No Dia dos Avós, especialistas reforçam como a
presença ativa de avós e familiares próximos impacta o bem-estar da mãe, do
bebê e de toda a família
Em
tempos em que a parentalidade tem sido cada vez mais debatida sob o olhar da
empatia, do afeto e da saúde mental, uma figura ganha destaque por sua
contribuição: os avós.
Celebrado
em 26 de julho, o Dia dos Avós é uma oportunidade para reconhecer o papel
afetivo, prático e emocional que essas figuras (e outros cuidadores da família
ampliada) desempenham na formação de uma rede de apoio sólida para mães, pais e
recém-nascidos.
Em
unidades de saúde com atendimento humanizado, como é o caso do Hospital da
Mulher Mariska Ribeiro, essa presença é bem-vinda e incentivada como parte
fundamental do cuidado integral à nova família.
Como os avós ajudam no cuidado com a nova família
Segundo
Larissa Ribeiro, assistente social da unidade, tem se tornado comum a presença
ativa dos avós durante os atendimentos e no acompanhamento das mães no
pós-parto.
“Eles
oferecem suporte emocional, ajudam nas tarefas práticas, compartilham
experiências e são um alicerce importante para os pais, principalmente para as
mães que estão vivenciando esse momento pela primeira vez”, explica.
O
cuidado intergeracional também se manifesta na escuta e no acolhimento. Muitos
avós de hoje estão mais conscientes, atualizados e participativos.
“Observamos
que muitos avós têm buscado se atualizar por meio de leituras, cursos e
aprofundamento em temas como criação com afeto e desenvolvimento infantil.
Embora tragam consigo experiências de outras gerações, demonstram uma postura
mais aberta ao diálogo, acolhendo com respeito às decisões e escolhas dos
filhos, noras e genros no cuidado com seus netos e netas.”, afirma a
profissional.
Redes de apoio fortalecem vínculos e reduzem a sobrecarga emocional
A
participação ativa dos avós e da família ampliada tem reflexos diretos no
bem-estar físico e emocional dos pais, o que, por consequência, impacta
positivamente o desenvolvimento saudável do bebê.
“Quando
há apoio afetivo e prático, os pais se sentem menos sobrecarregados, mais
confiantes e preparados para lidar com os desafios do pós-parto. Isso reduz o
risco de isolamento, de exaustão emocional e favorece vínculos familiares mais
saudáveis”, afirma a assistente social.
Por
outro lado, ela reconhece que há desafios, especialmente relacionados às
diferenças entre gerações.
“Reconhecemos
que, por vezes, é necessário mediar diferentes percepções acerca do cuidado com
o bebê. Nesse sentido, enfatizamos constantemente a importância do diálogo, da
escuta qualificada e do respeito às decisões parentais, a fim de que a rede de
apoio se constitua de maneira positiva, colaborativa e equilibrada”, pontua.
Humanização como prática: quando o hospital também acolhe os avós
O
Hospital da Mulher Mariska Ribeiro é uma unidade que integra a rede municipal
de saúde do Rio de Janeiro e tem como uma de suas diretrizes centrais a
humanização do cuidado. Isso se traduz em ações concretas voltadas à inclusão
de toda a rede de apoio familiar nos processos de acolhimento e assistência.
A
unidade conta com uma Comissão de Humanização ativa, que se reúne regularmente
para discutir e implementar melhorias nas práticas assistenciais. Além disso,
promove cursos para gestantes, rodas de conversa com pais de bebês internados
no Complexo Neonatal e orientações voltadas não apenas às mães, mas também a
pais, avós, e rede de apoio.
Entre
as ações recentes, destacam-se a ampliação das rodas de conversa com os pais no
Complexo Neonatal; o fortalecimento do curso de gestantes, com participação
multiprofissional; ações de escuta e acolhimento voltadas especificamente aos
avós; celebrações mensais dos “mesversários” dos bebês internados, como forma
de promover vínculo familiar; além de visitas guiadas para irmãos e familiares,
mesmo durante internações prolongadas.
Ainda,
para marcar o Dia dos Avós, a equipe do Mariska Ribeiro planejou um encontro
especial no próximo sábado, 26 de julho. A programação contará com um bate-papo
sobre o papel intergeracional nos primeiros cuidados com o bebê, além da
entrega de certificados simbólicos aos avós participantes, um gesto de
valorização e reconhecimento da importância de sua presença no início da vida
dos netos.
“Entendemos
que o cuidado vai muito além da assistência clínica. É sobre relações, escuta,
vínculo e pertencimento. Quando os avós são acolhidos, orientados e
valorizados, eles se tornam um recurso poderoso para o fortalecimento da
parentalidade e para o bem-estar do bebê”, destaca Larissa.
Reconhecimento nacional e próximos passos
Como
resultado do trabalho focado na humanização e na valorização das redes de
apoio, o Hospital da Mulher Mariska Ribeiro conquistou importantes
reconhecimentos. Em 2024, recebeu o selo IHAC (Hospital Amigo da Criança) e, em
2025, foi agraciado com o Prêmio Dr. Pinotti – Hospital Amigo da Mulher,
concedido pela Câmara dos Deputados.
Essas
conquistas refletem o compromisso contínuo da unidade com a escuta qualificada,
a empatia e a integralidade no cuidado à mulher, ao bebê e às famílias.
“Quando
a maternidade reconhece e integra os avós e a rede de apoio de forma respeitosa
e orientada, promove um ambiente onde todos se sentem pertencentes e acolhidos.
Isso tem impacto direto na segurança emocional dos pais e no desenvolvimento
saudável do bebê. É um cuidado que se multiplica e atravessa gerações”,
finaliza Lariss
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amori
@cejamoficial
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