Espetáculo
Esse Maldito Fecho-Eclair propõe uma visão cômica e questionadora sobre o
amor e suas adversidades com enfoque no casamento.
Com uma história
envolvendo a complexidade das relações humanas, além de discutir a viabilidade
da vida a dois, Esse Maldito Fecho-Eclair estreia
no dia 24 de julho, quarta-feira, às 20h no Teatro
Itália Bandeirantes. O texto inédito é do dramaturgo Ed
Anderson e a direção de Ricardo
Grasson e Heitor Garcia, já o elenco conta
com os atores Felipe Barros e Mayara
Dornas. A temporada segue até 5 de setembro, com
sessões de quartas e quintas, às 20h.
A trama segue um
casal em sua lua de mel após uma festa de casamento cheia de acontecimentos. O
marido anseia pela primeira noite com sua esposa, enquanto ela procura aflita
pelo seu batom. De repente, um fecho-éclair emperrado do vestido da noiva é
gatilho para uma série de eventos inesperados e questões existenciais.
Esse
desdobramento provoca um turbilhão de emoções colocando em xeque a ideia do
"felizes para sempre", e questiona a veracidade do ideal romântico e
a aceitação da impermanência do amor.
“O amor é um
tema universal, desde Adão, Eva e a tal serpente disparadora de conflitos,
esse sentimento nunca sai de moda. O que é cafona está relacionado a falta de
escuta aos anseios da parceria proposta. Acredito na pulsão dos desejos e a
sociedade pode e deve estar atenta a este acolhimento. Senão regredimos a
tempos bicudos”, destaca Anderson.
A obra aborda
assuntos como amor, casamento, filhos, traição, monogamia, responsabilidade
afetiva, desejos sexuais e solidão. O espetáculo faz um panorama atual das
relações monogâmicas e as complexas culpas carregadas pelos casais
brasileiros.
“Uma peça que
nos diverte e nos convida a pensar sobre como construímos nossas relações e o
porquê de nos permitirmos chegar ao desgaste extremo. Por que tanta dificuldade
em conversar e identificar o que sentimos? Não percebemos que muitas situações
nos torna agressivos, ofensivos, irritados, tristes e estes estados nos
adoecem”, constata Mayara.
A
Criação
A montagem do
espetáculo partiu do desejo dos atores Felipe Barros e Mayara Dornas de
mergulhar nas raízes e influências da latinidade. Uma conexão artística com os
latino-americanos, já que a cultura brasileira também faz parte desse universo.
E busca promover a difusão de importantes textos da dramaturgia brasileira com
destaque para a relevância de autores nacionais.
“A escolha do
texto partiu de uma vontade minha e da atriz Mayara Dornas de estarmos juntos
no palco, após fazermos vários projetos no cinema e no podcast que apresentamos
juntos, os Dramáticos. Decidimos buscar por um texto solar, divertido e
que fosse para dois atores. Lemos milhares de textos juntos e nada bateu tão
forte no nosso coração quanto o texto do Ed: Esse Maldito Fecho-Éclair”,
relata Felipe.
A inspiração
para o tema da peça veio de uma influência com nuances intensas de Almodóvar e
Frida Kahlo. O lirismo, a poesia e a loucura em cena são inspirados pelo
realismo do escritor Gabriel Garcia Marquez, onde em suas obras, ele integra a
magia como um elemento essencial da vida.
A colaboração
com Ricardo Grasson, conhecido por sua abordagem que integra
elementos do realismo fantástico em suas produções teatrais,
desempenhou um papel fundamental na concepção do espetáculo. Essa parceria
permitiu a criação de uma obra que se destaca pela ampliação do espaço cênico,
e estimula as sensações visuais e as partes cognitivas do público.
“O que nos
instiga como diretores e encenadores é a possibilidade de, através da história
deste casal, aparentemente normal, e da forma com que eles se relacionam,
refletir as relações humanas e os relacionamentos amorosos. A presença no palco
e o diálogo entre esses dois personagens é uma metáfora dos casais à nossa
volta, de nós, dos nossos pais e avós. A nossa expectativa é que esse diálogo e
as escolhas da encenação provoquem um pensamento novo, crítico e, acima de
tudo, divertido. Em uma camada mais profunda, nos encontramos com um pensamento
que visa nos religar com o ser humano, seus mistérios, fraquezas, seus
delírios, suas sombras e a eterna busca do par perfeito”, conta Grasson.
