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sexta-feira, 16 de julho de 2021

Paralisia Cerebral: o que é, características e tratamentos


Uma das deficiências mais comuns na infância ela tem tratamento e melhora na qualidade de vida


A Paralisia Cerebral (PC), é considera a deficiência mais comum da infância, e é caracterizada por alterações neurológicas permanentes que afetam o desenvolvimento motor e cognitivo, envolvendo o movimento e a postura do corpo e é claro, afetando o dia a dia do portador. Além disso, a desordem motora na paralisia cerebral pode ser acompanhada por distúrbios sensoriais, perceptivos, cognitivos, de comunicação e comportamental, por epilepsia e por problemas musculoesqueléticos secundários. 

Mas como isso acontece? Segundo a fisioterapeuta do Centro de Excelência em Recuperação Neurológica (CERNE), Pâmella Kherolym do Carmo, a paralisia pode ser causada por uma lesão cerebral durante a gestação ou no nascimento, mas também pode ocorrer após, nesse caso a paralisia é causada por alguma lesão cerebral nos primeiros meses ou anos de vida. Pessoas com paralisia cerebral podem ser classificadas, de acordo com a característica clínica mais dominante: espástico, discinético e atáxico. 

Quais as diferenças? A paralisia cerebral espástica é caracterizada pela presença de tônus elevado (aumento dos reflexos miotáticos, clônus, reflexo cutâneo plantar em extensão – sinal de Babinski). Já a paralisia cerebral discinética é caracterizada por movimentos atípicos mais evidentes quando o paciente produz movimentos e posturas atípicos; engloba a distonia (tônus muscular muito variável desencadeado pelo movimento) e a coreoatetose (tônus instável, com a presença de movimentos involuntários e movimentação associada). 

Quanto a  paralisia cerebral atáxica ela é caracterizada por um distúrbio da coordenação dos movimentos em razão da dissinergia, apresentando, usualmente, uma marcha com aumento da base de sustentação e tremor; e é ocasionada por uma disfunção no cerebelo. Ainda segundo Pâmela, crianças podem apresentar ainda a chamada paralisia hipotonia, que é a diminuição do tônus muscular, caracterizado pela falta de alinhamento postural devido à dificuldade de estabilização proximal. 

Pessoas com paralisia cerebral, assim como qualquer outra condição de saúde, necessitam de uma rede de cuidados. “Quanto menor o tempo para iniciar a estimulação e tratamento, maiores serão as chances de aproveitamento da plasticidade cerebral e menores os atrasos do desenvolvimento, melhorando a qualidade de vida do paciente e evitando o aparecimento ou a progressão de deformidades”, esclarece a especialista. Atualmente existem vários tratamentos indicados para paralisia cerebral: Fisioterapia Neurofuncional; Bobath; Cuevas Medek Exercises® (CME®); Pediasuit. O uso de cada um deles vai depender da avaliação.



Centro de Excelência em Recuperação Neurológica (CERNE)

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Fisioterapia é fundamental para a qualidade de vida dos miastênicos

A Miastenia Gravis é uma doença neuromuscular rara e de difícil diagnóstico, caracterizada pela súbita interrupção da comunicação natural entre nervos e músculos, causando fraqueza muscular. Ela pode acometer pessoas de qualquer faixa etária, mas segundo dados do Ministério da Saúde, há o predomínio maior em mulheres. Os picos de ocorrência da doença variam entre 20 e 34 anos para a população feminina, e de 70 a 75 anos para homens. A doença afeta a parte do músculo que se conecta com o nervo e leva o paciente a ter dificuldade em executar movimentos simples do cotidiano de forma voluntária. 

Essa fraqueza pode acometer qualquer músculo, mas existem alguns grupos musculares que são mais frequentemente acometidos pela doença. Dentre eles, destaque para a fadiga muscular de braços e pernas, queda das pálpebras, visão dupla e dificuldade para falar, mastigar e engolir. Em casos graves, os músculos da respiração podem ser atingidos, resultando em insuficiência respiratória.

Para prevenir o agravamento da doença, impedindo que o paciente possa até deixar de movimentar os músculos afetados pela Miastenia, a indicação de fisioterapia especializada é fundamental no tratamento. “Pequenas crises diárias vão deixando os músculos e o corpo cada vez mais debilitados, podendo aumentar a dificuldade de deglutição e respiração. Isso sem contar que em algumas crises o paciente perde o movimento total ou em alguma parte do corpo”, alerta Anne Dias, fisioterapeuta do Ambulatório de Cuidados Integrativos para pacientes com Miastenia pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), especialista em Microfisioterapia, e fisioterapeuta parceira da ABRAMI (Associação Brasileira de Miastenia).

