A nuvem (cloud)
transformou a forma como as empresas trabalham com dados, oferecendo maior
flexibilidade e escalabilidade. No entanto, a crescente demanda por soluções
mais dinâmicas e inovadoras impulsionou o surgimento de outros modelos, dentre
eles o multicloud, que permitem otimizar custos, melhorar a performance e
garantir maior flexibilidade.
Como o próprio
nome indica, um ambiente multicloud é uma área de computação em nuvem que
utiliza os serviços de múltiplos provedores de cloud, como Amazon Web Services
(AWS), Microsoft Azure e Google Cloud Platform (GCP). Nele, ao invés de se
vincular a um único provedor, as empresas distribuem suas cargas de trabalho
entre diferentes plataformas, buscando otimizar custos, desempenho, segurança e
flexibilidade.
Não por acaso, a
busca por soluções mais eficientes e personalizadas dentro da computação em
nuvem segue em expansão, com 49% das organizações adotando uma estratégia de
nuvem em primeiro lugar, de acordo com um relatório do Cloud Industry Forum 2024. Destas companhias,
98% usam ou planejam usar pelo menos dois provedores de infraestrutura de
nuvem, enquanto outros 31% estão usando quatro ou mais.
De tão estratégico
na atualidade, o multicloud gerou um contrato nos Estados Unidos de US$ 9 bilhões de
ninguém menos do que o Pentágono com a Amazon, Microsoft, Oracle e Google. O
que as autoridades de segurança buscam com isso é o mesmo que as principais
companhias do planeta: obter o melhor de cada provedor com eficiência,
agilidade e custo-benefício superior aos modelos tradicionais de computação.
Entretanto, a
escolha dos provedores certos e a distribuição eficiente das cargas de trabalho
são cruciais para o sucesso de um ambiente multicloud. É preciso ter ciência
detalhada de cada aplicativo e serviço, considerando ainda a oferta de serviços
por cada provedor que atendam às aplicações da companhia e a localização
geográfica dos seus clientes.
Essa adoção de um
ou mais fornecedores dentro do multicloud ainda deve levar em conta serviços e
funcionalidades, a precificação, o suporte técnico e a segurança. Uma vez
definido isso, é importante construir uma boa distribuição das cargas de
trabalho – considerando requisitos, custos, gerenciamento e backups –, o que
permite ainda uma resiliência e observalidade qualitativas e eficientes,
evitando problemas de maneira preditiva.
Fica claro que é
grande a complexidade do multicloud, já que gerenciar múltiplos ambientes de
nuvem pode ser complexo, exigindo ferramentas e processos específicos. Além
disso, é mandatório garantir a segurança dos dados em diferentes plataformas,
especialmente quando se trata de conformidade com regulamentações, e integrar
diferentes serviços de nuvem pode exigir o desenvolvimento de soluções
personalizadas. Sem o devido cuidado, esse ambiente pode sofrer com problemas
de gerenciamento e de custos.
A procura por
recursos que evitem bloqueios dentro das cadeias de fornecimento, com recursos
de recuperação de desastres e que, neste pacote, tragam melhores custos e
serviços seguirá em alta. E é por isso que saber trabalhar com as tecnologias
de ponta é tão importante quanto ter o devido conhecimento para gerenciá-las – sejam
elas públicas, privadas ou híbridas em sua origem. Até mesmo a Inteligência
Artificial (IA) só pode evoluir em um ambiente múltiplo de nuvens, como
corroboraram 92% de líderes em uma recente pesquisa.
Para simplificar,
pense no ambiente multicloud como administrar um restaurante, no qual cada
prato vem de uma cozinha diferente, com seu próprio chef e receita única. Se
você souber usar esse cardápio variado, ao mesmo tempo, em favor do seu
público-alvo, você terá o que há de melhor em termos de desempenho e
confiabilidade em suas operações. Importante reforçar que se trata de um
processo contínuo de melhoria e ajustes estratégicos.
Se bem “temperada”, essa refeição fará o cliente voltar para repetir a experiência, não tenho a menor dúvida disso.
Alessandro Buonopane - CEO Brasil da GFT Technologies
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