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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

A igualdade de Babeuf



Para os liberais, o primeiro patrimônio do ser humano é seu corpo. O segundo é o direito de apropriar-se livremente dos frutos de seu trabalho, que é produzido por seu corpo e mente. O instrumento de que dispõe a humanidade para garantir a materialização desses dois patrimônios individuais é o direito de propriedade. Se os frutos do trabalho forem maiores que o necessário para a manutenção da vida do corpo, o excedente pertence a quem o produziu, que pode acumulá-lo em forma de propriedade de ativos tangíveis e intangíveis.

Tomemos o exemplo de um compositor e cantor. Por seus dons ele escreve letras, compõe a melodia e interpreta cantando. Se legiões de pessoas apreciam as canções, enchem seus corações de alegria e se dispõem a pagar por isso, o artista é beneficiado com renda acima de suas necessidades para viver. Com o excedente, ele adquire ativos em forma de bens e direitos e deles toma posse, detém a propriedade e o domínio, podendo assim usufruir da forma que lhe aprouver.

Gracchus Babeuf foi militante político na França do século 18 e tornou-se um dos expoentes da “revolução dos iguais”, movimento cujo objetivo era empobrecer a burguesia em nome da ascensão social dos pobres. Seria uma espécie de movimento socialista. O destino de Babeuf foi a guilhotina em 1797. Para começar, o problema é que Deus não é socialista e não fez os homens iguais. Uns são geniais, outros são medíocres. Uns se esmeram em cultivar virtudes, outros chafurdam nos vícios. Uns se dedicam ao trabalho duro, outros são preguiçosos. Uns são éticos, outros são bandidos.

Consideradas tantas diferenças – sem entrar no mérito das razões por que os seres humanos são diferentes –, atribuir rendas e recompensas iguais a talentos, habilidades e esforço diferentes é impraticável, além de ir contra o interesse de todos. Aquele artista genial, que ganha muito porque agrada milhões de pessoas, não teria o mesmo empenho se lhe fosse negado o direito de se apropriar dos frutos de seu trabalho. Para que trabalhar, se um medíocre preguiçoso tivesse a mesma recompensa? Na prática, o igualitarismo, antes que uma dádiva, é uma punição.

Outro aspecto interessante é que as pessoas não desejam comportamento padronizado. A diferença é a essência, e desejos diferentes são a essência de nós, humanos. Se me perguntam por que não sou um rico empresário, posso simplesmente responder: quem disse que eu desejo isso? Posso pensar que o megaempresário é um escravo de tantas posses, não é dono de seu tempo e que sou mais feliz que ele, pois, não possuindo tanto, sinto-me mais livre e menos perturbado pelos problemas.

O objetivo, portanto, não deve ser a igualdade de posses para todos os seres humanos. O objetivo deve ser outro; deve ser uma situação social em que aqueles que têm menos consigam viver dignamente, alimentados e abrigados, com saúde e educação. Babeuf comentou um equívoco. O que ele desejava era minimizar o sofrimento humano naqueles anos tumultuados da Revolução Industrial, quando todas as nações eram pobres. Era uma boa causa. Mas ele lutou mais contra a burguesia que a favor dos pobres.

Para retirar uma parte de quem tem e distribuir a quem não tem, a humanidade inventou o Estado e seu braço executivo, o governo. Só que o Estado, com o tempo, tornou-se ele próprio um problema, pois, com suas estruturas inchadas, burocracias caras, corrupção elevada e ineficiência gerencial, passou a prejudicar a produção e ser pouco eficiente na distribuição. O setor público tornou-se concentrador de renda. Portanto, antes de aumentar impostos, cumpre consertar, ou ao menos reduzir, os defeitos do Estado. Se isso não for feito, os contribuintes ficarão mais pobres, e os pobres não ficarão mais ricos.





José Pio Martins - economista, é reitor da Universidade Positivo.






