A DMRI afeta cerca
de 3 milhões de brasileiros e pode levar à perda da visão central,
comprometendo atividades como leitura e reconhecimento de rostos.
A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é a principal
causa de perda irreversível da visão entre pessoas acima de 60 anos. Apesar de
não ter cura definitiva, a doença pode ser prevenida ou controlada com a adoção
de hábitos saudáveis e a detecção precoce.
Segundo o Prof. Dr. Rubens Belfortt Jr., pesquisador sênior do CNPq e
professor emérito da UNIFESP, “o impacto da DMRI na qualidade de vida é
significativo, mas avanços no diagnóstico e a conscientização sobre fatores de
risco podem mudar esse cenário”.
A DMRI ocorre devido à degeneração da mácula, uma região central da
retina responsável pela visão de detalhes. Seus principais fatores de risco
incluem idade avançada, histórico familiar, tabagismo e exposição à luz
ultravioleta.
Dr. Rubens alerta: “Cerca de 85% dos casos são do tipo seco, para os
quais ainda não há tratamento eficaz, reforçando a importância da prevenção. Já
os casos úmidos, mais agressivos, podem ser tratados com injeções de
medicamentos anti-VEGF, que inibem o crescimento anormal de vasos sanguíneos”.
Prevenção e cuidados
O estudo AREDS, conduzido pelo National Eye
Institute, demonstrou que uma combinação de antioxidantes (vitaminas C e E),
zinco, cobre, luteína e zeaxantina pode reduzir em até 25% a progressão da
doença em pacientes de risco elevado. “Dietas ricas em vegetais de folhas
verdes, frutas e peixes, aliados ao controle de fatores como tabagismo e
colesterol, têm efeito protetor significativo”, destaca o especialista.
Além disso, visitas regulares ao oftalmologista são essenciais para a
detecção precoce. “A tecnologia tem permitido diagnósticos mais precisos com
exames como a tomografia de coerência óptica (OCT) e a angiografia
fluoresceínica, fundamentais para identificar alterações iniciais na retina”,
explica o Dr. Rubens.
Impacto e conscientização
A DMRI afeta cerca de 3 milhões de brasileiros e
pode levar à perda da visão central, comprometendo atividades como leitura e
reconhecimento de rostos. “É urgente ampliar o acesso ao diagnóstico e promover
campanhas que incentivem o cuidado com a saúde ocular na terceira idade”,
conclui o Dr. Rubens.
Prof. Dr. Rubens Belfort Jr - Pesquisador Sênior CNPq. Professor Sênior da EPM e Professor Emérito da UNIFESP, Ex-Presidente da Academia Nacional de Medicina, Presidente do IPEPO-Instituto da Visão. Ex-Presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), da Associação Panamericana de Oftalmologia e do World Ophthalmology Congress. Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, Academia Brasileira de Ciências, Academia Ophthalmologica Internationalis, Academia Nacional de Farmácia, e do Conselho Nacional de Ciências e Tecnologia. Ex membro do Conselho Supeiror da CAPES. Prêmio Conrado Wessell, Medalha Vision to Teach. Medalha ao Mérito Oswaldo Cruz Presidência da República, