Doenças pulmonares crônicas, como DPOC, podem
limitar as atividades do cotidiano do paciente e reduzir as horas de sono
Os desafios das doenças respiratórias vão além da
dificuldade do diagnóstico e a banalização dos sintomas, frequentemente
deixados de lado. Tosse e fadiga são os principais indícios de que algo não vai
bem com o sistema respiratório, porém, muitas vezes, os pacientes demoram para
procurar ajuda médica. Antes de se consultar com um especialista, é comum que
as pessoas busquem receitas caseiras e recorram à automedicação, acreditando
que o problema não seja grave. Ao contrário do que se imagina, pacientes com
doenças respiratórias crônicas não precisam conviver com os sintomas, já que
com o tratamento correto e acompanhamento médico, é possível conviver bem com a
condição. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, também conhecida como DPOC, é
um dos exemplos desse tipo de doença. Ela é caracterizada pela dificuldade da
passagem de ar para os pulmões e pode ser manifestada como bronquite, uma
inflamação das vias respiratórias, e/ou enfisema pulmonar, que diminui a
elasticidade dos pulmões e provoca a destruição de partes dos pulmões.
Um estudo realizado nos Estados Unidosi,
com mais de 13 mil pacientes com DPOC, mostrou que 64% deles sentem que a
doença tem impacto negativo na sua qualidade de vida. Os resultados também
ressaltam que 76% dos pacientes fizeram teste do sopro e que apenas metade
deles usavam pelo menos uma medicação para a DPOC. No Brasil, os dados sobre o
conhecimento da doença também são alarmantes. Segundo a pesquisa "Panorama
da Saúde do Brasileiro"ii, encomendada pela Boehringer
Ingelheim para o IBOPE Inteligência, pouco mais da metade dos brasileiros não
sabe nada sobre a DPOC, embora seja uma doença comum e que afeta mais de 7
milhões de pessoas só no Brasiliii.
A DPOC tem como principais sintomas a dificuldade
para respirar e o cansaço constante, que podem limitar as atividades do
cotidiano do paciente. É comum que pacientes com DPOC despertem algumas vezes
durante a noite, porque a condição dos pulmões exige um aumento do seu esforço
respiratórioiv. Durante o sono, o metabolismo fica mais lento,
causando algumas oscilações na respiração, que não costumam fazer com que
pessoas saudáveis acordem, mas, no caso dos pacientes com doenças respiratórias
crônicas, essas alterações no fluxo de ar podem provocar tosse e falta de ar
durante a noitev. "Muitos pacientes procuram o médico apenas
quando começam a ter muitos problemas ao dormir, como despertares e insônia.
Uma das queixas mais frequentes é da sensação de cansaço. Por isso, a redução
da qualidade de sono está atrelada à baixa qualidade de vida dos pacientes com
doenças pulmonares crônicas. Em pacientes especificamente com DPOC, a queda da
oxigenação durante o sono pode levar a arritmias cardíacas e ao infarto do
coração", reforça o Dr. José Roberto Megda Filho,
Pneumologista e Médico do Sono da Residência de Clínica Médica do Hospital
Universitário de Taubaté e membro das Sociedades Brasileira e Europeia de
Pneumologia.
O Dr. Megda ressalta a importância do
acompanhamento da evolução das doenças crônicas: "Além de um tratamento
medicamentoso contínuo, também costumo recomendar a prática de exercícios
físicos, para estimular a respiração e melhorar a disposição e o
condicionamento do paciente. Em alguns casos, também precisamos implementar o
uso do oxigênio durante a noite e/ou durante dos exercícios".
Causada pelo tabagismo e pela exposição a
poluentes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica (DPOC) será a terceira causa de morte no mundo em 2020vi.
A falta de informação sobre os sintomas e a subutilização do exame de
espirometria (testes de sopro) são alguns dos principais fatores que dificultam
o diagnóstico da doençavii. "Por ser mais observada em pessoas na terceira
idade, é comum que a população não dê a atenção devida quando os primeiros
sinais aparecem, como tosse e cansaço constantes. Geralmente, os pacientes
acreditam que esses sintomas fazem parte do processo de envelhecimento e acham
que são consequências naturais do estilo de vida, como sedentarismo e tabagismo
e, por isso, demoram em procurar ajuda especializada", explica
o Dr. José Megda.
Segundo o GOLD (Iniciativa Global para DPOC),
existem 5 sinais que podem ajudar os pacientes a identificar a doença: ter mais
de 40 anos, ser fumante ou ex-fumante, ter tosse e catarro constante e sentir
cansaço ao fazer esforço. Ao detectar esses sinais, as pessoas devem procurar
um pneumologista. Apesar de ser uma doença grave e sem cura, existem
medicamentos que são capazes de estabilizar o progresso da doença e controlar
os sintomas, aumentando a qualidade de vida dos pacientes. Um deles é o
tiotrópio, princípio ativo que é superior na redução do risco de exacerbações
moderadas a graves da DPOC, capaz de diminuir em 16% o risco de mortalidade dos
pacientesviii.
Boehringer Ingelheim
Referências:
i CDC. Chronic Obstructive Pulmonary Disease Among Adults – United
States, 2011. Morbidity and Mortality Weekly Report November 23, 2012; 61(46):
938-43.
ii Pesquisa "Panorama da Saúde do Brasileiro", encomendada pela
Boehringer Ingelheim do Brasil para o Ibope Inteligência, 2015.
iii BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças respiratórias crônicas. Brasília:
Ministério da Saúde, 2010. (Cadernos de Atenção Básica, n. 25) (Série A. Normas
e Manuais Técnicos)
iv Zanchet, Renata Claudia, and Carlos Alberto de Assis Viegas.
"Dessaturação noturna: preditores e influência no padrão do sono de
pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica com hipoxemia leve
em vigília." (2006).
v CABRAL, Marília Montenegro and MUELLER, Paulo de Tarso. Sono e doenças
pulmonares crônicas: pneumopatias intersticiais difusas, asma brônquica e DPOC.
J. bras. pneumol. [online]. 2010, vol.36, suppl.2 [cited 2017-09-25], pp.53-56.
Available from: . ISSN 1806-3713. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132010001400014.
vi Institute for Health Metrics and Evaluation. http://www.healthmetricsandevaluation.org/gbd; http://www.healthdata.org/brazil
vii Rabahi, Marcelo F. "Epidemiologia da DPOC: enfrentando
desafios." Pulmão RJ 22.2 (2013): 4-8.
viii TASHKIN, D et al.
Estudo de quatro anos de tiotrópio na doença pulmonar obstrutiva crónica
(estudo UPLIFT). Rev Port Pneumol [online]. 2009, vol.15, n.1 [citado
2017-12-08], pp.137-140. Disponível em: . ISSN 0873-2159.
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