Em dezembro vai acontecer o vestibular da UERJ (01) e da FUVEST (15 e 16), provas que possuem suas próprias peculiaridades, com diferenças em relação ao Enem e suas regras. Por isso, a Roberta Panza, professora de redação da Descomplica, separou algumas orientações para a redação de cada um dos vestibulares.
UERJ
O vestibular da estadual do Rio de Janeiro exige dos
candidatos a escrita de uma dissertação argumentativa em torno de 30 linhas
sobre um tema retirado de um livro previamente indicado. Em 2024, o livro
escolhido foi “O conto da Aia”, de Margaret Atwood. É interessante pontuar aqui
que a frase-tema sempre se organiza a partir de uma pergunta. A banca é
conhecida por exigir uma dissertação tradicional, em torno de 30 linhas, com
uma introdução, dois argumentos e uma conclusão sem a obrigatoriedade de
propostas de intervenção, ponto este específico apenas no Enem. Ela também é
conhecida por incentivar a criatividade dos concorrentes e por preferir textos
com uma coesão menos mecânica, o que pode se desenvolver pelo uso de elementos
de coesão referencial e de ganchos temáticos.
Outro ponto importante é a preferência por
referências culturais retiradas do livro ou por repertórios de real
conhecimento do candidato e bem mobilizadas por ele. Não há, inclusive, um
critério preestabelecido que exija o uso de tais referências, caso específico
do Enem. Sobre isso, é muito comum a dúvida sobre como escrever essa conclusão.
A verdade é que se trata de um formato mais simples, com apenas a síntese de
todo o texto e o uso de algum encerramento/ desfecho criativo.
Além disso, em 2022, a banca afirmou praticar uma
correção global do texto, sem critérios segmentados e realizada por pelo menos
2 avaliadores. Tal modo de correção leva em consideração o texto integralmente,
avaliando sua escrita, a qualidade da sua leitura pela banca, a coesão e a
progressão textual, a argumentação, a resposta ao tema e as características do
gênero textual cobrado. A nota final vai de zero até 20.
Com tudo isso em mente, é fundamental que o aluno
realize a leitura prévia da obra e entenda que o mero uso de modelos
pré-fabricados não é uma boa estratégia para essa banca.
FUVEST
O vestibular de ingresso à USP exige a escrita de uma
redação do gênero dissertativo argumentativo em torno de 30 linhas sobre uma
temática de cunho social, cultural, científico ou político. A respeito disso, é
importante destacar que a banca aprecia a escrita de uma dissertação
tradicional, ou seja, de um texto com uma introdução, dois argumentos e uma
conclusão sem proposta de intervenção, haja vista que esta não se faz
obrigatória .
Outro ponto importante é sobre as diferentes
possíveis temáticas. De fato, a banca da Fuvest pode ir de temas extremamente
sociais - caso dos refugiados de clima - até questões culturais e mais abstratas
- caso do tema sobre as faces do riso. Diferentemente do Enem e da Uerj, a
Fuvest não deixa clara sua relação com as referências. Observa-se seu gosto por
textos tradicionais e bem escritos com argumentação forte e repertórios bem
mobilizados.
Por fim, a prova de Redação vale 50 pontos e sua
correção se separa em 3 critérios avaliados de zero até 5 e com pesos 4, 3 e 3
respectivamente. O primeiro avalia o desenvolvimento do tema e a organização do
texto dissertativo-argumentativo. O segundo analisa a coerência dos argumentos
e a articulação das partes do texto. Já o último, a correção gramatical e a
adequação vocabular. Mais uma vez, vale a dica de investir na originalidade e
não boa argumentação, fugindo da mera adaptação de modelos previamente descolados.
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