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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Doação de sangue: mitos e verdades sobre esse ato que salva vidas

Mitos e verdades que envolvem a doação de sangue

 

Após a pandemia a frequência das doações de sangue no Brasil diminuiu drasticamente. De lá para cá há registros de queda ano a ano.[i] E, além da COVID-19, outras doenças continuam existindo: pacientes com câncer, bebês prematuros nas Unidades de Terapias Intensivas (UTIs), gestantes que precisam de suporte para hemorragia durante o parto, pacientes crônicos, pessoas com anemia falciforme, entre outras enfermidades que continuam demandando cuidados médicos.[ii] Lembrando que a doção é o único meio de conseguir esse precioso insumo. 

Atualmente no Brasil, cerca de 3,2 milhões de pessoas necessitam de transfusões sanguíneas todos os anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.[iii] Esse número alerta que apenas 1,4% da população brasileira – 14 em cada mil habitantes – doa sangue regularmente.4[iv] Apesar do número ter subido após o período mais crítico da pandemia, continua abaixo dos 2% ideais definidos pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). 

Segundo estudo global sobre Doação de Sangue e Plasma realizado pela Abbott, divulgado em novembro de 2021, apenas 21% dos doadores regulares brasileiros seguiram comparecendo aos hemocentros durante a pandemia. A prática, no entanto, só deveria ser evitada temporariamente se os voluntários tivessem tido contato com um paciente com COVID-19, com alguém em quarentena ou ainda se o próprio doador estivesse se recuperando de uma infecção pelo coronavírus. 

O estudo revelou ainda que do total de brasileiros entrevistados – 1.052 entre homens e mulheres de 16 a 54 anos de todas as regiões –, 19% afirmaram ser doadores regulares (que doam, pelo menos, 1 vez ao ano). O perfil desse tipo de doador no Brasil é de homens entre 25 e 34 anos, de classe social média a alta, com ensino superior, casados e com renda fixa. Doadores não regulares (consideradas pessoas que doaram pelo menos uma vez na vida) correspondem a 13% dos ouvidos na pesquisa. 

Doar sangue é simples, rápido e totalmente seguro. Não há riscos de contaminação ou infecção, pois nenhum material é reutilizado e todo doador passa por uma consulta prévia, onde são avaliadas as condições gerais de saúde. Homens podem doar até quatro vezes ao ano, enquanto as mulheres podem fazer até três doações anuais. “A reposição dos estoques de ferro é mais demorada nas mulheres por conta das perdas durante os ciclos menstruais”, explica Guillermo Orjuela, Diretor Médico da Divisão de Medicina Transfusional da Abbott para América Latina e Canadá. 

Para doar, é necessário preencher alguns requisitos básicos, tais como ter entre 16 e 69 anos e mais de 50 kg. Menores de 18 anos precisam apresentar um consentimento formal dos responsáveis. É preciso estar bem alimentado e descansado, ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas, e ter evitado alimentos gordurosos nas 4 horas que antecedem a doação. Pessoas com mais de 60 anos só podem se voluntariar se já tiverem doado sangue anteriormente. 

Ainda tem dúvidas? Confira alguns mitos e verdades que envolvem a doação de sangue e prepare-se para doar sem medo.


Doar sangue pode deixá-lo doente.

A saúde dos doadores de sangue não está em risco. Visando o bem-estar do doador, médicos recomendam descanso por um dia e hidratação após a doação. Tais recomendações não significam que o doador estará menos saudável. O volume sanguíneo volta ao normal em 48 horas e, em até oito semanas, o corpo substituirá todos os glóbulos vermelhos perdidos.
 

Se alguém está tomando medicação, não pode doar sangue. 

Quem toma anticoagulante, medicamentos antiplaquetários (diluidores de sangue) e faz alguns tipos de tratamento de acne, realmente não deve doar sangue temporariamente. Por isso, antes de realizar a doação, é preciso falar com um médico para verificar se os medicamentos afetam a elegibilidade para ser um doador.
 

