Levantamento mostra que cerca de 12 mil
médicos sem especialização realizam esse tipo de procedimento, o que põe em
risco a vida dos pacientes
Dados da pesquisa realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS) colocam o Brasil em segundo lugar no ranking de países que mais realizam cirurgias plásticas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Para valorizar os especialistas que atuam nessa atividade, em 7 de dezembro é celebrado o Dia do Cirurgião Plástico, data que remete à fundação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 1948.
“A SBCP é a responsável pelas diretrizes que guiam a atuação dos
profissionais da área e pela titulação dos cirurgiões plásticos, após o
cumprimento de algumas exigências, entre elas dois anos de especialização em
cirurgia geral e três anos em cirurgia plástica, em instituições de ensino
reconhecidas pelo Ministério da Educação e pela entidade, que realiza um
trabalho extremamente sério”, comenta o presidente da Sociedade Brasileira de
Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal.
Além de enaltecer o trabalho dos cirurgiões plásticos, a data
também serve de alerta para os riscos das cirurgias e procedimentos estéticos
realizados por não especialistas. De todas as especialidades da medicina, a
cirurgia plástica é a que exige maior tempo de formação – são cerca de 11 anos.
Na especialização em cirurgia plástica, por exigência da lei, é preciso que 85%
do programa seja voltado a cirurgias reparadoras e 15% voltado à estética.
“Isso reforça a preocupação em se formar bons cirurgiões plásticos, aptos a
atuarem com responsabilidade e destreza”, afirma Canal.
Dados
O trabalho do cirurgião plástico vai muito além da estética; envolve o tratamento de problemas congênitos e de reparação, que pode promover a mudança na aparência física da pessoa, o que faz com que ela fique satisfeita com a própria imagem. Esse especialista está apto para operar seios, glúteos, abdômen, mãos e rosto, entre outras partes do corpo. “Ao longo desses anos à frente da Anadem, percebi que os cirurgiões que mais se destacaram foram aqueles que tiveram mais sensibilidade com os seus pacientes para entender o que realmente eles precisavam. Com isso, trataram não apenas a saúde física, mas também a psicológica. E isso faz muita diferença”, afirma o especialista em Direito Médico.
De acordo com uma estimativa da SBCP, mais de dois milhões de
pessoas realizaram procedimentos cirúrgicos em 2023 no Brasil. Já em 2018, no
último levantamento, a média foi de 1,5 milhão. Um crescimento de mais de 33%.
As mulheres estão na liderança, representando 70% das procuras. Embora o número
seja menor, também aumentou a procura por esse tipo de procedimento entre os
homens.
Outro dado que chama a atenção é que, em um período de cinco anos, as cirurgias realizadas anualmente no País foram de 5% para 30% (de 72 mil para 276 mil). Entre as principais estão a ginecomastia, que é a redução das mamas, a lipoaspiração, a rinoplastia (cirurgia no nariz) e a blefaroplastia, por meio da qual é retirado o excesso de pele da região dos olhos.
“O levantamento da SBCP mostra também que cerca de 12 mil médicos
sem especialização realizam este tipo de procedimento cirúrgico, o que coloca
em risco os pacientes. Por isso, é importante reforçar à população que é
preciso checar as credenciais do médico e garantir que ele seja devidamente
habilitado”, afirma o presidente da Anadem, ao destacar que muitas pessoas
acabam avaliando apenas a questão do preço na hora de fazer uma cirurgia
plástica, sem obter mais informações sobre o profissional. “É o famoso ‘barato
que sai caro’. Muitos acabam pagando com a própria vida”, conclui.
Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética – Anadem
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