Embora não exista cura para a Miastenia Gravis, os medicamentos reduzem a produção de anticorpos contra as estruturas musculares e as sessões de fisioterapia motora ajudam a fortalecer a musculatura do corpo. Já a fisioterapia respiratória é indicada para os casos de crises miastênicas. “Primeiro você estabiliza a doença com as medicações. E com a fisioterapia, o paciente vai recuperando tanto suas funções respiratórias como motoras, por isso ela é fundamental ao tratamento de miastenia”, recomenda o médico neurologista Eduardo Estephan, especialista em Doenças Neuromusculares dos Hospital das Clínicas, do Hospital Santa Marcelina e diretor científico da Associação Brasileira de Miastenia (ABRAMI). De acordo com o neurologista, mesmo com a doença estabilizada, muitas vezes os músculos perdem a força por desuso.

A fisioterapeuta Anne Dias afirma que tão logo o diagnóstico da doença seja feito é preciso que o paciente procure um fisioterapeuta, de preferência que ele seja especializado em abordagem integrativa, pois segundo ela, os exercícios de reabilitação no local afetado podem causar mais fadiga, agravando os sintomas.


Dores flutuantes

É comum que pacientes com Miastenia gravis apresentem dificuldades e debilidades nos movimentos. “As dores são ‘flutuantes’. Ora dói em uma parte do corpo; em outro momento a dor está em outro lugar. Em alguns dias dói, em outros ela desaparece. Essa condição dificulta ainda mais os movimentos, causando mais fadiga e fraqueza muscular”, afirma a fisioterapeuta.

Mas é importante ressaltar que a dor não é um sintoma da Miastenia. Ela é consequência do esforço e do movimento incorreto que o paciente faz por causa da sua condição clínica de fraqueza e fadiga muscular. “Esse esforço excessivo causa uma despolarização sustentada da membrana das células e um encurtamento dos sarcômeros. O sarcômero é um dos componentes básicos dos músculos que permite a contração muscular. Com este encurtamento, podem aparecer no corpo os chamados pontos gatilhos”, afirma. Pontos gatilhos são pequenos segmentos de fibras musculares contraídas, que são mais sensíveis à pressão. Esta condição, também é conhecida como síndrome dolorosa miofascial, muito confundida também com a fibromialgia.

 

Cuidados integrativos

A miastenia é uma doença que não tem cura, mas com o acompanhamento médico, medicação e a ajuda do fisioterapeuta, o paciente consegue conviver com a doença com mais qualidade de vida.

E a função do fisioterapeuta é avaliar e tratar o paciente nas suas dificuldades e debilidades em diversas fases da doença. Os protocolos mais indicados nos quadros de crises miastênicas é a terapia manual e técnicas com toque sutil sobre a pele. “Pesquisas já comprovaram que técnicas com toque sutil de até 5 miligramas (intensidade de um cartão postal sobre a pele), atuam no sistema nervoso central. Este tipo de toque recrutam as fibras aferentes C tátil, que atuam no córtex insular e no sistema límbico. Elas regulam o corpo como um todo, do sistema imunológico até a melhora do estresse”, avalia Anne Dias.

De acordo com a fisioterapeuta, estas fibras atuam também nos interoreceptores, causando uma melhora da percepção do próprio corpo, função fisiológica que permite perceber estados internos (como a fome e a exaustão). “Este tratamento fisioterapêutico, entre outros da fisioterapia integrativa, oferecem inúmeros benefícios, em especial na melhora no quadro do paciente com miastenia”, afirma a especialista.

 

A microfisioterapia no tratamento da Miastenia Gravis

A microfisioterapia é uma técnica francesa de terapia manual de toque sutil, baseada na Embriologia. “Ela é capaz de encontrar no corpo o agente agressor que está impactando o organismo, causando o problema”, explica Anne Dias.

Hoje em dia sofremos agressões externas, desde a ambientais (poluição, toxinas, vírus, bactérias), até agressões internas (excesso de emoções, estresse, alimentação inadequada), entre outros. “O agressor quando entra no corpo deixa uma marca, uma cicatriz, chamada cicatriz patogênica. Através desta técnica é possível encontrar este agente agressor e ajudar o corpo a eliminá-lo e a se autocorrigir”, explica a fisioterapeuta.

Com isso, a microfisioterapia ajuda o paciente como um todo: contribui para a restauração dos movimentos, no controle da fadiga e da fraqueza muscular, na melhora da respiração, da percepção da dor e na regulação do sistema imunológico. Por ser uma técnica de toque sutil, mesmo o paciente debilitado pode realizar a sessão.

 


https://www.miastenia.com.br/abrami/

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Saiba quando é preciso fazer uma cirurgia laparoscópica

Pixabay
Alexandre Silva, médico especialista em ginecologia e obstetrícia, atenta mulheres para saúde íntima feminina

 

Os avanços tecnológicos na medicina trouxeram consigo grandes mudanças na área da cirurgia, tanto para os cirurgiões, quanto para as pacientes. À partir da década de 80 as cirurgias que eram realizadas através de grandes incisões (cortes), passaram a ter como opção uma técnica chamada de laparoscopia.  

A laparoscopia é uma técnica na qual são realizados pequenos cortes no corpo do paciente, sendo um mais comumente realizado dentro do umbigo, com cerca de 1cm, e mais dois ou três na parte mais baixa do abdome (no caso da ginecologia), que medem 0,5cm. Através dos pequenos cortes são passados pequenos tubos que permitem a passagem de uma microcâmera, de alta definição, e de pinças ou instrumentos necessários para a realização da cirurgia.

