Nos últimos anos, a segurança psicológica emergiu
como um pilar essencial para ambientes de trabalho saudáveis, inovadores e
produtivos. Entretanto, recentes debates têm questionado a forma como o tema é
abordado, especialmente no uso de teorias e modelos que muitas vezes carecem de
fundamentação científica sólida, levantando a necessidade de práticas mais
rigorosas e embasadas.
A segurança psicológica é amplamente reconhecida
como essencial no ambiente de trabalho. Pesquisas, como a realizada pela
Gallup, mostram que colaboradores que se sentem psicologicamente seguros têm
27% mais chances de estar engajados em suas funções, destacando o impacto
direto desse fator no desempenho e no bem-estar organizacional.
Em meio a essas discussões, pontos têm sido
questionados sobre as propostas no campo da segurança psicológica. Enquanto a
doutora Amy Edmondson, professora da Harvard Business School, desenvolveu uma
base teórica amplamente validada, definindo segurança psicológica como a crença
de que o ambiente de trabalho é seguro para tomar riscos interpessoais, outras
abordagens, como a teoria dos Quatro Estágios da Segurança Psicológica, de
Timothy R. Clark, têm enfrentado críticas por não contarem com evidências
empíricas consistentes.
Tom Geraghty, especialista em segurança psicológica,
reconhece a utilidade do modelo dos Quatro Estágios de Timothy R. Clark como
ponto de partida, mas alerta contra sua aplicação como uma estrutura rígida e
linear. Ele enfatiza que a segurança psicológica é um fenômeno complexo e
dinâmico, que não segue padrões fixos. Essa crítica ganha relevância no Brasil,
onde o crescimento do tema tem impulsionado práticas e modelos que muitas vezes
desconsideram a profundidade e a pluralidade do conceito.
Para atender à demanda de organizações por soluções
rápidas ou selos de reconhecimento, diversos modelos estão surgindo no Brasil,
frequentemente ignorando a complexidade do tema e seu fundamento central. Essas
abordagens simplificadas oferecem ferramentas de medição que, apesar de atrativas
no curto prazo, carecem de consistência e eficácia a longo prazo.
Ainda neste campo, Timothy R. Clark questiona se é
"caro ser você mesmo", destacando 12 situações que comprometem o
bem-estar no trabalho, como exclusão social e punição por erros honestos.
Embora suas ideias provoquem reflexões importantes, a falta de validação
científica do modelo dos Quatro Estágios levanta preocupações sobre a eficácia
dessas abordagens, que podem não resolver problemas estruturais e, em vez
disso, mascará-los.
À medida que a segurança psicológica se torna
crucial para as organizações, é fundamental que líderes adotem soluções
baseadas em ciência e práticas comprovadas. Modelos sólidos, que envolvem
respeito e confiança, são essenciais para promover inovação, aprendizado e
crescimento dentro das equipes. Empresas que desejam se manter competitivas
devem investir em times psicologicamente seguros, entendendo que a segurança
psicológica é o meio para alcançar o sucesso sustentável, e não um fim em si
mesma.
Estudos indicam que equipes com segurança
psicológica têm melhor desempenho, impulsionam inovações e aprendizados
contínuos, sendo essenciais para a competitividade das empresas. Em vista
disso, o Instituto Internacional em Segurança Psicológica (IISP) é pioneiro no
Brasil ao oferecer a única certificação internacional para equipes focadas em
segurança psicológica.
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