Enquanto o burnout cresce entre mulheres profissionais, especialista ensina como alcançar alto desempenho com bem-estar emocional
Durante décadas, o sucesso foi retratado como sinônimo de produtividade desenfreada, metas inalcançáveis e resistência emocional. E, embora esse modelo ainda seja amplamente valorizado, ele tem adoecido cada vez mais pessoas, especialmente mulheres. Além de se destacarem em suas carreiras, muitas são também responsáveis pelo cuidado com os filhos, a casa, os relacionamentos e a família. O resultado dessa sobrecarga costuma ser silencioso, mas profundo: cansaço extremo, sentimento de culpa ao descansar, insônia e perda de prazer.
E não é novidade que o Brasil sofre uma crise de saúde mental que impacta diretamente na vida profissional das pessoas. Dados do Ministério da Previdência Social sobre afastamentos do trabalho mostram que, em 2024, foram quase meio milhão de afastamentos, sendo esse o maior número em pelo menos dez anos. Os dados do INSS também permitem traçar um perfil dos trabalhadores - com 64%, a maioria são mulheres, com idade média de 41 anos, que sofrem de ansiedade e depressão.
Diante desse cenário, o alerta se intensifica. “Durante décadas, o sucesso foi retratado como sinônimo de produtividade desenfreada, metas inalcançáveis e resistência emocional. E, embora esse modelo ainda seja amplamente valorizado, ele tem adoecido cada vez mais pessoas, especialmente mulheres”, afirma a psicóloga e hipnoterapeuta Brunna Dolgosky.
A especialista reforça que ainda que o colapso emocional, na maioria das vezes, não acontece de forma repentina. “Ele se instala devagar. A pessoa começa a dormir mal, a se irritar com pequenas coisas, a se desconectar do prazer e a sentir culpa quando está descansando”, comenta.
A seguir, a especialista compartilha
alguns caminhos práticos e profundos para equilibrar saúde mental e realização
profissional - sem abrir mão de si. Confira:
1. Reeducar o
diálogo interno
“A forma como nos tratamos influencia
diretamente nossa energia, foco e autoestima. Muitas mulheres convivem com uma
voz interior crítica, dura, impaciente. A substituição dessa voz por uma
postura interna mais compassiva permite que o desempenho venha com menos sofrimento.
Técnicas de hipnose e psicoterapia ajudam a reprogramar esse padrão”, explica a
psicóloga.
2. Estabelecer
pausas de verdade
“Trabalhar sem parar não é prova de
força, mas de desconexão de si mesma. Pausas conscientes, respiros no meio do
dia, rituais de autocuidado e férias reais são essenciais para a preservação da
saúde psíquica. O cérebro precisa de espaçamento para integrar, criar e regular
emoções”, complementa Brunna.
3. Redefinir o que
é sucesso
“Muito do que consideramos “sucesso” foi
aprendido, não escolhido. Questionar esse modelo e construir uma definição
própria, que inclua bem-estar, tempo de qualidade, vínculos saudáveis e
liberdade emocional, é um ato de coragem. E é também um caminho para uma vida
mais coerente com quem se é”, enfatiza.
4. Valorizar a
integração entre corpo, mente, espírito e emoções
“Uma vida verdadeiramente bem-sucedida não pode ser construída com base apenas na performance ou na conquista material. O sucesso real acontece quando há coerência entre o que se vive e o que se sente, e isso só é possível quando todos os aspectos do ser são cuidados e integrados”, entende.
“Se alimentar com consciência, manter
uma prática espiritual que traga sentido à existência, desenvolver a mente por
meio do autoconhecimento e nutrir vínculos emocionais saudáveis são pilares que
se sustentam mutuamente. Não existe alto desempenho duradouro sem saúde física,
equilíbrio emocional, direção espiritual e clareza mental. Acredito fielmente
que o sucesso mais valioso é aquele que acontece por inteiro, de dentro para
fora”, completa a psicóloga.
5. Investir em
autoconhecimento profundo
“O autoconhecimento vai além da
superfície. Ele exige mergulho. A hipnoterapia é uma das ferramentas mais
potentes para acessar conteúdos simbólicos, emocionais e históricos que ainda
governam decisões atuais. Quando uma mulher entende o que a comanda por dentro,
ela se torna livre para escolher um novo caminho”, finaliza Brunna Dolgosky.
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