 

Nos dias de hoje, a cirurgia laparoscópica é utilizada por praticamente todas as especialidades cirúrgicas abdominais como: cirurgias do aparelho digestivo (vesícula biliar, baço ou apêndice, fígado, pâncreas) , cirurgia bariátrica, cirurgias oncológicas para retirada de tumores intestinais, cirurgias urológicas e cirurgias ginecológicas para doenças benignas e malignas.

 

Pioneiro na cirurgia laparoscópica, desde 1998, o médico Alexandre Silva e Silva, especialista em ginecologia e obstetrícia, primeiro fala em quais situações a operação é sugerida. "A laparoscopia pode ser realizada em pacientes com diagnóstico de miomas uterinos, na endometriose, na remoção de cistos ovarianos, nas gestações tubárias (ectópicas), em doenças inflamatórias do aparelho reprodutor feminino (abscessos tubo-ovarianos), nos defeitos do assoalho pélvico (cirurgias para correção de prolapso, quando o útero desce e sai para fora da vagina) e incontinência urinário (incapacidade de controlar o ato de urinar); em casos de câncer de corpo uterino (câncer de endométrio), entre outras indicações”.

 

O médico também ressalta que as vantagens da cirurgia incluem o menor risco de infecção de parede abdominal, cicatrizes menos evidentes, menor custo com medicações, menor tempo de internação hospitalar com alta precoce e melhor recuperação pós-operatória, proporcionando que a paciente retorne às suas atividades diárias com mais rapidez.

 

Tempo de repouso

 

O período de internação das pacientes gira em torno de 24h nos casos em que não são realizadas remoções de partes do intestino, quando esse período pode estender-se por mais 3 a 5 dias. Após a alta, a paciente é encaminhada para casa, onde é recomendado um repouso relativo, durante o qual orienta-se não pegar peso, não realizar atividades do lar, porém não ficar deitada o tempo todo.

 

"Pequenas caminhadas em ambiente plano, sem subidas e descidas de escadas são muito bem vindos e proporcionam retomada da movimentação e funcionamento intestinal, assim como diminuem a incidência de tromboembolismo", explica o doutor.

 

O médico também acrescenta que não é necessário ter uma dieta especial. A paciente pode comer aquilo que tiver vontade, mas é aconselhável evitar alimentos que produzam gases intestinais, como por exemplo: feijão, ovos, repolho). A medicação anti-inflamatória pode ser indicada nesse período, assim como medicação para dor, se necessário. "Os antibióticos são administrados durante a cirurgia e não são necessários no pós-operatório, salvo nos casos em que o motivo da cirurgia era infeccioso", disse.

 

Em um período de 7 dias a paciente retorna ao consultório para avaliação e retirada de pontos e é comumente liberada para retornar às suas atividades do dia a dia, de acordo com o que ela mesma se sente confiante para fazer. “Normalmente com 7 dias liberamos as pacientes para voltar a dirigir”, finaliza o médico.

 

Mulheres, atente-se às principais situações e conheça os suas causas.

 

1.   Miomas uterinos: São tumores benignos que surgem no útero em mulheres em idade fértil, que causa intenso desconforto como hemorragia menstrual e intensas cólicas, de difícil controle. Dor no abdômen e menstruação abundante, que não melhoram com o uso de medicamentos, são os principais sintomas.

 

2.           Endometriose: É uma doença crônica que afeta mulheres em idade reprodutiva. Trata-se do crescimento do tecido endometrial fora do útero, em locais como os intestinos, ovários, trompas de falópio ou bexiga. Requer um diagnóstico médico e os sintomas mais comuns são dores e irregularidades menstruais.

 

3.           Gestações tubárias: É um tipo de gestação em que o óvulo fecundado deixa de migrar para o útero e se fixa nas tubas uterinas. Se o problema não for detectado, a trompa pode romper, sendo chamada de gravidez ectópica rota, e provocar uma hemorragia interna, o que pode ser fatal.

 

4.           Cistos ovarianos: É uma bolsa cheia de líquido que se forma dentro ou ao redor do ovário. A maioria dos cistos ovarianos não apresenta sintomas, mas em alguns casos, podem ocorrer irregularidades menstruais, dor durante a relação sexual ou funcionamento irregular do intestino.

 

Manter o peso ideal diminui as chances de desenvolver a forma grave da Covid-19

Principais fatores de risco para a doença, comorbidades como a obesidade, diabetes e hipertensão precisam ser evitadas

 

Há pouco mais de um ano o vírus Sars-Cov-2 acomete todo o planeta com a infecção pela Covid-19. Neste período, a doença fez milhões de vítimas pelo mundo e somente no Brasil o total de pessoas que perderam a vida para o coronavírus se aproxima de 550 mil. Entre os infectados que desenvolvem a forma grave da doença estão pessoas com comorbidades como a obesidade, hipertensão e diabetes. 

