Pesquisar no Blog

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Visão ganha mais cobertura de convênios





Nova cobertura pode reduzir o transplante de córnea no país, além da perda da visão por diabetes e outras doenças na retina.



A atualização da cobertura obrigatória dos convênios médicos que acaba de ser publicada pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) inclui três procedimentos que fazem grande diferença para a saúde ocular do brasileiro. Um deles é o crosslinking. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier, primeiro hospital oftalmológico do Hemisfério Sul, evidências científicas mostram que esta terapia é a única capaz de interromper a evolução do ceratocone. “A doença geralmente surge na juventude, afina e deforma a córnea. No Brasil ainda é a maior causa de transplante de córnea e quando não recebe o tratamento adequado pode se tornar uma doença bastante limitante” afirma o especialista. 

Prova da relação entre o ceratocone e o transplante é a diminuição do número de brasileiros que precisou passar por este tipo de procedimento conforme os registros anuais ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos) desde que o crosslinking passou a ser aplicado no país. Queiroz Neto afirma que isso só foi possível porque a terapia barra a  deformação da córnea, aumentando sua resistência em até três vezes. É um procedimento ambulatorial realizado com anestesia local em que o cirurgião aplica na superfície da córnea vitamina B2 (riboflavina), associada à radiação ultravioleta. Para o especialista os registros da ABTO só não foram mais positivos porque muitos adiaram o tratamento por causa da crise econômica. Resultado: Os dois últimos registros anuais mostram aumento dos transplantes.


12% temem o tratamento, diz pesquisa

Outro problema encontrado em uma pesquisa conduzida por Queiroz Neto com 315 portadores de ceratocone é o medo do procedimento revelado por 12% dos participantes. O especialista afirma que o tratamento é bastante seguro, além de interromper a evolução do ceratocone em 90% dos casos. Ele estima que entre os pacientes atendidos cerca de 4 em cada 10 também experimentam melhora da visão.

“Passar por transplante tem riscos maiores. Por isso, prevenir ainda é o melhor remédio”, afirma.


Barreiras à perda irreversível da visão

Queiroz Neto ressalta que as outras duas novas terapias no rol de procedimentos dos convênios são indicadas no diagnóstico e tratamento de alterações no polo posterior do globo ocular que estão em alta no Brasil por causa do envelhecimento da população. Uma delas é a injeção intraocular com antiangiogênicos um tipo de medicação mais bem tolerada e menos tóxica que a quimioterapia e a radioterapia. É indicada para tratar retinopatia diabética que aumenta em 26 vezes o risco de cegueira entre diabéticos, degeneração macular e outras alterações vasculares no fundo do olho. Apesar da perda da visão central que caracteriza a degeneração macular ser irreversível o especialista afirma que o bom acompanhamento médico permite administrar melhor os fatores de risco.

A outra terapia, destaca, é a OCT (Tomografia de Coerência Óptica), exame que permite a visualização detalhada da retina e do disco óptico. “É uma tecnologia fundamental para o bom acompanhamento do glaucoma, alterações na retina e nervo óptico”, afirma.  Só é efetiva, ressalta, quando o paciente está livre da catarata que impede a visualização do fundo do olho.








Entenda como doenças respiratórias prejudicam a qualidade do sono



Doenças pulmonares crônicas, como DPOC, podem limitar as atividades do cotidiano do paciente e reduzir as horas de sono



Os desafios das doenças respiratórias vão além da dificuldade do diagnóstico e a banalização dos sintomas, frequentemente deixados de lado. Tosse e fadiga são os principais indícios de que algo não vai bem com o sistema respiratório, porém, muitas vezes, os pacientes demoram para procurar ajuda médica. Antes de se consultar com um especialista, é comum que as pessoas busquem receitas caseiras e recorram à automedicação, acreditando que o problema não seja grave. Ao contrário do que se imagina, pacientes com doenças respiratórias crônicas não precisam conviver com os sintomas, já que com o tratamento correto e acompanhamento médico, é possível conviver bem com a condição. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, também conhecida como DPOC, é um dos exemplos desse tipo de doença. Ela é caracterizada pela dificuldade da passagem de ar para os pulmões e pode ser manifestada como bronquite, uma inflamação das vias respiratórias, e/ou enfisema pulmonar, que diminui a elasticidade dos pulmões e provoca a destruição de partes dos pulmões.

Um estudo realizado nos Estados Unidosi, com mais de 13 mil pacientes com DPOC, mostrou que 64% deles sentem que a doença tem impacto negativo na sua qualidade de vida. Os resultados também ressaltam que 76% dos pacientes fizeram teste do sopro e que apenas metade deles usavam pelo menos uma medicação para a DPOC. No Brasil, os dados sobre o conhecimento da doença também são alarmantes. Segundo a pesquisa "Panorama da Saúde do Brasileiro"ii, encomendada pela Boehringer Ingelheim para o IBOPE Inteligência, pouco mais da metade dos brasileiros não sabe nada sobre a DPOC, embora seja uma doença comum e que afeta mais de 7 milhões de pessoas só no Brasiliii.

