Fundador e
presidente da associação Santa Cannabis explica quais são as
verdades sobre afirmações que costumam causar receio na população
A cannabis medicinal é um assunto que costuma gerar
bastante polêmica, principalmente entre parte da população que desconhece os
benefícios de seu uso para a saúde, seja de pessoas ou animais. Diante dessa
falta de informação, é normal a existência de receio, porém, é importante
conseguir desmistificar essa imagem em relação a planta.
Foi analisando este cenário de dúvidas que Pedro Sabaciauskis, fundador e
presidente da Santa Cannabis -
associação sem fins lucrativos que busca fomentar os estudos da cannabis
medicinal em pacientes com indicação médica para o uso, assim como a
distribuição legal de CBD e THC medicinal -, resolveu elencar cinco mitos sobre
a cannabis medicinal, explicando a verdade sobre cada afirmação.
- Cannabis
medicinal é igual a maconha recreativa
Cannabis medicinal e maconha recreativa não são a
mesma coisa, mesmo que advinda da mesma planta. Enquanto a primeira é
desenvolvida sob rigorosos padrões de qualidade, com doses e concentrações
precisas e prescritas por profissionais da saúde, a segunda é consumida sem
acompanhamento e controle, expondo o usuário a uma maior probabilidade de
efeitos adversos.
- A
cannabis não possui qualquer benefício medicinal
Essa é uma das desinformações mais inconsequentes
que alguém poderia passar adiante. A Cannabis não apenas possui benefícios,
como apresenta melhoria para doenças sérias, como o Câncer, o Alzheimer, o
Autismo, o Parkinson, a Fibromialgia, a Depressão, a Insônia e muitas outras.
Isso está devidamente documentado e embasado cientificamente, com estudos que
sinalizam seu benefício clínico no mundo inteiro. Os benefícios medicinais da
Cannabis são amplos e muitos já possuem documentação robusta como prova de seu
sucesso. Basta que, para acessar o benefício terapêutico da planta, o paciente
busque ajuda de um médico especialista que possa guiá-lo até o melhor uso
possível.
- O
canabidiol tem efeitos colaterais e estimula o uso de outras drogas
O Canabidiol (CBD) é uma substância presente na
cannabis e não possui qualquer conexão com os efeitos psicodélicos, vício, ou
mesmo efeitos colaterais que possam prejudicar o dia a dia do paciente. Quando
utilizado seguindo o acompanhamento médico e o que diz a prescrição, o paciente
pode, no máximo, sentir um pouco de fome e sono, sem qualquer associação com
uma vontade oculta de utilizar outras drogas. Pelo contrário, existem estudos
em que o CBD é utilizado no tratamento para dependência química, para controlar
as crises de abstinência provocadas pela interrupção do uso de substâncias como
o álcool e o crack, com resultado positivo.
- Cannabis
medicinal legalizada levará à legalização do uso recreativo
Para legalização da Cannabis medicinal no Brasil
foram consideradas inúmeras pesquisas clínicas que já acontecem em muitos
países no mundo, para dimensionar os efeitos benéficos à saúde em diferentes
patologias. Estas pesquisas são a base teórica que fundamenta o acesso para
pessoas com diagnósticos e adequação ao tratamento para cada patologia, de
acordo com o acompanhamento médico e a prescrição do medicamento. Para legalização
do uso recreativo, outros aspectos sociais e de saúde pública terão que ser
considerados, bem como regulamentações desde o cultivo à venda para
consumidores. Dessa forma, a Cannabis medicinal legalizada tem adequação ao
paciente, de acordo com seu tratamento médico e não implica diretamente à
legalização do uso recreativo, em que, cada pessoa define o tipo de uso e
quantidade dos fitocanabinóides que ingere.
- Cannabis
medicinal é uma cura milagrosa para todas as doenças
O uso de Cannabis medicinal não funciona de forma
milagrosa. Embora muitos pacientes a tratem dessa maneira, pode ser que essa
terapia não funcione para uma pequena parcela da população que sofre com as
doenças que já citamos antes. O que devemos entender aqui é que cada organismo
possui seu próprio sistema endocanabinóide, com capacidade para metabolizar as
substâncias presentes na planta e equilibrar as funções do corpo, auxiliando no
combate às doenças. Porém, para que esse efeito positivo seja maximizado, é
imprescindível a participação de um médico especialista fazendo o
acompanhamento desse paciente, alterando a fórmula do óleo se houver
necessidade e direcionando a pessoa na busca pela dose ideal, que vá funcionar
no caso em que for necessário.
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