Canabigerol é uma
das substâncias das cannabis mais promissoras para melhora da qualidade de vida
dos que sofrem com a síndromeFreepik
O estudo sobre o uso fitocanabinoides – que são as
substâncias terapêuticas da cannabis medicinal – segue evoluindo e trazendo
novas oportunidades de tratamentos assertivos para doenças complexas, como é o
caso da fibromialgia.
Um deles, o canabigerol (CBG), tem despertado cada
vez mais o interesse de pesquisadores, médicos e pacientes para o tratamento da
condição, que hoje afeta de 2% a 12% da população adulta no Brasil e acomete
principalmente mulheres entre 30 e 55 anos de idade, de acordo com dados da
Sociedade Brasileira de Reumatologia.
A fibromialgia é uma doença reumatológica que ainda
não tem suas causas e mecanismos totalmente esclarecidos. A síndrome da
fibromialgia (FM) é uma síndrome clínica que se manifesta principalmente na
musculatura e provoca dores fortes por todo o corpo durante muito tempo ou
sensibilidade nas articulações, nos músculos e nos tendões.
Isso acontece devido uma alteração da interpretação
dos estímulos recebidos pelo cérebro e também pelos receptores cutâneos. O
paciente que apresenta uma dor por mais de três meses e tem pontos dolorosos em
dois lados do corpo (abaixo e acima da cintura) pode ser diagnosticado com a
doença. É importante lembrar que a detecção da doença é clínica, uma vez que
ainda não existem exames específicos para uma análise assertiva.
“Nos últimos anos, o interesse no uso de
canabinoides para tratar condições de dor crônica tem crescido, especialmente
devido à sua capacidade de interagir com o sistema endocanabinoide. Entre esses
canabinoides, o canabigerol (CBG) destaca-se como uma molécula promissora
devido ao seu potencial analgésico e anti-inflamatório, sendo explorado em pesquisas
para o tratamento da fibromialgia e outras condições dolorosas”, explica Dra.
Mariana Maciel, diretora médica da Thronus Medical.
Por ser o precursor comum dos fitocanabinoides,
muitos chamam o CBG de “a mãe de todos os canabinoides”. De fato, é uma
molécula com potentes efeitos terapêuticos, mas distintos do CBD e THC, já que
atua em vias distintas.
“Considerando a farmacologia e mecanismo de ação do
CBG, diversas aplicações clínicas têm sido avaliadas, como o efeito
neuroprotetor, ansiolítico, analgésico, anti-inflamatório, antioxidante, bem
como atua no metabolismo lipídico e hepático. Por conta disso, o uso para o
controle dos sintomas da fibromialgia tem sido bastante importante e
demonstrando resultados positivos, uma vez que a doença pode chegar a ser
incapacitante em alguns casos”, diz Dra. Mariana.
Cannabis e o tratamento da dor
A cannabis representa uma promissora abordagem
terapêutica para o tratamento da dor, por isso muitos médico prescritores estão
cada vez mais atentos na valiosa contribuição do CBG para a melhoria da
qualidade de vida de seus pacientes.
Por não apresentar efeitos
psicoativos e euforizantes, o CBG é uma opção com diversas possibilidades no
tratamento das dores da fibromialgia. “Uma das maiores
dificuldades em tratar a fibromialgia é na
variabilidade dos sintomas e a resposta limitada aos tratamentos convencionais,
que incluem analgésicos, antidepressivos e anticonvulsivantes”, comenta Dra.
Mariana.
O CBG é um fitocanabinoide encontrado em menores
concentrações na planta de cannabis, mas que, como outros canabinoides, pode
modular os receptores CB1 e CB2. Além disso, o CBG interage com outros alvos
neuromodulatórios, como receptores de serotonina e canais TRPV (Transient
Receptor Potential Vanilloid), implicados na percepção de dor e no humor.
“Essas interações sugerem que o CBG poderia ajudar a restabelecer o equilíbrio
do sistema endocanabinoide em pacientes com fibromialgia”, analisa a médica.
Nanotecnologia aumenta
absorção do medicamento
Assim como os outros fitocanabinoides já
reconhecidos no mercado – como CBD e THC – o CBG também pode ser encontrado com
a tecnologia PowerNano, desenvolvida pela Thronus
Medical, e que oferta aos pacientes uma forma eficaz e inovadora
de absorção das substâncias das planta. O desenvolvimento da ciência
nanomolecular torna possível o aumento a absorção e eficácia dos fármacos
em até dez vezes em relação aos óleos e fórmulas convencionais da cannabis,
pelos quais apenas cerca de 6% a 8% dos princípios ativos das substâncias
extraídas da planta atingem a circulação sistêmica dos humanos.
“O futuro do CBG é promissor. Sua capacidade de
atuar em múltiplas vias que envolvem a dor e seu perfil seguro destacam seu
grande potencial para complementar ou, eventualmente, substituir terapias
convencionais para o manejo da dor crônica. Dessa forma, o CBG pode emergir
como um recurso inovador para melhorar a qualidade de vida de milhões de
pacientes que sofrem com condições dolorosas e debilitantes”, finaliza Dra.
Mariana.
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