeirinhas e indígenas, que investem os recursos oriundos da comercialização do pirarucu em melhorias estruturais para as comunidades e residências, e em equipamentos e insumos para a pesca e para a vigilância dos territórios.“A importância de preservar o pirarucu é justamente a garantia que você está tirando somente aquilo que o recurso é capaz de recuperar no ambiente natural. Isso garante que as comunidades tenham produção ao longo dos anos, gerando renda para os pescadores”, afirma Ana Cláudia Torres, coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá, também membro do Coletivo. Na região do Médio Rio Solimões, área de atuação do instituto, a implementação dos planos de manejo possibilitou o aumento dos estoques de pirarucu em 427% em 22 anos.

O manejo sustentável do pirarucu é regulamentado pelo IBAMA e demais órgãos responsáveis pelas áreas protegidas onde acontece a pesca (ICMBio, FUNAI e SEMA/AM). O pirarucu só pode ser pescado uma vez ao ano, em áreas definidas, e baseadas em cotas de abate emitidas para cada grupo de manejadores, sendo autorizado o abate de no máximo 30% da população de peixes adultos (acima de 1,5 metros), contados em cada ambiente de pesca nos lagos amazônicos.

“Temos a garantia de que 70% dos peixes adultos estão protegidos e permanecerão nestes sistemas naturais reproduzindo e mantendo os estoques saudáveis; além dos adultos, tem-se também nestes ambientes um enorme número de peixes juvenis, jovens e filhotes. Isso garante a sustentabilidade bioecológica da atividade - quer dizer, temos segurança que explorando o pirarucu desta forma não teremos problemas de sobreexploração, por conta de um sistema de exploração pesqueira que não respeitou estes critérios para garantir a viabilidade da pesca sem sobreexplorar os estoques, o que resultou em colocar a espécie em risco de extinção”, lembra Felipe Rossoni, indigenista da Operação Amazônia Nativa.


Gosto da Amazônia apresenta a carne de pirarucu para outras regiões do Brasil

Na Amazônia, o pirarucu é um peixe amplamente consumido há séculos, porém no resto do país, sua carne ainda é pouco conhecida. A marca coletiva Gosto da Amazônia, uma iniciativa do Coletivo do Pirarucu, nasceu como uma forma de promover a comercialização conjunta do pirarucu selvagem de manejo para públicos de outras regiões.

Para Sérgio Abdon, responsável pela área de promoção e eventos da marca coletiva Gosto da Amazônia, qualquer iniciativa que busque novos mercados consumidores deve trazer benefícios para as comunidades manejadoras. “Estamos falando de um produto ainda pouco conhecido fora da região norte do Brasil, que além de ser saboroso e muito versátil para a gastronomia, simboliza uma Amazônia produtiva, sustentável e economicamente viável. Tanto a internacionalização quanto a venda e distribuição do pirarucu selvagem de manejo em outras cidades do país também podem ajudar bastante no aprimoramento gradativo do produto, alavancado pelas normas e preferências de cada mercado”, comenta.

A Gosto da Amazônia já realizou festivais nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Em setembro, entre os dias 09 e 26, está programado para acontecer mais uma edição em Brasília, e no mês de novembro, em São Paulo. Ainda neste ano, o festival deve marcar presença no Rio Gastronomia, maior evento do segmento no país.

“Para o ano que vem, estão no nosso radar Belo Horizonte e uma atuação mais intensa em Manaus. A expectativa é fecharmos o ano com mais de 30 toneladas vendidas para fora de Manaus em 2021, período ainda muito impactado pela pandemia, uma vez que nossos principais clientes nesses mercados são os restaurantes. No ano que vem, esperamos somar a esse volume a venda para indústrias de alimentação e varejo, além de continuar em busca de um crescimento permanente junto ao setor de alimentação fora do lar”, finaliza.


