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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Novo estudo mostra que 74% dos pacientes graves hospitalizados na América Latina estão de moderada a gravemente desnutridos





Dados revelam que a nutrição parenteral (pela veia) é crucial para que os pacientes atinjam a meta energética diária desejada a pacientes de UTIs


Resultados de um estudo observacional multinacional que investigou1 a situação nutricional na América Latina revelam que pacientes de unidades de tratamento intensivo (UTIs) não estão recebendo o devido suporte nutricional. Os resultados foram coletados em 116 hospitais em oito países da América Latina por meio de um estudo observacional realizado em um dia de identificação (conhecido como Screening Day) e no dia anterior a este, que avaliou 1.053 pacientes graves que receberam nutrição enteral (por sonda) e/ou parenteral (pela veia) nos descritos dias. Os resultados mostraram que 74% dos pacientes estavam moderada ou gravemente desnutridos.

O estudo "Current Clinical Nutrition Practices in Critically Ill Patients in Latin America: A multinational observational study" foi publicado recentemente na renomada revista médica internacional Critical Care. Os dados também revelam que 47,6% dos pacientes de UTIs apresentaram deficiência de proteina e 40,3% ingeriam menos calorias do que o necessário no período do estudo.

Uma análise adicional mostra que os pacientes que receberam uma combinação de nutrição enteral e parenteral tinham menor probabilidade de sofrer de deficiência energética e proteica. Apenas 28,3% dos pacientes que receberam uma combinação de nutrição enteral e parenteral e 36,4% dos pacientes que receberam apenas nutrição parenteral apresentaram uma deficiência energética, em comparação com 42,4% dos pacientes que receberam apenas nutrição enteral. De forma similar, 50,3% dos pacientes que receberam apenas nutrição enteral tiveram uma deficiência proteica, em comparação com apenas 36,2% no grupo que recebeu uma combinação dos dois tipos de forma de nutrição, e 37,4% no grupo que recebeu apenas nutrição parenteral.

Portanto, a forma mais eficaz de suporte nutricional parece ser a nutrição parenteral complementar, que aumenta a possibilidade de os pacientes atingirem suas metas energéticas diárias em 64%. Em comparação com a nutrição enteral sozinha, a nutrição parenteral complementar aumenta a possibilidade dos pacientes atingirem as metas energéticas e proteicas em 56%. Apesar disso, a combinação dos dois tipos de nutrição dentro da realidade atual era de apenas 11% nos hospitais participantes.

A desnutrição não tratada em hospitais leva a um maior risco de resultados clínicos deficientes2-6, maior taxa de retorno ao hospital e maior risco de aumento da mortalidade7. A distribuição adequada de recursos para assegurar que os pacientes sejam corretamente identificados e avaliados quanto à desnutrição é necessária para reduzir esse risco.

"A desnutrição é um problema sério em nossa rotina clínica", afirmou a Dra. Karin Papapietro Vallejo, médica e Chefe de Terapia de Nutrição Clínica do Hospital Clínico da Universidade do Chile, e uma das autoras do estudo. "Nossos achados mais recentes revelam o valor da nutrição parenteral particularmente em pacientes na UTI. Esta informação destaca a importância de implementar um protocolo de nutrição de acordo com diretrizes e recomendações para melhorar a ingestão energética e proteica dos pacientes graves que estão hospitalizados".

O Screening Day América Latina é parte da "Unidos pela Nutrição Clínica", uma iniciativa lançada em 2015 pela Fresenius Kabi, uma empresa global da área de saúde, especializada em nutrição clínica. Para isso, 116 hospitais em oito países latino-americanos (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá e Peru) participaram do estudo que caracterizou a prática da nutrição clínica em 1.053 pacientes de UTIs. Os resultados iniciais e os relatórios do estudo podem ser encontrados no site da campanha: http://www.unitedforclinicalnutrition.com/.


