Médica especialista alerta para
sintomas silenciosos e indica formas de prevenção contra problemas no coração
As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de
morte no Brasil. Todos os anos, mais de 400 mil brasileiros perdem a vida em
razão de problemas no coração, aproximadamente 1.100 pessoas por dia. Isso
significa que a cada 90 segundos, uma pessoa morre por doença cardiovascular no
país, totalizando 46 óbitos por hora, segundo dados recentes divulgados pela
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
O aumento no número de jovens acometidos por problemas cardíacos
também chama atenção, um reflexo de estilos de vida mais estressantes e menos
saudáveis dos dias atuais. Internações por infarto agudo do miocárdio, por
exemplo, cresceram 50% nos últimos dez anos, atingindo cerca de 90 mil casos
anuais. Apesar de avanços na prevenção e no tratamento de problemas
relacionados ao coração, algumas mudanças simples na rotina de vida podem
auxiliar para se evitar problemas cardiovasculares graves.
A médica Vanessa Delmiro dos Santos, cardiologista da Paraná
Clínicas, um dos principais planos de saúde empresariais do país, aponta que os
principais hábitos prejudiciais à saúde cardiovascular são o sedentarismo
(falta de exercício físico), a obesidade (sobrepeso), alimentação com alta
ingestão de gorduras e carboidratos, além disso o tabagismo e o uso exagerado
de bebidas alcoólicas.
Já em relação aos principais fatores de riscos para o coração, são
apontados problemas de saúde como hipertensão, diabetes, colesterol alto, além
do histórico familiar. Ter parentes de primeiro grau, como pai, mãe, irmãos e
avós que possuem histórico de doenças cardíacas aumenta o risco.
“A melhor prevenção é sempre manter um hábito de vida saudável,
realizando atividade física regularmente, pelo menos três vezes na semana, 30
minutos por dia, estando também dentro do peso ideal. Evitar cigarro e o
consumo de bebida alcoólica, além de ter uma alimentação equilibrada com uma
variedade de legumes, verduras, tentando ainda ingerir maior quantidade de
carnes brancas e diminuindo a quantidade de carne vermelha na alimentação”,
orienta a cardiologista.
Alerta para sintomas
A médica especialista da Paraná Clínicas reforça ainda que
identificar sintomas iniciais como dor no peito, falta de ar e cansaço, também
é crucial. Ao notar alguns desses sinais, é importante buscar atendimento
médico adequado. “É preciso ficar atento para a falta de
ar ao realizar atividades que, antes, eram feitas com tranquilidade, como tomar
banho, pentear o cabelo, varrer uma calçada, andar uma ou
duas quadras. Se antes a pessoa não sentia falta de
ar ao realizar essas atividades simples, mas agora começa a sentir, pode
indicar algo de errado” aponta a cardiologista.
“Além disso a dor no peito, principalmente aquela dor
do lado esquerdo do peito, que piora com esforço físico, já liga um sinal de
alerta”, orienta a médica, apontando ainda para outros sinais como o inchaço
nas pernas, nos membros inferiores e a palpitação, como a sensação de que o
coração está muito acelerado ou está batendo de uma forma irregular.
Exames preventivos
Os exames preventivos para detectar problemas no coração são
essenciais, uma vez que eles podem revelar, por exemplo, um infarto antes que
ele aconteça, evitando até 80% das mortes. Essas avaliações da saúde
cardiovascular devem ser realizadas ao menos uma vez ao ano, no caso de pessoas
acima dos 40 anos que tenham histórico de problemas cardíacos na família, ou
anualmente, para pessoas acima dos 50 anos, mesmo sem histórico familiar.
“Os exames conseguem identificar se há alguma artéria
do coração querendo entupir, antes que ela obstrua totalmente e cause um
infarto. Além disso, os exames preventivos nos ajudam a verificar se a pessoa
não tem doenças de base, como pressão alta, diabetes, colesterol alto, que são
distúrbios que lá na frente podem causar tanto o infarto quanto o AVC”, conclui
a médica.
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