Sobre o Coletivo do Pirarucu

O Coletivo do Pirarucu representa cerca de 4 mil manejadores de povos indígenas e comunidades tradicionais, das bacias dos rios Negro, Solimões, Juruá e Purus, no Amazonas, em aproximadamente 30 áreas protegidas do Amazonas, entre Reservas Extrativistas, Reservas de Desenvolvimento Sustentável, Terras Indígenas e Acordos de Pesca, em 17 municípios do estado. É formado por associações de base de manejadores de pirarucu ribeirinhos e indígenas e seus parceiros governamentais e não governamentais, que trocam experiências e desenvolvem propostas e estratégias conjuntas para a valorização do manejo participativo do pirarucu e comercialização do pescado a preço justo. Em 2019, foi criada a marca coletiva Gosto da Amazônia, com o objetivo de expandir a venda do pirarucu de manejo fora da Amazônia, com a abertura do mercado para as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.


Estudo amplia de 39 para 74 os modos de reprodução conhecidos dos anfíbios e cria nova classificação

Pererecas-marsupiais como a Fritziana goeldii carregam os ovos nas costas e depositam os girinos em água acumulada em bromélias ou ocos de bambu, onde eles concluem o desenvolvimento (foto: Edelcio Muscat)

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Estudo brasileiro publicado na revista Salamandra evidencia como os anfíbios são animais versáteis no que diz respeito a modos reprodutivos: seus ovos e larvas podem se desenvolver de pelo menos 74 formas diferentes.

Assinado por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o artigo compila dados disponíveis na literatura especializada e coletados pelos autores ao longo de décadas de estudo. Além disso, propõe um novo sistema de classificação dos modos reprodutivos para toda essa classe de animais composta por anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas), salamandras e cecílias (cobras-cegas).

“O sistema de classificação anterior, que dava conta só de anfíbios anuros, indicava a existência de 39 variações. Esse número já é impressionante e muito superior ao de outros vertebrados, como répteis, mamíferos e aves, mas ainda não mostrava a real diversidade reprodutiva dos anfíbios como um todo”, explica Luís Felipe Toledo, professor do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp e coordenador do estudo, que tem como primeiro autor o doutorando Carlos Henrique Luz Nunes-de-Almeida.

No total, foram analisadas estratégias de 2.171 espécies de anfíbios, incluindo 80% das famílias desses animais existentes no mundo. O subgrupo dos anuros, composto de sapos, rãs e pererecas e com 7.315 espécies conhecidas, é o mais diverso e teve 2.012 espécies representadas no estudo. Não à toa, contabiliza 71 modos de reprodução, 56 deles exclusivos.

Além da diversidade, o fato de transitarem entre ambientes terrestres e aquáticos fez com que os anuros desenvolvessem as mais variadas estratégias reprodutivas. Em várias espécies de sapos-pipa (gênero Pipa), por exemplo, as fêmeas carregam os ovos nas costas no meio aquático e os filhotes saem prontos para a vida na água, sem que haja uma fase de girino. 

No caso das pererecas-marsupiais (gênero Fritziana), as fêmeas, que são arborícolas, também carregam os ovos nas costas, mas na hora do nascimento de suas larvas procuram água acumulada em bromélias ou ocos de bambu, onde depositam os girinos, que concluem o desenvolvimento nesses ambientes aquáticos. 

Endêmica da Serra do Japi, no Estado de São Paulo, a rãzinha-da-correnteza (Hylodes japi) deposita os ovos numa câmara subaquática construída no leito de pequenos riachos, comportamento antes registrado apenas em peixes (leia mais em: agencia.fapesp.br/22809). 

Algumas espécies podem usar como ninho a água acumulada em bromélias, plantas carnívoras ou em ouriços da castanha-do-pará caídos no chão da floresta amazônica, como a perereca-de-alcatrazes (Scinax alcatraz), o sapinho Microhyla borneensis, de Bornéu, e o sapinho-da-castanha (Rhinella castaneotica), respectivamente (leia mais em: agencia.fapesp.br/23949). 