A combinação destas doenças já pré-existentes eleva, entre outros fatores, a pressão e a glicemia, condições que propiciam o agravamento dos quadros de Covid-19. Pessoas obesas têm, também, maior exposição do organismo a situações de formação de coágulos e inflamações. Esses problemas tendem a agravar a infecção pelo vírus. 

A obesidade está incluída pelo Ministério da Saúde entre as principais causas de risco para complicações com a infecção pelo coronavírus, ao lado justamente de diabetes, além da idade avançada e doenças cardíacas. 

“É importante ressaltar que está bem documentado que o principal fator de risco para a Covid é a obesidade. Importante a perda de peso e evitar comorbidades como a hipertensão e a diabetes, além da própria obesidade”, explica o Dr. Glauco Afonso Morgenstern, especialista em cirurgia bariátrica e integrante da equipe do Centro VITA de Tratamento da Obesidade e Diabetes, do Hospital VITA. “As pessoas que estão no peso ideal têm menos chance de ter a Covid na forma grave”, complementa o especialista. O médico destaca ainda que praticar atividades físicas ajuda na prevenção da Covid na forma grave.     

As informações do Dr. Glauco reforçam a necessidade da prevenção e da procura pela cirurgia bariátrica. Quem deixa de ser obeso por meio da cirurgia diminui consideravelmente as chances de desenvolver Covid-19 na forma mais grave. O procedimento cirúrgico também previne a diversidade de outros problemas de saúde relacionados à obesidade, o que envolve até mesmo alguns tipos de câncer.

 

Risco de morte pela Covid aumenta em quase 50% entre os obesos 

Estudos realizados em mais de 70 países e publicados em revistas científicas apontam que os obesos, caso sejam infectados com o coronavírus, aumentam o risco de morte em 48% em comparação com pessoas que não estão acima do peso. As mesmas pesquisas sugerem que ter o Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30 eleva em mais de 110% a probabilidade de ser hospitalizado em caso de infecção pelo vírus. Desse total, quase 75% podem necessitar de internamento nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

 

Dados da obesidade são preocupantes no Brasil 

Adotar hábitos saudáveis evitam o excesso de peso e as doenças que surgem a partir da obesidade. De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito (Vigitel), realizada em 2019, 55,4% da população brasileira adulta apresenta peso em excesso e 20,3% está de fato obesa. Ainda segundo o mesmo estudo, 7,4% da população adulta têm diabetes e 24,5% possui hipertensão. 

Outro dado alarmante, divulgado por meio da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que entre 2003 e 2019 passou de 12,2% para 26,8% a proporção de obesos entre a população com 20 anos de idade ou mais. Entre as mulheres a obesidade subiu de 14,5% para 30,2% e entre homens passou de 9,6% para 22,8%. 

Os números indicam que em 2019 uma em cada quatro pessoas de 18 anos de idade ou mais no Brasil estava obesa, o equivalente a mais de 40 milhões de pessoas.

 

Hospital VITA conta com setor exclusivo 

Alimentar-se bem e de forma equilibrada previne o surgimento de doenças crônicas e melhora a qualidade de vida. Para prestar todo o suporte para quem precisa tratar comorbidades, o Hospital VITA conta com o Centro de Tratamento da Obesidade e Diabetes. 

A cirurgia bariátrica acelera e colabora com a perda de peso. No VITA, após a cirurgia o paciente conta com um acompanhamento profissional qualificado. O Centro VITA de Tratamento da Obesidade e Diabetes disponibiliza uma ampla equipe médica e multiprofissional preparada para ajudar o paciente na vida pós-cirúrgica.

 

 

Hospital VITA 

www.hospitalvita.com.br


Enxaguantes bucais: o que você precisa saber antes de usar

Produto é vendido livremente, mas seu uso requer orientação de um cirurgião-dentista


Um sorriso saudável deve ser sempre acompanhado do cuidado com a higiene da boca, que deve ser feita a partir da escovação correta dos dentes e língua, uso de fio dental e escovas interdentais quando necessário. Além desses, pode ser adicionado o enxaguante bucal, produto que se tornou parte da etapa de limpeza oral de muitos brasileiros.

Presente em lojas, farmácias e supermercados – com diversas fórmulas na sua composição e especificações – alguns enxaguantes bucais vão além de refrescar a boca, desempenham também o papel de auxiliar no processo de higienização, ajudando no controle e combate de problemas bucais, tais como: a cárie e gengivite. Porém, ainda há muitas dúvidas sobre seu uso e qual, entre tantos, é o mais recomendado para o dia a dia.

“O enxaguante bucal pode, em alguns casos, ser indicado para quem tem dificuldade de higienização oral. Nos casos de pacientes com doença periodontal ou que possuam risco de desenvolvê-la, o uso do enxaguante está associado ao controle diário do biofilme dental (placa bacteriana)", diz Roney Veludo Araujo, cirurgião-dentista e membro da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

Mesmo auxiliando na limpeza e na prevenção de doenças bucais, os enxaguatórios não eliminam o mau hálito, apenas aliviam momentaneamente o sintoma, já que o incômodo pode ser multifatorial, tendo como causa outras doenças além das bucais, como diabetes e distúrbios gastrointestinais, o que necessita de avaliação de um especialista para o tratamento.

