Cobertura de primeira dose de HPV subiu para 95,4% em meninas que completam 15 anos de idade em 2024

Informação está disponível na plataforma VacinaBR, que divulga visualizações inéditas de dados de imunizações no Brasil

 

A plataforma VacinaBR, do Observatório de Políticas Científicas do Instituto Questão de Ciência, que apresenta dados sobre imunizações em todo o país a respeito das vacinas do calendário vacinal infantil, recebeu uma atualização. Agora, a plataforma traz os dados do ano de 2023, com indicadores de cobertura, abandono, homogeneidade geográfica, por meio de mapas e gráficos por estado, município e região de saúde. Além disso, passa a oferecer números referentes à imunização contra HPV, tanto para o sexo feminino quanto para o masculino. 

De acordo com os novos dados disponíveis, a cobertura de primeira dose de HPV subiu para 95,4% em meninas que completam 15 anos de idade em 2024, comparado com 91,2% entre as que atingiram tal idade em 2022. Para meninos da mesma faixa etária, a taxa se manteve mais baixa, indo de 68,8% para 68,7%. Diferentemente das vacinas do calendário infantil, em que há uma idade específica recomendada para a vacinação das crianças, a HPV pode ser aplicada em diversas idades a partir de 9 anos. 

“Para o futuro, o Observatório do IQC planeja aumentar a base de dados de imunização de HPV, para anos anteriores a 2020 e posteriores a 2024, com a utilização da nova projeção populacional do IBGE, considerando o Censo de 2022, ainda não disponibilizada”, antecipa Paulo Almeida, diretor executivo do IQC. 

Outra visualização interessante se refere à coqueluche. A incidência da doença, diante dos baixos números de imunização, voltou a ser uma preocupação para a saúde pública brasileira. Até outubro de 2024, houve um aumento de mais de 1.000% de pessoas infectadas, em comparação ao mesmo período de 2023, com mais de 2.400 casos, segundo dados do Ministério da Saúde. As baixas taxas de imunização da doença ajudam a explicar esse crescimento: em 2023, nenhum estado atingiu a meta de cobertura de 95% para a 3ª dose da vacina pentavalente, que imuniza contra a doença. Apenas Ceará e Piauí tiveram coberturas acima dos 90%, enquanto Amapá e Rio de Janeiro apresentaram os piores índices, com 61,9% e 69,1%, respectivamente.

Em 2025, o Observatório do IQC pretende lançar o Anuário VacinaBr, compilando dados de imunização de todo o país, incluindo artigos inéditos de análise escritos por especialistas na área. “Além disso, está agendada para o próximo ano a inclusão dos dados de 2024 na plataforma, bem como a disponibilização parcial sobre o ano em curso, entre outras funcionalidades ainda em desenvolvimento”, acrescenta Almeida.