Estudo do Trata Brasil revela como as
tempestades sobrecarregam os sistemas de água e esgotamento sanitário
O Brasil enfrenta um cenário de chuvas intensas e fortes
tempestades que estão afetando diversos estados. De acordo com o Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET), a previsão para o período de 13 a 20 de
janeiro aponta chuvas em quase todo o país. Além disso, o boletim
agroclimático divulgado pelo INMET destaca que a
interação entre a superfície dos oceanos e a atmosfera exerce um impacto nas
condições climáticas, com fenômenos como o El Niño influenciando diretamente o
tempo e o clima no país.
A intensificação das mudanças climáticas representa uma ameaça crescente para o setor de saneamento no Brasil, criando desafios significativos para a operação de sistemas de água e esgoto. Esses riscos climáticos agravam as desigualdades no acesso aos serviços básicos, especialmente em comunidades urbanas periféricas e áreas rurais. De acordo com um estudo do Instituto Trata Brasil, eventos extremos como tempestades, ondas de calor e secas afetam diretamente a infraestrutura básica.
Para os serviços de saneamento, as tempestades podem sobrecarregar os sistemas de água, drenagem e de tratamento de esgoto. Entenda quais os principais impactos:
Mananciais e Sistemas de Água
- Aumento do acúmulo de sedimentos: tempestades intensas e prolongadas podem aumentar a
quantidade de sedimentos carregados para mananciais e reservatórios,
reduzindo a capacidade de armazenamento e dificultando o tratamento de
água.
- Estação de tratamento de água (ETAS´s):
• Danos físicos às estruturas e impedimento do
transporte de água: tempestades podem causar danos
significativos em ETA’s, estruturas de pressurização, e afetar o transporte de
água.
• Redução da eficiência do tratamento:
as ETA’s podem receber fluxos de água acima da capacidade projetada durante
tempestades, comprometendo a eficiência do tratamento.
• Interrupções de energia: tempestades podem gerar interrupções,
afetando o funcionamento das ETA’s.
Sistema de Esgoto
- Contaminação de águas superficiais: tempestades intensas podem causar transbordo de canais sem
redes de coleta e tratamento de esgoto, e consequente liberação de
efluentes não tratados diretamente nos corpos hídricos.
- Estação de tratamento de esgoto (ETE’s):
• Danos físicos às estruturas e impedimento do
transporte de esgoto: tempestades podem causar danos
significativos em ETE’s, elevatórias e linhas de recalque, dificultando o
transporte de esgoto.
• Redução da eficiência do tratamento: as ETE’s podem receber fluxos de água
acima da capacidade projetada durante tempestades, comprometendo a eficiência
do tratamento.
• Interrupções de energia: tempestades podem gerar interrupções, afetando o funcionamento de bombas e outros equipamentos das ETE’s.
Para enfrentar os desafios impostos pelos riscos climáticos, é essencial
que tanto o poder público quanto as empresas de saneamento adotem estratégias
de adaptação climática. Ações como o fortalecimento da
infraestrutura de captação e tratamento de água e esgoto, a modernização dos
sistemas de monitoramento e controle de qualidade da água, e os investimentos
em tecnologia, como o reuso, contribuem para a diversificação das fontes de
água. Essas medidas são fundamentais para mitigar os impactos das mudanças
climáticas na vida da população, especialmente nas regiões mais vulneráveis.
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