Os enxaguantes devem servir apenas como complemento à limpeza, portanto, não substituem a escovação mecânica e o uso de fio dental, que garantem uma efetiva higiene dos dentes e da boca. “A placa bacteriana que está na superfície dentária só é removida por meio da associação de: fio ou fita dental, escova dental e escovas acessórias, como a interdental”, completa o cirurgião-dentista.


Quais são os enxaguantes disponíveis no mercado?

O cirurgião-dentista Camillo Anauate Netto, integrante da Câmara Técnica de Dentística do CROSP, explica que o mercado oferece dois tipos de enxaguantes: os chamados ‘cosméticos’ e os medicamentosos ou terapêuticos. “Os enxaguatórios cosméticos oferecem a sensação de frescor e de sabor agradável na boca, mas não são efetivos contra os microrganismos que provocam cárie, problemas periodontais, gengivites, periodontites ou até o mau há lito. Já o outro grupo contém propriedades antibacterianas efetivas no combate aos microrganismos presentes no biofilme dental (placa bacteriana), responsáveis pela cárie dental, gengivite e mau hálito.”

Os enxaguantes bucais contendo flúor são recomendados para prevenção da cárie dental, já que o composto ajuda a fortalecer o esmalte do dente e combate os microrganismos que provocam a cárie presentes na placa bacteriana, com indicação predominante para crianças acima de 6-7 anos de idade. Nessa faixa etária, as crianças já sabem bochechar sem o risco de engolir a solução.

Outro tipo de enxaguante com função terapêutica são os que possuem digluconato de clorexidina a 0,12%. A solução tem indicação para o combate aos microrganismos do biofilme dental responsáveis pela doença periodontal, recomendado também após procedimentos mais invasivos, como cirurgias, raspagem de cálculos supra e subgengivais para remoção de tártaro ou infecções da cavidade oral. Seu uso contínuo, entretanto, deve ser controlado para evitar alguns possíveis efeitos colaterais indes ejáveis.

Alguns enxaguatórios utilizam álcool em sua composição para conservar e também diluir os princípios ativos que estão presentes nesses produtos, porém são vistos com ressalvas já que o álcool, em uso rotineiro, pode causar irritação nas mucosas da boca.


O uso em excesso de enxaguante bucal pode fazer mal à saúde

Apesar dos enxaguatórios poderem ser adquiridos livremente, sem a necessidade de prescrição, a recomendação e orientação de uso deve ser feita sempre por um cirurgião-dentista. Após a avaliação das condições da saúde bucal do paciente, o profissional poderá indicar o produto correto para o tratamento.

Produtos que contenham flúor não devem ser usados por crianças abaixo de 6 anos. Enxaguantes com álcool devem somente ser utilizados sob orientação de um cirurgião-dentista, devido a seus efeitos colaterais em uso prolongado – o que não quer dizer que possa causar câncer bucal, pois a doença tende a se manifestar em pessoas com predisposição a desenvolvê-la, como no caso de fumantes ou alcoólatras. & nbsp;

“O uso indiscriminado de enxaguante com álcool por um longo período pode provocar irritação dos tecidos bucais devido ao ressecamento e descamação das mucosas, além de outros riscos para o paciente”, diz Anauate Netto.

Da mesma forma os enxaguantes que possuem digluconato de clorexidina em sua fórmula também só devem ser utilizados sob a orientação do cirurgião dentista, que vai determinar o tempo necessário de utilização para cada caso. “O uso prolongado pode causar alteração na coloração nos elementos dentários, nas restaurações estéticas, próteses e língua, perda do paladar, danos no tecido mole da boca, ressecamento bucal e gosto residual desagradável na boca”, completa.

Cada tipo de enxaguante pode ser coadjuvante com os cuidados voltados à saúde bucal, então, na hora de comprar, observe qual produto está levando e consulte o cirurgião-dentista para obter bons resultados.

 

 

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP

www.crosp.org.br


Corrimento rosado é normal? Entenda quando se preocupar

O sintoma associado a dores e outros incômodos pode ser sinal de alerta

 

Geralmente apresentar um corrimento rosado em algum momento da vida não demonstra gravidade e pode ser até algo normal. Isso porque pode estar relacionado ao início do ciclo menstrual, alterações hormonais ou ao uso de anticoncepcional. O ginecologista e coordenador da área na Maternidade Brasília, Marcus Vinícius Barbosa de Paula, esclarece as principais dúvidas sobre o tema.

Segundo o ginecologista, chamamos de corrimento qualquer secreção vaginal anormal. “A coloração diz muito sobre as características fisiológicas ou patológicas. Quando se apresenta de coloração rósea habitualmente se refere a um mínimo sangramento suficiente para tingir a secreção normal. Pequenos episódios de sangramento podem ser normais, principalmente quando se relaciona a pequenos traumas locais do colo, como no caso das relações sexuais”, afirma o médico.