 

Como o teatro pode ajudar profissionais a se comunicarem melhor em reuniões



A boa comunicação permite transmitir mensagens claras durante a reunião, porém, nem todo mundo sabe fazer isso naturalmente

Atores são conhecidos por serem extrovertidos, desinibidos e bons de improviso. Essas características parecem pouco necessárias para executivos de sucesso, porém, elas podem fazer a diferença na carreira de qualquer profissional.
É aí que universos tão diferentes se cruzam: o teatral e o corporativo. O teatro já é muito utilizado por empresas para potencializar a capacidade de comunicação, melhorar a postura corporal e adequar a formalidade nas relações de seus executivos, comportamentos essenciais em qualquer reunião.
Ao manter uma boa comunicação durante as reuniões, o profissional é capaz de gerar compreensão e engajamento dos participantes, o que é fundamental para definir os rumos dos negócios.
No entanto, nem todos os profissionais se comunicam com facilidade: é comum que muitos se sintam nervosos ao falar com desconhecidos ou na frente de muitas pessoas, que sejam muito retraídos ou que usem um tom de voz inaudível, por exemplo.
Nesses momentos, o desenvolvimento da comunicação por meio de técnicas utilizadas pelos atores de teatro pode ser muito útil para: 

Vencer a timidez
Muito recomendado para as crianças tímidas na escola, o teatro também é ideal para os executivos que precisam deixar a timidez de lado na hora de encarar os desafios da vida profissional.
Nas aulas ou oficinas para esse fim, os alunos vão trabalhar suas capacidades interpessoais, aumentar sua desenvoltura e exercitar a criatividade. Dessa forma, eles poderão comandar apresentações, debater ideias e fazer networking com mais facilidade em qualquer reunião. 

Contratar funcionários
Para muitos executivos, entrevistar o candidato a uma vaga de emprego é uma situação extremamente desconfortável. Além disso, muitos deles não sabem como propor uma dinâmica em grupo e avaliar seus resultados.
Com algumas intervenções, como uma encenação de improviso sobre um momento da vida do executivo, eles podem obter insights valiosos relacionados aos itens que devem ser considerados para analisar o perfil do candidato e ponderar se ele está apto ou não para a vaga. 

Aprimorar a fala
Ter uma voz mais agradável, falar mais alto, obter qualidade vocal, não exagerar no sotaque e acertar o discurso são dificuldades que podem desestabilizar os executivos durante as reuniões. Felizmente, todos esses pontos podem ser trabalhados, assim como fez o Rei George VI há quase cem anos.
Exercícios de voz e de dicção, como aqueles feitos pelos artistas profissionais, ajudam a amenizar esses inconvenientes, contribuindo para uma comunicação mais eficiente. Uma boa alimentação e uma respiração adequada fazem parte dessas tarefas. 

Adequar expressões faciais e corporais
O uso eficaz de linguagem corporal possui um papel-chave na comunicação. Ela vai auxiliar a transmitir confiança, segurança e autoridade enquanto o executivo estiver falando – e até mesmo quando ele estiver em silêncio.
Olhar nos olhos, movimentar estrategicamente a cabeça, jamais cruzar os braços e muitas outras atitudes permitem a transmissão da mensagem corretamente. O teatro irá ajudar o executivo a perceber qual é o momento certo de colocá-las ou não em prática. 

Demonstrar emoções
Enquanto que em determinados negócios as emoções devem ser deixadas de lado, em outros, elas contribuem para o sucesso profissional, assim como mostrou o publicitário Don Draper, da série Mad Men, ao “vender” uma ideia de campanha para o lançamento do projetor de slides da Kodak.
Certas emoções podem ser treinadas para aflorar no momento certo e da forma certa, provocando nos interlocutores uma experiência única e compatível com o que eles estão buscando. Também é possível reprimir algumas emoções para evitar confusões durante as reuniões. 

Ser empático
A empatia é uma capacidade muito valorizada dentro das empresas, especialmente em situações delicadas. Realizar uma demissão ou se pronunciar sobre uma tragédia, por exemplo, são tarefas que exigem se colocar verdadeiramente no lugar do outro.
No teatro, esse é um exercício realizado o tempo todo, pois todo ator se entrega de corpo e alma ao seu papel. No caso dos executivos, aprendendo a ouvir mais, a se autoconhecer e a compartilhar emoções são formas de aproveitar o teatro como ajuda profissional para exercer a empatia. 