“O estudo tem impacto em várias áreas. Não só para a história natural e o comportamento animal, mas também na compreensão da evolução dos anfíbios. Ele contribui ainda com futuros trabalhos de conservação e ecologia, pois mostra como espécies de anfíbios podem ser dependentes de certos hábitats e mesmo de outras espécies, como plantas. Uma lagoa que seca ou a extinção de uma bromélia, por exemplo, podem representar o fim de algumas espécies de sapos”, exemplifica Célio Fernando Baptista Haddad, professor do Instituto de Biociências da Unesp, em Rio Claro, coautor do estudo e responsável pela classificação anterior, publicada em 2005. 

Algumas espécies têm mais facilidade para se adaptar, pois desenvolveram mais de uma estratégia para a reprodução. Esse é o caso do sapo Physalaemus spiniger, endêmico do Brasil, que pode se reproduzir de três formas distintas. A depender das condições locais, o casal pode fazer um ninho de espuma numa lagoa, no chão úmido da floresta ou dentro de uma bromélia. 

Essa plasticidade pode ser uma vantagem em cenários de mudanças climáticas, por exemplo. Se as lagoas usadas secam ou as bromélias são extintas, em tese a espécie poderia sobreviver trocando de um modo para outro. Porém, a maioria das espécies, que contam com apenas um dos 74 modos reprodutivos, é considerada ameaçada por alterações no ambiente e no clima (leia mais: agencia.fapesp.br/23217). 

 

Diversidade

O novo sistema de classificação leva em conta 11 características. Considera, por exemplo, se ocorre postura de ovos ou diretamente das larvas ou filhotes; se os ovos são postos diretamente no local, em ninhos de espuma ou de bolhas produzidos pelo próprio anfíbio.

Os ovos podem ser carregados no corpo do animal, postos em ambiente aquático (rios, riachos, poças, lagoas, água acumulada em plantas) ou na terra (em pedras, encostas e mesmo em cupinzeiros). O sistema considera ainda se ocorre algum cuidado parental, como alimentação dos filhotes pelo pai ou pela mãe. As cecílias progenitoras das espécies Boulengerula taitanus e Siphonops annulatus, por exemplo, alimentam seus filhotes com a própria pele.

“A diversidade de modos de reprodução surgiu por pressões seletivas, como competição e predação. Uma lagoa, por exemplo, é um ambiente muito perigoso, cheio de predadores, como peixes, larvas de libélula e outros girinos carnívoros. Quando uma espécie consegue desovar fora da lagoa, numa folha pendurada acima dela, os ovos podem escapar de todos aqueles predadores aquáticos e o girino cai na água quando estiver pronto”, exemplifica Toledo.

Algumas espécies simplesmente pularam a fase larval e nem sequer saem da terra durante todo o ciclo de vida. A superfamília Brachycephaloidea, com mais de 1.100 espécies, entre elas o sapinho-pingo-de-ouro (Brachycephalus rotenbergae), se reproduz pelo chamado desenvolvimento direto. O filhote nasce do ovo como uma miniatura do adulto, pronto para a vida no chão da floresta, sendo suprimida a fase de girino.

Por conta de tamanha diversidade e das constantes descobertas, os pesquisadores ressaltam que o trabalho não é definitivo. Pelo contrário, a publicação abre caminho para que novos modos reprodutivos sejam descritos não só para os anfíbios, como para os outros vertebrados. A ideia é que o sistema possa incluir peixes, répteis, mamíferos e aves – e até mesmo ser adaptado para acrescentar novos grupos e modos de reprodução.

O trabalho é resultado de diferentes projetos de pesquisa ao longo dos anos, muitos deles apoiados pela FAPESP (08/50325-511/51694-714/23388-719/18335-513/50741-714/50342-8).

O artigo A revised classification of the amphibian reproductive modes, de Carlos Henrique Luz Nunes-de-Almeida, Célio Fernando Baptista Haddad e Luís Felipe Toledo, pode ser lido em: www.salamandra-journal.com/index.php/home/contents/2021-vol-57/2054-nunes-de-almeida-c-h-l-c-f-b-haddad-l-f-toledo-1/.

 

 

André Julião

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-amplia-de-39-para-74-os-modos-de-reproducao-conhecidos-dos-anfibios-e-cria-nova-classificacao/37024/


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