Você não pode doar sangue se você tem pressão alta, colesterol alto ou está tomando antibióticos. 

Desde que a pessoa tenha pressão arterial sistólica inferior a 180 milímetros de mercúrio (mm Hg) e pressão arterial diastólica inferior a 100 mm Hg, ela pode doar sangue. Em relação ao colesterol, nem sempre níveis altos de colesterol no sangue, ou remédios que o reduzem, desqualificam alguém de doar sangue. Quanto a antibióticos ou outros medicamentos, desde que a pessoa não apresente infecção bacteriana, viral ou fúngica, pode se voluntariar para ser um doador tranquilamente. No próprio hemocentro é possível verificar se o remédio que você está tomando está na lista de suspensão temporária.
 

Quem realizou procedimento endoscópico recente não pode doar sangue. 

Em casos de procedimento endoscópico, incluindo cirurgias laparoscópicas, é preciso cumprir um intervalo de seis meses sem realizar uma doação de sangue.
 

Não posso doar se já viajei. 

Dependendo do destino e quando a viagem ocorreu, você pode ficar sem doar sangue por até um ano. Viajar para países com surtos ativos de Malária, Zika ou Ebola é um risco e será avaliado detalhadamente pelo enfermeiro ou técnico, facilitando seu registro de doações.
 

Tive COVID-19 e não posso doar sangue. 

Doadores de sangue que foram infectados por COVID-19, após diagnóstico clínico ou laboratorial, deverão ser considerados inaptos por um período de 30 dias após a completa recuperação. Já os voluntários que tiveram contato com pessoas infectadas deverão ser considerados inaptos por 14 dias. 

Quem permaneceu em isolamento voluntário ou indicado por equipe médica devido a uma possível infecção, deverá ser considerado inapto pelo período que durar o isolamento – no mínimo, 14 dias – se estiver assintomático. Por sua vez, os candidatos à doação que tenham viajado para países com transmissão local, e tiveram infecção pela Covid-19, serão considerados inaptos por 14 dias após o retorno desses locais.


Mas como é feita a doação?

Para esclarecer suas dúvidas veja abaixo o passo a passo de uma doação, desde o momento que você agenda a data até o fim da coleta:


Preparação

  • Esteja bem alimentado e descansado no dia da coleta
  • Separe um livro, música ou algo para assistir para lhe fazer companhia enquanto espera

Check-in: 5 a 30 minutos

  • Leve um documento com foto para
  • cadastro (nome completo e endereço também são solicitados)
  • Triagem o Verificação de tipagem

Doação: 10 a 60 minutos

  • Você será levado até a área de doação
  • Alguém da equipe médica irá atendê-lo e pedir para escolher o braço para realizar a doação
  • A equipe médica irá esterilizar os aparelhos, aplicar o torniquete e preparar o recipienteque receberá a doação de sangue
  • De maneira simples e rápida, aplicam a agulha
  • Os bancos de sangue fo rnecem cobertores, bola de compressão e almofadas para deixardoador o mais confortável possível
  • Após o término da coleta, a agulha é retirada e, se necessário, é colocado um algodão para estancar o pouco de sangue que tiver

Recuperação: 10 a 30 minutos

  • Aguarde de 10 a 15 minutos para se certificar de que está bem
  • Bancos de coleta de sangue também oferecem uma alimentação leve
  • Lembre-se de se manter alimentado e descansado pelas próximas horas.
     

 

Referências

[i] Governo do Estado de São Paulo – Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) - Secretaria da Saúde alerta para queda nas doações de sangue e convoca população. Acessado em janeiro/24. Disponível em Link

[ii] Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - Bancos de sangue estão com estoque baixo na pandemia. Acessado em janeiro/24. Disponível em Bancos de sangue estão com estoque baixo na pandemia (fiocruz.br)

[iii] Ministério da Saúde - Ministério da Saúde lança campanha para incentivar doação de sangue. Acessado em janeiro/24. Disponível em Link

[iv] Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) – Quatorze em cada mil brasileiros são doadores regulares de sangue. Acessado em janeiro/24. Disponível em Link

 

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