Garantir o bom humor
Com as pressões do dia a dia de trabalho, ao chegar em uma reunião, nem sempre o executivo está contente e já passa a ser visto de forma negativa pelos demais participantes. 

Por outro lado, após uma aula, uma oficina ou uma apresentação teatral capaz de descontrair e ensinar técnicas para controlar as emoções indesejadas, o profissional ficará mais amistoso, o que é essencial para a primeira impressão e para o relacionamento interpessoal.




Altos executivos e as férias: afinal, como encarar esse dilema?



Poucos temas são tão polêmicos quanto as férias para altos executivos. Aquela imagem do profissional que jamais relaxa, que não consegue desfrutar de nem sequer um minuto de tranquilidade ao lado dos amigos e da família já virou até filmes – comédias ou tragicomédias, é claro – e coachs, psicólogos, médicos, entre outros inúmeros profissionais, sempre vêm a público para enfatizar a importância de todas as pessoas terem períodos de descanso em suas vidas profissionais. 

A questão é tão valorizada que é possível identificar perfis bem distintos que os executivos assumem em relação às férias. Existe, por exemplo, o perfil dos que jamais descansam. Esses são os que nunca tiram férias, trabalham também nos feriados e até nos finais de semana. Seus liderados costumam reclamar dessa postura, afinal, ninguém atua sozinho e essa atitude exige que a equipe esteja de prontidão o tempo todo – ou seja, além de não descansar nunca, esse líder atrapalha muitas férias, feriados e finais de semanas de outras pessoas. Há, ainda, o executivo que trabalha arduamente, mas, que desaparece nas férias. Simplesmente, desliga o celular e não lê e-mails e, com isso, coloca a equipe em pânico, já que várias ações dependem de suas decisões e, com essa ausência total, o trabalho para. E, atualmente, existem os executivos que, de maneira mais preparada, conseguem descansar pontualmente, de forma planejada – e é justamente a maneira que eu vejo como a mais apropriada para o líder atual.

Primeiramente, como líder, percebi que, nas empresas pelas quais passei, em ramos diferentes, sempre havia momentos cruciais de cada projeto, nos quais era impossível tirar férias ou mesmo me ausentar nas emendas de feriado. Nestes momentos, nada mais me restava fazer, além de me dedicar totalmente ao trabalho. Porém, também havia momentos mais tranquilos, nos quais eu podia estender esses feriados e até finais de semana, dedicando à minha família um pouco mais de atenção – porque em casa eu sou apenas o papai e o esposo, e minha família me enxerga de maneira completamente diferente. Também é nesses momentos de maior calmaria que programo minhas férias, sempre mais curtas e nas quais mantenho algum contato com a empresa, realizando até, se preciso, reuniões à distância, porque uma das belezas da tecnologia atual é nos permitir estar “presentes”, de qualquer lugar do planeta.

Agindo desta maneira, percebo o quanto é necessário descansar. É na ausência física do líder que se percebe como está o preparo da equipe, como todos trabalham sem sua presença. Também são nesses momentos que ocorrem muitos insights, que podem promover mudanças ou ações positivas no futuro. Eu, por exemplo, tenho insights nos momentos mais improváveis e, normalmente, eles acontecem justamente quando estou mais relaxado... de repente uma boa ideia aparece. Isso já aconteceu várias vezes! 

E a percepção da importancia desta pausa aconteceu assim, como um insight: eu voltando de férias, engajado, com energia renovada, para acelerar meus projetos e apoiar minha equipe me dei conta de quanto tinha sido importante e quanto eu precisava daquele break (e como a decisão de tirar férias me deixava angustiado por estar fora do escritório). Acredito que cada um, encontrando seu ponto de equilíbrio, pode se beneficiar de momentos de lazer também em benefício do próprio trabalho.







Marcelo Tertuliano - Administrador de Empresas, com 22 anos de experiência na função financeira, dos quais, 15 anos em posições de liderança. Atualmente está à frente da área financeira de uma grande mineradora em Moçambique. É um estudioso do comportamento empresarial mundial.





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