Para Heitor
Garcia, foi durante o trabalho de leitura do texto, aos poucos, que descobriu
que existia uma personagem feminina nessa história, gritando. "Gritando
para ser vista e gritando para o público os berros mais instigantes e cheios de
profundidade sobre o distanciamento que existe entre um homem uma mulher, o
fardo que ela carrega sozinha numa relação e a eterna insistente e talvez cega
busca, ainda assim, pelo par, digo, pelo homem perfeito."
O espetáculo
busca provocar, com muito humor, a estrutura tradicional da visão
romântica sobre o que é o amor e sobre o que é se relacionar, especificamente,
com um homem para uma mulher. "As escolhas da encenação se desdobram
através desses corpos e desse tema tão rico, que é o “ato do casamento e suas
multi firulas”, afinal há tanta referência, há tanta influência, que os
caminhos são infinitos e escolhemos os mais divertidos para questionar algo tão
importante para o ser humano hoje. Acredito que todos iremos nos identificar
com as escolhas musicais, os trajes, as particularidades de um casal e as
situações que todos nós já passamos num quarto de Ho ou Mo - tel. Venham jogar
arroz até que a morte separe os infelizes para sempre", completa
Garcia.
A
Encenação
O texto indica
um quarto de motel antigo, onde eles passam a lua de mel, ambientado nos
anos 70, calorento e com a decoração duvidosa. Presente dado por um dos
padrinhos aos noivos. O cafofo possui um quadro, que entra na história como um
narrador da relação desse casal, ele se modifica e acompanha os pensamentos
dessa relação durante a história, esse pano de fundo também é usado para
memorar outros momentos da história do casal.
A trilha sonora
vem com ritmos que falam de amor, de amor visceral, amor antigo e a peça é
embalada por hits melódicos da música brega, movimento tão importante de fácil
identificação e potente nos dias de hoje.
Os figurinos
também contam histórias. "O título do nosso espetáculo traz um impedimento
na abertura do fecho-éclair do vestido de sua noiva, o que nos abriu diversas
possibilidades e discussões na construção da encenação. As escolhas seguem por
um traje de casal clássico, com a referência da década e com a personalidade
impressa de cada um. O figurino contribui para a narração dos sentimentos desse
casal no decorrer da trama, é rasgar se de amor ou de ódio? É tirar a roupa ou
não tirar? Quem tira de quem? Eu quero rasgar seu vestido mas é alugado!",
completam os diretores.
Sinopse
Um jovem casal
suburbano e apaixonado assume pactos inusitados diante de um fecho-éclair
enguiçado em plena lua de mel. Até onde eles conseguirão chegar antes do
"até que a morte os separe"? Cantar com rouquidão todo o repertório
de um karaokê, borrar a boca com batom barato ou devorar cartelas de
antidepressivos?
Ficha
Técnica:
Direção: Ricardo Grasson. e Heitor Garcia. Elenco: Felipe
Barros e Mayara Dornas. Produção: Lígia Fonseca. Desenhos de
Luz: Cesar Pivetti. Cenografia: Marisa
Bentivegna. Figurino:Rosangela Ribeiro. Aderecista
e assistente de figurino: Neemias Villas Bôas Visagismo: Edgar
Cardoso Som: Aghata. Designer: Carol
Cevdar. Fotos e Vídeos: Rafael Duckur e Lanther
Lincoln. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato
Fernandes. Redes Sociais: Jéssica
Fioramonte. Trafégo: Cauê Baldo. Realização: Malisgüe
Produções.
Serviço:
Esse
Maldito Fecho-Eclair
Teatro
Itália
Temporada: de 24 de julho a 5 de setembro - Quartas e quintas,
às 20h.
Ingresso: R$ 80,00 e R$ 40,00 (meia entrada para estudantes,
idosos, professores e classe artística)
Teatro
Itália
Av. Ipiranga,
344 - República, São Paulo - SP
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