Nesses
dias em que o calor assola São Paulo - e boa parte do nosso país - é necessário
tomar cuidado com todo o sistema respiratório para manter a saúde (como um
todo) em dia.
“O
sistema respiratório humano é equipado com uma rede de defesas naturais, sendo
a mucosa nasal uma das principais barreiras contra as impurezas, sejam elas
vírus, bactérias ou todo tipo de sujeira que tenta entrar no nosso organismo”,
explica Prof. Dr. Richard Voegels, professor associado livre Docente da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretor de Rinologia.
Segundo ele, a
mucosa do nariz e das cavidades nasais desempenham um papel extremamente
importante na proteção do organismo criando uma defesa natural contra agentes
patogênicos. “A mucosa nasal é revestida por um muco, produzido em grande
quantidade, cerca de (...). Esse muco contém anticorpos e outros componentes de
defesa, essenciais para a proteção do corpo. Quando o ar entra pelo nariz, ele
não segue uma trajetória reta. Faz movimentos circulares dentro das cavidades
nasais provocando que impurezas como vírus, bactérias e partículas de sujeira
sejam capturadas pelo muco, impedindo que alcancem os pulmões”, explica Prof. Richard.
Depois dessa limpeza - a captura citada acima -, o muco é
transportado através de cílios microscópicos na mucosa até a garganta, onde é
engolido e chega ao estômago que, com seus ácidos, esteriliza esses materiais.
“Essa é a nossa primeira linha de defesa contra as doenças respiratórias”, diz.
O ar seco e seu
impacto nas defesas respiratórias
Quando o ar que respiramos está seco demais - como ocorre com frequência em São Paulo e outras regiões do país - a poluição aumenta muito, a maioria das pessoas esquece de se hidratar, a mucosa nasal fica ressecada, o muco perde a capacidade de se manter fluido e eficaz, comprometendo a defesa do sistema respiratório.
“A desidratação do muco torna-o mais espesso, dificultando a retenção de impurezas. Esse ressecamento da mucosa prejudica o funcionamento do sistema de defesa, tornando nosso corpo mais vulnerável a infecções, vírus e outros patógenos. Em uma cidade como São Paulo, onde o ar seco e a poluição são problemas recorrentes, essa condição pode se agravar, criando um ciclo vicioso em que a poluição sobrecarrega um sistema respiratório já debilitado pela falta de umidade no ar”, continua o professor.
Há cuidados especiais para ajudar a
manter as vias respiratórias saudáveis e funcionando corretamente. “A
hidratação é fundamental. Tanto a de cada um como a do ambiente. A do corpo
sinaliza com urina clara - este é um sinal que o corpo está se protegendo
adequadamente. Já para a casa, opte por umidificadores, em especial durante a
noite, para evitar que o ar seco resseque a mucosa nasal. E, se não for
possível, deixe uma vasilha com água no quarto. O importante é garantir que a
umidade chegue ao sistema respiratório”, diz Voegels.
Lavagem nasal e consulta médica
A lavagem nasal pode ajudar na limpeza das vias respiratórias e manter a mucosa lubrificada. “O ideal é usar uma solução isotônica ou hipertônica, pois a água com sal deve ser similar à concentração sanguínea para não causar desconforto. Já a hipotônica - menos concentrada - pode não ser eficaz e, em alguns casos, prejudicial”, ensina.
Em casos de dificuldades respiratórias
ou se o quadro se agravar, o importante é procurar orientação médica. “O ar
seco e a poluição são fatores que sobrecarregam as defesas naturais do nosso
sistema e é importante procurar orientação médica. Um otorrinolaringologista
pode avaliar a situação e prescrever tratamentos específicos, como medicamentos
para hidratar a mucosa ou controlar a inflamação nas vias respiratórias”,
finaliza Prof. Dr. Richard Voegels.
Prof. Dr. Richard Voegels - preside o Congresso da Fundação Otorrinolaringologia, que acontece anualmente e tem o seu consultório na Rua Tenente Negrão, 140, cj 91, Itaim Bibi, São Paulo, telefone 11 9.8291-8651.
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