Corrimento rosa é normal?

Sim, ele pode ser normal desde que tenha curta duração e também não apresente nenhum outro sintoma associado como: dor abdominal, dor pélvica, náuseas e, principalmente, cheiro forte. “Caso apresente essas condições, busque atendimento médico para avaliação correta do quadro e indicação de um tratamento”, alerta o médico. As situações que mais comumente causam o corrimento rosado são:

▪Início do ciclo menstrual;

▪Menopausa;

▪Desequilíbrio hormonal;

▪Uso de anticoncepcional;

▪Gravidez;

▪Aborto espontâneo;

▪Cistos nos ovários;

▪Doença inflamatória pélvica.

 

Quais os tipos de corrimentos mais comuns após relação sexual?

“O corrimento rosado após relação sexual pode ocorrer devido a pequenos traumas e lesões no canal vaginal, e, isso pode causar algum pequeno sangramento, de baixo volume e curta duração”, explica Marcus. Nesse caso, sem nem mesmo haver a necessidade de um tratamento. No entanto, se o sangramento tiver grande volume, com longa duração é necessária a realização de um exame ginecológico o mais rápido possível.

O especialista explica que a secreção vaginal também sofre influência da fase do ciclo menstrual da mulher! “Quando a paciente está na fase ovulatória, a secreção vaginal se apresenta como uma secreção mucoide, como um catarro espesso sem odor, além disso quando a mulher engravida, pode apresentar uma secreção mais abundante”, completa.


Corrimento rosado pode ter relação com anticoncepcional?

É normal que algumas mulheres apresentem algum corrimento rosado quando começam a usar ou quando mudam de anticoncepcional. Isso ocorre normalmente quando eles têm baixos níveis de estrogênios ou com apenas progestágenos em sua composição. Isso também pode ocorrer em situações nas quais a pílula não é usada corretamente.


Que tipo de corrimento pode indicar gravidez?

corrimento rosado pode indicar gravidez, isso ocorre devido ao período da nidação, ou seja, na fase da implantação do embrião no endométrio – tecido de revestimento interno do útero. Isso não ocorre em todas as mulheres, mas é um acontecimento normal. No entanto, quando o sangramento é intenso deve-se buscar auxílio médico.


Quando devo procurar um médico?

Sempre que ocorrem mudanças no corpo é preciso ter atenção. Em caso de corrimento rosado, em pequeno volume e sem sintomas associados, é preciso observar se ele cessa rapidamente. E, em caso de estar associado com outros sintomas, é preciso buscar o atendimento de um médico ginecologista para a realização de um checkup ginecológico.



Maternidade Brasília

Telefone: (61) 3315 – 1000


Eutanásia: a importância de discutir a morte com dignidade

A eutanásia consiste em se provocar a morte de uma pessoa antes do previsto pela evolução natural da doença, um ato misericordioso devido ao sofrimento advindo de uma doença incurável. A forma de causar a morte do paciente pode se dar de maneira ativa ou passiva, pode se dar de um jeito direto ou indireto, ou como um ato voluntário ou não voluntário do paciente.

Na Espanha, houve recentemente a aprovação para a eutanásia, incluindo também autorização para o suicídio medicamente assistido. Pela lei espanhola, qualquer pessoa paralisada por uma doença "grave e incurável", ou que sofra dores crônicas incapacitantes, pode pedir ajuda médica para morrer e evitar um "sofrimento intolerável". A nova legislação também permite o suicídio medicamente assistido, ou seja, quando o paciente toma uma dose de um produto prescrito para levar à sua morte. A eutanásia também é descriminalizada na Holanda, Bélgica e Luxemburgo.

A nova lei da Espanha, entretanto, impõe algumas condições estritas. São elas: o cidadão deve estar capaz e consciente no momento de fazer o pedido; este pedido deve ser feito por escrito e sem pressão externa e esta solicitação deve ser renovada 15 dias depois. Pelo texto sancionado o médico poderá rejeitar o pedido, se considerar que os critérios não estão sendo cumpridos, ou fazer valer sua objeção de consciência. O pedido terá que ser aprovado por um outro médico e receber a aprovação de uma comissão de avaliação. Na verdade, bem parecido com a legislação dos poucos países que a permitem.

A aprovação do procedimento na Europa nos leva a refletir sobre o tema, que, aliás, envolve aspectos do ponto de vista jurídico, social, cultural, religioso e antropológico. Além da eutanásia, existem também a distanásia e a ortotanásia, no campo da Bioética e do Biodireito. A distanásia é o adiamento da morte e acontece quando, por exemplo, o médico ministra ao paciente todas as drogas disponíveis, bem como utiliza toda a tecnologia disponível para prolongar a vida e/ou atrasar a morte, muitas vezes lhe propiciando sofrimentos desnecessários, chamada de obstinação terapêutica. Ortotanásia é um meio termo entre a eutanásia e distanásia, também conhecida por morte natural com o mínimo de sofrimento. Dá-se quando, por exemplo, o médico trata o paciente a fim de evitar-lhe sofrimentos mas, em casos terminais, não utiliza artifícios tecnológicos para atrasar a morte do paciente.

