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terça-feira, 1 de abril de 2025

Saúde do coração e saúde mental estão interligadas: entenda como a depressão e a ansiedade aumentam o risco cardiovascular

 Dra. Fernanda Weiler, cardiologista e especialista em Medicina do Estilo de Vida, explica como transtornos emocionais impactam a saúde do coração e como abordagens integradas podem ajudar na prevenção


A conexão entre corpo e mente é inegável, e quando se trata da saúde cardiovascular, os impactos dos transtornos mentais são cada vez mais evidentes. Estudos apontam que a depressão e a ansiedade não apenas aumentam o risco de doenças cardíacas, como também podem dificultar sua recuperação. No Brasil, cerca de 26% da população possui diagnóstico de ansiedade, de acordo com levantamento do Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia).

"A depressão e a ansiedade levam a uma série de reações fisiológicas no organismo que impactam diretamente o coração. A liberação de hormônios do estresse, como adrenalina e cortisol, durante os períodos de crise de ansiedade, pode precipitar o surgimento de um infarto, caso o paciente possua placas de entupimento das artérias do coração", explica a Dra. Fernanda Weiler, cardiologista formada pela Universidade de Brasília (UNB), membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e certificada internacionalmente em Medicina do Estilo de Vida pela Harvard Medical School (EUA).

O impacto emocional no coração também se reflete nos hábitos diários. "Pessoas com transtornos mentais, como a ansiedade, têm três vezes mais chances de sofrer um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral", pontua a especialista. Além disso, sintomas como fadiga, insônia e alterações metabólicas são frequentes em pacientes com transtornos mentais e são fatores que podem comprometer ainda mais a saúde do coração.

Visando esse contexto, uma abordagem integrada se faz necessária. "Não basta tratar apenas o coração, precisamos olhar para o indivíduo como um todo. A Medicina do Estilo de Vida preconiza seis pilares essenciais para uma boa saúde: alimentação equilibrada, atividade física regular, gerenciamento do estresse, sono de qualidade, evitação de substâncias tóxicas e boas relações interpessoais", enfatiza a cardiologista. "Com uma abordagem multidisciplinar que inclua psicólogos, psiquiatras e profissionais de saúde física, conseguimos reduzir significativamente o impacto das doenças mentais na saúde cardiovascular."

Para a Dra. Fernanda, o caminho para um coração saudável passa também pelo autocuidado e pelo conhecimento. "Entender que a saúde emocional tem relação direta com o coração é um passo essencial para prevenção. Pequenas mudanças diárias, como buscar espaços para relaxamento, manter uma rotina de sono adequada e adotar uma alimentação mais natural, podem fazer toda a diferença a longo prazo", finaliza a especialista.

 

Dra Fernanda Weiler - formada em medicina pela Universidade de Brasília (UNB) com residência em cardiologia pela mesma Universidade. É membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e certificada internacionalmente em Medicina do Estilo de Vida. Entre 2014 e 2015 foi professora da UNB, mesma Universidade em que se formou. Sua extensão em Medicina do Estilo de Vida, feita na Harvard Medical School (EUA) fez com que Dra Fernanda passasse a olhar a saúde cardíaca como resultado também (e principalmente) das escolhas de vida de cada pessoa. Defensora da atividade física e da promoção dos bons hábitos, dedica parte de sua carreira a incentivar seus pacientes e seguidores das redes sociais a adotarem melhores hábitos no que tange aos seis pilares da Medicina do Estilo de Vida. Dra Fernanda é também co-fundadora do grupo “Mais uma D.O.S.E (dopamina, ocitocina, serotonina, endorfina)”, que visa a melhora na qualidade de vida através da Medicina do Estilo de Vida.


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