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quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Falta de saneamento contribui para que 28,8 milhões de crianças e adolescentes vivam na pobreza

Entenda como a ausência dos serviços básicos prejudica o desenvolvimento das novas gerações de brasileiros

 

A ausência de saneamento básico traz consequências severas para a vida da população. Durante a infância, as doenças associadas à falta de saneamento básico afetam o desenvolvimento das crianças, resultando em efeitos sobre o desempenho no presente e suas oportunidades econômicas futuras. Um estudo divulgado pelo UNICEF apontou que cerca de 28,8 milhões de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos vivem na pobreza, em suas múltiplas dimensões (renda, educação, informação, proteção contra o trabalho infantil, água, saneamento e moradia). 

Ainda segundo o estudo, realizado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), 5,4% das crianças e adolescentes sofrem com a privação de água e 38% não têm acesso a saneamento básico. A privação do acesso ao básico tem reflexos evidentes no desempenho escolar e no potencial futuro de inserção no mercado de trabalho, o que contribui para a perpetuação da pobreza. 

Um estudo produzido pelo Instituto Trata Brasil, que analisa o impacto da falta de saneamento na vida da criança, mostra que a intensidade desses problemas varia entre as fases da vida. 

Na primeira infância, a dimensão que domina é a da saúde, com reflexos secundários sobre a capacidade de desenvolvimento educacional. Já na segunda infância, os problemas de saúde perdem importância em relação à primeira infância, mas os efeitos sobre a educação assumem um papel preponderante. Na adolescência, as questões educacionais permanecem e surge a questão da inserção no mercado de trabalho, dimensão que se tornará dominante na idade adulta. De acordo com a pesquisa, a diferença de renda entre dois jovens, um com acesso ao saneamento durante sua infância e adolescência e o outro sem, é de 46,1%. 

Os efeitos da ausência de água potável e esgotamento sanitário durante a infância e adolescência perpetuam o ciclo do subdesenvolvimento. A universalização do saneamento é fundamental para que mais crianças e jovens possam ter plenas condições de bem-estar, lazer, qualidade de vida e oportunidades futuras de crescimento profissional.


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