Nem todas essas práticas são expressamente aceitas, proibidas ou mesmo regulamentadas pelos órgãos competentes no Brasil. Na verdade, discute-se até onde vai a autonomia do paciente para decidir como será sua morte. Há algumas determinações sobre o assunto e, visando suprir, ainda que parcialmente, essa lacuna, foi que o CFM editou as Resoluções nº 1805/06 e 1995/2012. A resolução nº 1805/06, que versa sobre a ortotanásia, dispõe: “Art. 1º É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal.”

Todavia, essa resolução foi objeto de questionamento pelo Ministério Público Federal, que propôs Ação Civil Pública visando suspender seus efeitos, sob o argumento de que o referido ato normativo feriria o ordenamento jurídico pátrio. Inicialmente, o juiz responsável pelo caso acolheu a tese da promotoria e suspendeu, temporariamente, os efeitos da resolução. No entanto, ao final da ação, o juiz reviu sua posição anterior e julgou válida a resolução do CFM que até hoje permanece vigente. Portanto, o médico, autorizado pelo paciente ou seu responsável legal, pode limitar ou suspender tratamentos exagerados e desnecessários que prolonguem a vida do doente em fase terminal de enfermidades graves e incuráveis. 

Já a resolução nº 1995/2012 regulamentou o denominado testamento vital, isto é, uma diretiva antecipada de vontade consistente no registro do desejo do paciente em um documento, que dá suporte legal e ético para o cumprimento da orientação, seja no sentido de manter, seja no sentido de dispensar eventual tratamento inócuo. Não obstante ao teor das citadas resoluções, o Código de Ética Médica também aborda o tema é dispõe que é vedado ao médico “utilizar, em qualquer caso, meios destinados a abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu responsável legal”. 

Sobre as chamadas diretivas antecipadas, há um Projeto de Lei de autoria do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, com a exposição clara dos requisitos a ser em observados, em especial quanto ao respeito à autonomia do paciente. Destaca-se o seguinte trecho do Art. 10: É garantido a toda pessoa capaz, nos termos desta lei, o direito de planejar, de modo antecipado, suas decisões ante possíveis hipóteses do que pode lhe ocorrer no decurso de uma enfermidade, mediante instruções prévias a respeito de condutas terapêuticas no momento de privação da manifestação da vontade, deixando expressa suas escolhas sobre consentimento ou recusa em relação a testes diagnósticos, terapias, procedimentos, medicamentos, tratamentos e outras condutas terapêuticas.

De outra vertente, atualmente nossas leis não cuidam dessas situações de maneira clara e objetiva. Em uma primeira visão, somente a eutanásia configuraria crime. No entanto, não há uma previsão específica para essa conduta, de modo que incidiria a regra geral do artigo 121 do Código Penal com uma causa de diminuição da pena, prevista em seu § 1º: “Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.”

Em síntese, aquele que, visando cessar o sofrimento de determinado paciente cujo estado de saúde é irreversível (relevante valor moral), responderia pelo crime de homicídio, mas com uma pena reduzida.

A aceleração de casos da Covid-19 no Brasil provocou um novo fenômeno nos hospitais: a mistanásia aguda. Definida como uma modalidade de término de vida, ocorre quando um indivíduo vulnerável socialmente é acometido de uma morte prematura, miserável e evitável. É possível caracterizar essa condição como o oposto da eutanásia. Esse quadro foi observado na segunda onda da epidemia pela falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de vagas de enfermarias no atendimento aos doentes com coronavírus em diferentes regiões do Brasil. E como alguns hospitais ficaram sem leitos, as equipes e profissionais da área da saúde foram obrigadas a escolher, de certa forma, quem deveria morrer ou não.

Na verdade, não é novidade no SUS que pacientes precisem muitas vezes serem escolhidos, segundo sua gravidade e chance de sobrevivência, para ocupação de um leito. O fenômeno da mistanásia não representa um abandono de paciente, mas sim uma consequência do colapso do sistema. A escolha não exime o profissional de oferecer ao paciente preterido de todos os cuidados no leito de enfermaria, mas uma chance de sobrevivência pode ser perdida pela ausência de cuidados intensivos. É uma decisão drástica criada pela completa saturação dos recursos da UTI no país e do "gargalo" no atendimento à população. E, na maioria dos casos, apesar de parecer cruel, a análise do atendimento é feita não só pela ordem na fila, mas também pela chance de sobrevivência.

Normalmente, a mistanásia atinge indivíduos excluídos do seio social que dependem das políticas públicas de saúde na garantia de sua dignidade. Já a eutanásia abarca pacientes de todas as classes sociais. À exceção da mistanásia, o que se discute é a autonomia do paciente. Importante frisar que a República Federativa do Brasil tem por fundamento a dignidade da pessoa humana. Disso conclui-se que todo ser humano tem direito a ter uma vida digna, inclusive no momento de seu término, ou seja, na morte. Em pacientes terminais cuja doença esteja em situação irreversível, a dignidade consiste no controle da dor e de outros sintomas indesejáveis e desconfortáveis ao paciente.