Cinco dicas para se tornar líder sênior

Michael Page destaca as competências mais buscadas pelas empresas em líderes que pretendem chegar no alto escalão

A transição de líder setorial para líder da empresa é uma das etapas mais desafiadoras da carreira. E do ponto de vista das organizações, quais os primeiros passos para formar ou descobrir o líder sênior? “Na medida em que os resultados do potencial líder tornam-se evidentes, é importante oferecer ao candidato uma posição em alguma equipe de gerência sênior, pois isso ajudará na exposição a agentes externos, incluindo investidores, contato com a imprensa e clientes-chave, grandes projetos”, analisa Tomás Jafet, gerente executivo da Michael Page, consultoria especializada em cargos de média e alta gerência nas mais diversas áreas, pertence ao PageGroup Brasil. 

A Michael Page preparou uma lista com cinco dicas sobre as competências mais buscadas pelo mercado quando o assunto é liderança sênior. Confira: 


1 – Visão sistêmica (habilidade de enxergar o todo e as partes) 

Enxergar além do funcionamento e perceber a essência e o significado de cada setor da companhia. A essa virtude damos o nome de visão sistêmica.  “Um líder sênior precisará enxergar de modo claro os processos, os resultados e as pessoas dentro do negócio. Essa capacidade se aplica tanto no que se refere às propriedades tangíveis da companhia (produtos, estrutura física/tecnológica, por exemplo) quanto intangíveis (a marca, a relação da empresa com a sociedade, o valor dos talentos internos), contemplando todas as partes interessadas: acionistas, parceiros, concorrentes e formadores de opinião”, afirma Tomás Jafet.  


2 – Influência (poder de produzir efeito sobre pessoas e ideias) 

Talvez um talento que escape às teorias, pois é uma combinação de ação pessoal interna e percepção de oportunidades externas. “Inspirar significa despertar em alguém ou em si mesmo a vontade de criar ou realizar algo, ou seja, podemos dizer que a inspiração conduz o comportamento dos indivíduos que, na prática, significa ter peso sobre as decisões de alguém ou sobre as fases de um processo. Para não deixar dúvidas: um líder inspirador é capaz de incentivar seu time em todos os momentos, em especial nos períodos de crise. E isso se configura de modo particular em cada empresa. Mas é possível dizer que a influência é uma combinação de mensagens e atitudes”, verifica o gerente executivo da Michael Page. 

3 – Tomada de decisões difíceis (decidir o futuro de indivíduos e projetos) 

Tomar decisões difíceis é parte significativa da carreira dos líderes que atingiram a alta gerência. E será que existe um método para aperfeiçoar esse misto de responsabilidade e função? “Não existe método, mas existe sim o compromisso com os valores mais importantes da empresa. O líder sênior será fortemente cobrado a tomar decisões difíceis, desde o desligamento de pessoas que são queridas e respeitadas na organização, até aspectos de alto impacto orçamentário e cultural para a organização. O bom senso deve prevalecer e, ao seu lado, deve estar o compromisso incansável de respaldar cada decisão difícil em números, perspectivas, oportunidades e eventuais riscos. A liderança sênior é a morada da razão, seja em momentos de forte carga emocional ou de aparente tranquilidade de cenário”, ressalta o especialista em recrutamento. 

4 – Performance em finanças (diagnosticar e cuidar da saúde financeira) 

A vida financeira da empresa é como um organismo vivo: depende de cuidados incessantes e evolutivos para manter a companhia de pé e saudável. “O líder sênior precisa entender o orçamento, o planejamento estratégico, os pontos fortes e fracos da estrutura financeira da empresa. Perceba, isso vai muito além da monitoria do orçamento (budget). Mesmo que não seja oriundo dos campos de exatas, é crucial que o líder busque cursos de especialização, treinamentos e técnicas para interpretar não apenas os números, mas o real significado e o impacto dos investimentos, gastos, despesas e projeções futuras. É preciso ter a vida financeira da empresa nas mãos, é uma lição de casa, sem prazo de entrega, pois essa gestão é permanente”, explica Jafet.  

