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quarta-feira, 23 de julho de 2025

Cuidado que atravessa gerações: o papel dos avós na rede de apoio de mães e bebês

No Dia dos Avós, especialistas reforçam como a presença ativa de avós e familiares próximos impacta o bem-estar da mãe, do bebê e de toda a família
 

Em tempos em que a parentalidade tem sido cada vez mais debatida sob o olhar da empatia, do afeto e da saúde mental, uma figura ganha destaque por sua contribuição: os avós.

Celebrado em 26 de julho, o Dia dos Avós é uma oportunidade para reconhecer o papel afetivo, prático e emocional que essas figuras (e outros cuidadores da família ampliada) desempenham na formação de uma rede de apoio sólida para mães, pais e recém-nascidos.

Em unidades de saúde com atendimento humanizado, como é o caso do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, essa presença é bem-vinda e incentivada como parte fundamental do cuidado integral à nova família.
 

Como os avós ajudam no cuidado com a nova família

Segundo Larissa Ribeiro, assistente social da unidade, tem se tornado comum a presença ativa dos avós durante os atendimentos e no acompanhamento das mães no pós-parto.

“Eles oferecem suporte emocional, ajudam nas tarefas práticas, compartilham experiências e são um alicerce importante para os pais, principalmente para as mães que estão vivenciando esse momento pela primeira vez”, explica.

O cuidado intergeracional também se manifesta na escuta e no acolhimento. Muitos avós de hoje estão mais conscientes, atualizados e participativos.

“Observamos que muitos avós têm buscado se atualizar por meio de leituras, cursos e aprofundamento em temas como criação com afeto e desenvolvimento infantil. Embora tragam consigo experiências de outras gerações, demonstram uma postura mais aberta ao diálogo, acolhendo com respeito às decisões e escolhas dos filhos, noras e genros no cuidado com seus netos e netas.”, afirma a profissional.
 

Redes de apoio fortalecem vínculos e reduzem a sobrecarga emocional

A participação ativa dos avós e da família ampliada tem reflexos diretos no bem-estar físico e emocional dos pais, o que, por consequência, impacta positivamente o desenvolvimento saudável do bebê.

“Quando há apoio afetivo e prático, os pais se sentem menos sobrecarregados, mais confiantes e preparados para lidar com os desafios do pós-parto. Isso reduz o risco de isolamento, de exaustão emocional e favorece vínculos familiares mais saudáveis”, afirma a assistente social.

Por outro lado, ela reconhece que há desafios, especialmente relacionados às diferenças entre gerações.

“Reconhecemos que, por vezes, é necessário mediar diferentes percepções acerca do cuidado com o bebê. Nesse sentido, enfatizamos constantemente a importância do diálogo, da escuta qualificada e do respeito às decisões parentais, a fim de que a rede de apoio se constitua de maneira positiva, colaborativa e equilibrada”, pontua.
 

Humanização como prática: quando o hospital também acolhe os avós

O Hospital da Mulher Mariska Ribeiro é uma unidade que integra a rede municipal de saúde do Rio de Janeiro e tem como uma de suas diretrizes centrais a humanização do cuidado. Isso se traduz em ações concretas voltadas à inclusão de toda a rede de apoio familiar nos processos de acolhimento e assistência.

A unidade conta com uma Comissão de Humanização ativa, que se reúne regularmente para discutir e implementar melhorias nas práticas assistenciais. Além disso, promove cursos para gestantes, rodas de conversa com pais de bebês internados no Complexo Neonatal e orientações voltadas não apenas às mães, mas também a pais, avós, e rede de apoio.

Entre as ações recentes, destacam-se a ampliação das rodas de conversa com os pais no Complexo Neonatal; o fortalecimento do curso de gestantes, com participação multiprofissional; ações de escuta e acolhimento voltadas especificamente aos avós; celebrações mensais dos “mesversários” dos bebês internados, como forma de promover vínculo familiar; além de visitas guiadas para irmãos e familiares, mesmo durante internações prolongadas.

Ainda, para marcar o Dia dos Avós, a equipe do Mariska Ribeiro planejou um encontro especial no próximo sábado, 26 de julho. A programação contará com um bate-papo sobre o papel intergeracional nos primeiros cuidados com o bebê, além da entrega de certificados simbólicos aos avós participantes, um gesto de valorização e reconhecimento da importância de sua presença no início da vida dos netos.

“Entendemos que o cuidado vai muito além da assistência clínica. É sobre relações, escuta, vínculo e pertencimento. Quando os avós são acolhidos, orientados e valorizados, eles se tornam um recurso poderoso para o fortalecimento da parentalidade e para o bem-estar do bebê”, destaca Larissa.


Reconhecimento nacional e próximos passos

Como resultado do trabalho focado na humanização e na valorização das redes de apoio, o Hospital da Mulher Mariska Ribeiro conquistou importantes reconhecimentos. Em 2024, recebeu o selo IHAC (Hospital Amigo da Criança) e, em 2025, foi agraciado com o Prêmio Dr. Pinotti – Hospital Amigo da Mulher, concedido pela Câmara dos Deputados.

Essas conquistas refletem o compromisso contínuo da unidade com a escuta qualificada, a empatia e a integralidade no cuidado à mulher, ao bebê e às famílias.

“Quando a maternidade reconhece e integra os avós e a rede de apoio de forma respeitosa e orientada, promove um ambiente onde todos se sentem pertencentes e acolhidos. Isso tem impacto direto na segurança emocional dos pais e no desenvolvimento saudável do bebê. É um cuidado que se multiplica e atravessa gerações”, finaliza Lariss


Hospital da Mulher Mariska Ribeiro
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amori
@cejamoficial


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