Viver na Itália é o sonho de muitos brasileiros que
buscam se reconectar com suas raízes ou explorar novas oportunidades em terras
italianas. De acordo com dados do Consulado Geral da Itália, há cerca de 32
milhões de brasileiros ítalos-descendentes com direito a dupla cidadania.
Segundo Nátali Lazzari, especialista em genealogia e diretora da Avanti
Cidadania, empresa especializada em assessoria, imigração e residência na
Itália, entender o que envolve o processo é essencial para evitar
frustrações. “Requerer o direito, não é apenas reunir documentos. É preciso
estar ciente de que cada caso tem suas particularidades e que a burocracia
italiana pode ser um desafio se você não estiver bem orientado”, explicaFreepik
De acordo com a especialista, o trâmite de
reconhecimento de cidadania pode ser feito de três formas, sendo pela via
judicial, administrativa na Itália ou administrativa no Brasil, dependendo do
contexto familiar e da documentação disponível. “Primeiro, é necessário
identificar o ascendente e comprovar a linha de descendência. Depois, reunir
certidões desde o antepassado até o requerente, sempre traduzidas e apostiladas
conforme as exigências italianas”, detalha.
A profissional acrescenta, que um ponto crucial no
processo é verificar se há interrupção na transmissão da cidadania por meio de
casamentos ou naturalizações, que podem impactar a elegibilidade. Para quem
pretende morar na Itália, a profissional aconselha:
Tenha um planejamento
financeiro: A Itália é um país cheio de oportunidades, mas o
custo de vida varia muito de região para região. “Pesquise sobre a cidade para
onde pretende se mudar e esteja preparado para os primeiros meses de
adaptação”, ressalta.
Atenção à documentação: Mesmo com a cidadania, serão necessários outros documentos locais,
como o codice fiscale (CPF italiano) e o registro de residência,
que são essenciais para trabalhar ou estudar na Itália.
Integração cultural: Aprender o idioma e entender a cultura italiana fará toda a diferença
na adaptação. Isso ajuda não só no dia a dia, mas também na integração com a
comunidade. Então, antes de se mudar, comece a pesquisar sobre a cultura do
país.
Natali alerta que, para quem busca a cidadania
italiana, é preciso agir rapidamente, pois três mudanças importantes estão em
discussão, são elas: A PL 752/2023 que propõe alterações nas regras de
reconhecimento e reaquisição de documentos europeus. A restrição do "Jus
Italie" que limita a cidadania italiana para descendentes de italianos com
antepassados nascidos fora da Itália, restringindo o sistema atual, sem limite
de gerações. E a mudança na Lei Orçamentária de 2025, que prevê uma taxa de 600
euros para requerentes de cidadania via processo judicial, ainda dependendo de
votação parlamentar. “Se aprovadas, essas leis dificultam o acesso à cidadania
italiana”, ressalta.
A especialista em genealogia enfatiza, que a
cidadania italiana vai muito além de um simples documento legal. É um elo com
suas raízes e um passaporte para oportunidades. "Planejar uma mudança para
a Itália exige preparo, informação e paciência, mas cada etapa do processo
compensa. Reconectar-se com suas origens e abrir portas para novas experiências
culturais e profissionais é enriquecedor”, finaliza.
Avanti Cidadania
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