Casos impactam
diretamente a criatividade dos jovens
A ansiedade entre crianças e adolescentes tem
superado a de adultos, aponta uma pesquisa do Sistema Único de Saúde (SUS). Em
2022, foram registrados 103.619 procedimentos relacionados ao transtorno em
pessoas de até 19 anos. Em 2023, esse número aumentou para 140.782. Nos casos
mais graves, as internações também subiram de 447, em 2022, para 512, no ano
seguinte.
Os dados apontam um aumento alarmante da ansiedade
entre os jovens, muitos deles ainda em fase escolar. Vitor
Azambuja, um dos criadores do programa De Criança Para Criança
e que desenvolve projetos em escolas, destaca esse cenário e alerta para as
consequências da negligência desse tema, que pode levar ao desenvolvimento de
outras doenças. "Hoje, não só eu, mas muitos estudos sobre doenças contemporâneas,
apontam a ansiedade como uma das mais preocupantes. Isso porque o transtorno
afeta tanto o corpo quanto a mente de forma interligada", afirma.
A ansiedade também atinge o processo criativo, que
já enfrenta desafios no Brasil. Segundo a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), mais da metade (54,3%) dos alunos brasileiros
de 15 anos apresentou baixo nível de criatividade em uma avaliação
internacional, ficando na 44ª posição entre 56 países.
Diante desse cenário, Vitor destaca a importância
de as escolas estimularem a criatividade dos alunos, de forma ampla e sem
limitações. "Normalmente, o estudante aprende que a resposta certa é o
único caminho. Com isso, ele acaba desaprendendo o que é criatividade, outras
possibilidades, o conceito de errar e o que pode ser aprendido a partir do erro",
explica.
Ele também destaca que o sistema educacional,
muitas vezes, não valoriza a criatividade e a curiosidade natural das crianças,
algo que precisa ser repensado. "A criança chega à escola cheia de
curiosidade, querendo aprender, explorar e ter novas ideias. Mas, no fim,
muitas vezes sai sem criatividade, desaprendendo alternativas. Quando entra na
escola, ela tem pontos de interrogação, quando sai, sai com frases
feitas", afirma.
Atenção aos conteúdos
Vitor alerta para o excesso de conteúdo circulando
nas redes sociais, como dicas sobre saúde, organização e padrões de vida, além
da pressa das pessoas em buscar soluções imediatas para tudo. "Quando vejo
todo mundo ali, olhando o celular, isso para mim é uma farsa brutal. As pessoas
estão projetando sua ansiedade, girando a câmera para ver o que acontece com os
outros. Elas se concentram tanto no dia a dia, mas se esquecem de parar,
meditar, ouvir algo simples, como uma música, por exemplo", destaca.
A seguir, quatro pontos que contribuem no processo de
criatividade:
- Valorizar o erro: encoraje a exploração e o aprendizado a partir dos erros, sem medo de errar;
- Praticar o autocuidado: tire pausas para atividades simples, como ouvir música ou meditar, para reduzir a ansiedade;
- Repensar as expectativas educacionais: focar mais em criatividade e curiosidade do que em respostas rápidas e perfeitas;
- Usar as redes sociais com consciência: limite o consumo de conteúdos que geram ansiedade e foque em um uso mais reflexivo.
Uma animação produzida pelo programa De Criança Para Criança destaca a série “Sentimentos e Emoções”, que utiliza uma linguagem lúdica e ilustrações criadas por alunos, transformando-as em material educativo. O episódio está disponível para visualização no seguinte link.
Vitor Azambuja - brasileiro, nascido no Rio de Janeiro. Especialista em criação, é diretor de arte e artista plástico. Formado em publicidade e piano clássico, trabalhou em diversas agências de propaganda, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, criando filmes e anúncios para grandes anunciantes. Foi premiado em festivais de propaganda, tais como Figueira da Foz, Colunistas, Clube de criação de São Paulo, Art Directors em Londres e New York Festival. Realizou exposições de pinturas em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova Iorque, Miami e Paris. Um dos criadores do programa De Criança Para Criança, Vitor é o diretor criativo da empresa. Seu propósito é fazer com que as crianças do mundo inteiro aprendam desenvolvendo a sua criatividade.
De Criança para Criança (DCPC)
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