Dessa forma, os cuidados visando o bem-estar do ser humano passam a ser a prioridade, e não a luta contra algo que, inevitavelmente, não se tem mais condições de combater – no caso, a doença e o fim da vida. No entanto, vale ressaltar, a decisão final sobre manter ou não um tratamento quando o paciente já não reúne mais condições de reversão em seu quadro clínico, deve ficar sempre nas mãos do próprio paciente e, somente na sua impossibilidade de decidir, caberá à família essa importante decisão.

Não seria o caso de ampliarmos a discussão sobre morte digna nosso país, afastando-se o estigma do tema, já que a morte é condição natural? Sim, o tema é delicado, mas dessa discussão necessária muito se pode criar até políticas para se viver melhor para morrer com dignidade e escolhas.


 

Sandra Franco - consultora jurídica especializada em Direito Médico e da Saúde, doutoranda em Saúde Pública, MBA/FGV em Gestão de Serviços em Saúde, fundadora e ex-presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São José dos Campos (SP) entre 2013 e 2018, especialista em Telemedicina e Proteção de Dados e diretora jurídica da ABCIS.


Médicos Sem Fronteiras pede ajuda imediata para sobreviventes da violência sexual na República Democrática do Congo

Relatório de MSF alerta para a falta de apoio integral às vítimas, que sofrem os impactos físico e psicológico causados pelos abusos


Em um novo relatório, Médicos Sem Fronteiras (MSF) denuncia a falta de suporte para os sobreviventes da violência sexual na República Democrática do Congo (RDC). Tendo em vista a magnitude e o impacto do problema, a organização pede às autoridades congolesas, à sociedade civil e seus parceiros internacionais que redobrem os esforços para garantir atendimento integral e de boa qualidade às vítimas, oferecendo suporte médico, psicológico, socioeconômico e jurídico.

Os números apontados pelo documento são significativamente altos. No entanto, representam apenas a ponta do iceberg. Em 2020, cerca de 11 mil sobreviventes de violência sexual foram assistidos por equipes de MSF e do Ministério da Saúde em seis das 26 províncias de RDC. São, aproximadamente, 30 pessoas por dia. Os profissionais de MSF atenderam 4.078 vítimas de violência sexual em Kivu do Norte; 3.278 em Kasai Central; 1.722 em Maniema; 907 em Kivu do Sul; 768 em Ituri e 57 em Haut Katanga.


Emergência médica

A emergência é acima de tudo médica. Os dados coletados por MSF mostram um quadro preocupante do estado físico e psicológico dos pacientes, que procuram unidades de saúde enfrentando gravidezes indesejadas, infecções, lesões físicas decorrentes da violência e graves traumas psicológicos, inclusive entre menores de idade, que representam um quinto dos pacientes tratados por MSF em 2020.

"A extensão da violência sexual em RDC é reconhecida e denunciada por muitos atores nacionais e internacionais", disse Juliette Seguin, coordenadora-geral de MSF em RDC. “A denúncia é acompanhada por ações concretas, porém inadequadas, seja em termos de prevenção ou de proteção das pessoas. As necessidades estão longe de serem atendidas nos locais onde trabalhamos”.


Novo relatório de MSF mostra deficiências constantes

Divulgado essa semana, o relatório “Duas Vezes Sentenciados” destaca as deficiências observadas no atendimento aos sobreviventes como: fornecimento inadequado de treinamento para as equipes médicas, abastecimento insuficiente de suprimentos médicos, baixos níveis de informação para comunidades e pacientes no sistema de atenção médica e psicossocial e lacunas significativas no suporte socioeconômico e jurídico.

As consultas realizadas por MSF revelam a extensão do impacto econômico e social para os sobreviventes, muitos dos quais são estigmatizados ou rejeitados por suas comunidades, não podendo acessar os programas de reinserção.

Financiamento insuficiente

“As necessidades imediatas e de longo prazo são significativas, mas o financiamento que lhes permitiria serem atendidas é bastante insuficiente”, lamenta Seguin. “No ano passado, para RDC, foram desembolsados menos de 6% do financiamento internacional solicitado para atender às necessidades de saúde humanitária, e apenas 18% do valor solicitado para a proteção das populações e dos direitos humanos. Essa tendência continua em 2021. A resultado é a falta de apoio, que constitui uma dupla penalidade para os sobreviventes".

O relatório de MSF apela às autoridades, à sociedade civil e seus parceiros internacionais para redobrar seus esforços para garantir atendimento integral e de boa qualidade a sobreviventes de violência sexual - ou seja, suporte médico, psicológico, socioeconômico e jurídico. Esses esforços devem garantir um melhor acesso a programas urgentes e de longo prazo para os casos de violência vinculados a conflitos ou não, e mesmo para as agressões que ocorreram em uma zona de conflito ou em uma zona considerada "mais estável".


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