A DPOC tem como principais sintomas a dificuldade para respirar e o cansaço constante, que podem limitar as atividades do cotidiano do paciente. É comum que pacientes com DPOC despertem algumas vezes durante a noite, porque a condição dos pulmões exige um aumento do seu esforço respiratórioiv. Durante o sono, o metabolismo fica mais lento, causando algumas oscilações na respiração, que não costumam fazer com que pessoas saudáveis acordem, mas, no caso dos pacientes com doenças respiratórias crônicas, essas alterações no fluxo de ar podem provocar tosse e falta de ar durante a noitev. "Muitos pacientes procuram o médico apenas quando começam a ter muitos problemas ao dormir, como despertares e insônia. Uma das queixas mais frequentes é da sensação de cansaço. Por isso, a redução da qualidade de sono está atrelada à baixa qualidade de vida dos pacientes com doenças pulmonares crônicas. Em pacientes especificamente com DPOC, a queda da oxigenação durante o sono pode levar a arritmias cardíacas e ao infarto do coração", reforça o Dr. José Roberto Megda Filho, Pneumologista e Médico do Sono da Residência de Clínica Médica do Hospital Universitário de Taubaté e membro das Sociedades Brasileira e Europeia de Pneumologia.

O Dr. Megda ressalta a importância do acompanhamento da evolução das doenças crônicas: "Além de um tratamento medicamentoso contínuo, também costumo recomendar a prática de exercícios físicos, para estimular a respiração e melhorar a disposição e o condicionamento do paciente. Em alguns casos, também precisamos implementar o uso do oxigênio durante a noite e/ou durante dos exercícios".

Causada pelo tabagismo e pela exposição a poluentes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) será a terceira causa de morte no mundo em 2020vi. A falta de informação sobre os sintomas e a subutilização do exame de espirometria (testes de sopro) são alguns dos principais fatores que dificultam o diagnóstico da doençavii. "Por ser mais observada em pessoas na terceira idade, é comum que a população não dê a atenção devida quando os primeiros sinais aparecem, como tosse e cansaço constantes. Geralmente, os pacientes acreditam que esses sintomas fazem parte do processo de envelhecimento e acham que são consequências naturais do estilo de vida, como sedentarismo e tabagismo e, por isso, demoram em procurar ajuda especializada", explica o Dr. José Megda.

Segundo o GOLD (Iniciativa Global para DPOC), existem 5 sinais que podem ajudar os pacientes a identificar a doença: ter mais de 40 anos, ser fumante ou ex-fumante, ter tosse e catarro constante e sentir cansaço ao fazer esforço. Ao detectar esses sinais, as pessoas devem procurar um pneumologista. Apesar de ser uma doença grave e sem cura, existem medicamentos que são capazes de estabilizar o progresso da doença e controlar os sintomas, aumentando a qualidade de vida dos pacientes. Um deles é o tiotrópio, princípio ativo que é superior na redução do risco de exacerbações moderadas a graves da DPOC, capaz de diminuir em 16% o risco de mortalidade dos pacientesviii.





Boehringer Ingelheim





Referências:
i CDC. Chronic Obstructive Pulmonary Disease Among Adults – United States, 2011. Morbidity and Mortality Weekly Report November 23, 2012; 61(46): 938-43.
ii Pesquisa "Panorama da Saúde do Brasileiro", encomendada pela Boehringer Ingelheim do Brasil para o Ibope Inteligência, 2015.
iii BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças respiratórias crônicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Cadernos de Atenção Básica, n. 25) (Série A. Normas e Manuais Técnicos)
iv Zanchet, Renata Claudia, and Carlos Alberto de Assis Viegas. "Dessaturação noturna: preditores e influência no padrão do sono de pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica com hipoxemia leve em vigília." (2006).
v CABRAL, Marília Montenegro and MUELLER, Paulo de Tarso. Sono e doenças pulmonares crônicas: pneumopatias intersticiais difusas, asma brônquica e DPOC. J. bras. pneumol. [online]. 2010, vol.36, suppl.2 [cited 2017-09-25], pp.53-56. Available from: . ISSN 1806-3713. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132010001400014.
vii Rabahi, Marcelo F. "Epidemiologia da DPOC: enfrentando desafios." Pulmão RJ 22.2 (2013): 4-8.
viii TASHKIN, D et al. Estudo de quatro anos de tiotrópio na doença pulmonar obstrutiva crónica (estudo UPLIFT). Rev Port Pneumol [online]. 2009, vol.15, n.1 [citado 2017-12-08], pp.137-140. Disponível em: . ISSN 0873-2159.




Posts mais acessados