5 – Senso de inovação (não é criar, mas saber quem está criando)

Fala-se muito que o alto escalão das empresas é o setor menos afeito à inovação, pois preocupa-se com a estrutura da companhia e precisa dar respostas aos problemas cotidianos, deixando a inovação para outras camadas. Será que isso faz sentido? “O alto escalão realmente tem incumbências diferentes, mas não significa que possa se dar ao luxo de não saber, minimamente, rastrear polos de inovação, seja dentro da companhia ou no mercado. O líder sênior do mundo atual deve estar integrado às mentes inovadoras da companhia, sejam elas em nível de gestão, média gerência ou até mesmo os juniores. O Steve Jobs mostrou ao mundo que um presidente de empresa, por exemplo, só pode realmente cobrar ou contribuir com o departamento de produtos/engenharia/novos negócios se entender o funcionamento técnico de seu negócio. O senso de inovação é a capacidade de perceber onde a empresa pode fazer diferente e, principalmente, como captar recursos, mobilizar pessoas e executar a cultura de mudança. O senso de inovação é o último dessa lista, pois é o passo mais complexo de ser atingido ao longo da jornada profissional, e ao mesmo, um dos mais transformadores. Talvez, hoje seja o mais importante”, Tomás Jafet.








Parabéns, Empresários Contábeis!



Em 12 de janeiro comemora-se o Dia do Empresário Contábil e, aproveitando o ensejo dessa data tão importante para nossa sociedade, expresso aqui minha convicção de que é preciso refletir sobre a importância do Profissional da Contabilidade na contribuição técnica para a melhoria da gestão das pequenas, médias e grandes empresas, assim como os desafios do empreendedorismo em nossa área. 

O Profissional da Contabilidade é parte essencial de qualquer empreendimento, público ou privado, sendo, muitas vezes, o braço direito do gestor. Em razão disso, a gestão das Empresas Contábeis tem particularidades importantes, visto que são elas que tratam da compreensão sobre a evolução patrimonial de pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem fins lucrativos.

Nos falta intensificar a divulgação ampla dessa capacidade para a sociedade, que ainda não reconhece nossa importância na prestação de informação de qualidade, útil e compreensível, que subsidia os gestores a entenderem seus negócios e, consequentemente, tomarem melhores decisões.

Muitos empreendimentos fecham antes de três anos porque o gestor não possui conhecimentos sobre apuração correta de custo, precificação, capacidade evolutiva patrimonial, composição de capitais, diferença entre “lucro” e “dinheiro”, necessidade de capital de giro... todas essas informações são fornecidas pelos Profissionais da Contabilidade. 

Nossa Classe produz muito, mas é modesta ao levar para a coletividade sua capacidade de trabalho e poder de entrega! Por isso, a união, a cooperação e a nossa luta são, principalmente, pelo fortalecimento de nossa Valorização perante a sociedade!

Ela começa quando o Profissional entende o seu valor e passa a informá-lo para os clientes. E o centro desse valor é a Gestão Contábil. Esta é a parte mais bela e importante de nosso trabalho. Afinal, o momento da ênfase do débito/crédito e do levantamento de balancetes passou e muitos sistemas informatizados o fazem.

O que eles não conseguem substituir é nossa veia de Ciências Sociais Aplicadas. Nossa atuação como Consultores e Assessores de pequenas, médias e grandes empresas, atuação esta decisiva para o fortalecimento e crescimento das mesmas. 

É preciso que os Empresários Contábeis ampliem a reflexão sobre o seu real papel na sociedade, utilizem sua expertise para manter e conquistar clientes e aprimorem sua gestão de vendas de serviço qualificado.

A nós, Profissionais da Contabilidade, e à sociedade como um todo, cabe valorizar os Empresários Contábeis também pela geração de empregos para a Classe e consequente contribuição para a economia do país. 

Vamos em frente, Empresário Contábil! O desafio é grande, mas com entusiasmo e determinação, o sucesso é garantido. Conte sempre com o Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro! 







Waldir Ladeira - Presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro (CRCRJ).





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