Seminário no
Biopark debate reúso da água e anuncia laboratório para análise de águas a
partir de 2025
O Brasil, conhecido por abrigar a maior reserva de
água doce em estado líquido do planeta, enfrenta um cenário preocupante: 128
milhões de pessoas vivem em áreas sob risco hídrico, e, entre 2017 e 2020,
cerca de 89 milhões foram impactadas por secas e estiagens, conforme dados do
Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Para
reverter esse quadro, especialistas apontam ações fundamentais, como a proteção
e recuperação de nascentes, a despoluição de mananciais e o investimento no
reúso da água.
Laboratório de águas
Uma dessas iniciativas será desenvolvida no Parque
Tecnológico do Oeste do Paraná - Biopark, em Toledo, que abrigará um
Laboratório para Análise de Águas e Efluentes. A previsão de início das
atividades em pesquisa é em fevereiro de 2025. O Laboratório foi uma
necessidade mapeada por meio da UMIPI (Unidade Mista de Pesquisa e Inovação)
Oeste Paranaense, uma parceria entre Biopark Educação, Biopark e Embrapa, e
está sendo implantado no Biopark Educação, com o apoio da Fundação Araucária,
da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) do estado do
Paraná e da Prefeitura de Toledo. O laboratório terá como objetivo principal o
desenvolvimento de soluções sustentáveis para o reúso da água e a promoção de
políticas públicas que fortaleçam a sustentabilidade das cadeias produtivas.
Inovação na gestão hídrica
O anúncio foi feito durante o Seminário “Desafios e
Oportunidades na Gestão Hídrica, Reúso da Água como Caminho para a
Sustentabilidade”, realizado no Biopark e que reuniu pesquisadores de
instituições renomadas, como USP, Unesp, UFSC e Embrapa, além de representantes
do setor industrial. O evento teve como foco a discussão de práticas e
tecnologias inovadoras voltadas ao reúso da água, com ênfase nos setores
agropecuário e industrial. “O encontro promoveu um debate essencial sobre o
aproveitamento responsável da água, trazendo soluções que podem transformar a
forma como gerimos esse recurso vital", destaca o vice-presidente do
Biopark Educação, Paulo Rocha.
De acordo com o diretor da Secretaria de Ciência e
Tecnologia do Paraná (Seti), Marcos Pelegrina, a pesquisa científica tem papel
estratégico no desenvolvimento estadual. “O orçamento da Secretaria aumentou de
R$ 70 milhões para R$ 800 milhões em cinco anos, refletindo o compromisso do
Paraná com a ciência e a inovação. Nosso objetivo é que o Laboratório de Águas
se torne uma referência nacional”, frisa.
“Este laboratório foca no recurso mais importante e
escasso do futuro: a água. Ele conectará a agricultura, a indústria e mais de
140 cadeias produtivas, fortalecendo o papel estratégico da pesquisa aplicada”,
destaca o chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Everton Krabbe.
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