Maior hospital pediátrico do país
esclarece as principais dúvidas sobre a doença que é considerada a emergência
gastrointestinal mais comum e perigosa em recém-nascidosFoto: Camila Hampf/Hospital Pequeno Príncipe
Considerada a emergência gastrointestinal mais comum e perigosa
entre recém-nascidos, a enterocolite acomete, segundo
a ONG Prematuridade, até 0,7% dos bebês nascidos vivos, 7% dos pacientes
internados em UTI Neonatal e até 8% dos meninos e meninas nascidos com menos de
1,5kg. A doença ganhou destaque após o recente diagnóstico de Ravi, filho mais
novo dos influenciadores digitais Viih Tube e Eliezer, que ficou 20 dias
hospitalizado para tratar a condição.
De acordo com Silmara Possas, médica neonatologista e coordenadora
das UTIs do Pequeno Príncipe, que é o maior e mais completo hospital pediátrico
do país, a doença é causada por um processo inflamatório no intestino e pode
levar a complicações, como a desnutrição severa do bebê. “A enterocolite é uma
doença grave que pode ser causada por diferentes fatores, mas que ainda está em
estudo. Conforme o grau de gravidade, o paciente pode precisar de procedimentos
cirúrgicos”, explica.
Como é feito o diagnóstico da enterocolite?
O diagnóstico da doença é feito com avaliação clínica a partir dos
sintomas que a criança apresenta e com a realização de exames de imagem e de
sangue. Entre os sinais de alerta da enterocolite estão:
- distensão abdominal;
- fezes com sangue;
- apatia e letargia;
- vômitos amarelados ou esverdeados;
- dificuldade na alimentação;
- febre ou hipotermia.
Como é realizado o tratamento?
A enterocolite exige que o diagnóstico seja rápido e que o
tratamento seja adequado conforme a gravidade do caso. Os cuidados e
intervenções podem ser feitos com a suspensão temporária da alimentação via
oral, com nutrição parenteral, com o uso de antibióticos, com monitoramento em
UTI neonatal e, em casos mais graves, com a realização de procedimentos
cirúrgicos.
“Após a melhora, o acompanhamento com o pediatra é fundamental para monitorar o crescimento, pois, em alguns casos, a criança pode manifestar má absorção de nutrientes e atrasos no desenvolvimento”, explica Silmara Possas.
Existe prevenção para a enterocolite?
O leite materno é um dos principais aliados na prevenção da doença, porque também desempenha o papel fundamental de fortalecer o sistema imunológico do bebê e auxiliar no desenvolvimento saudável da flora intestinal. Além disso, o acompanhamento neonatal e o cuidado adequado de fatores de risco como prematuridade, baixo peso ao nascer e infecções sistêmicas são essenciais para diminuir as chances de desenvolvimento da doença.
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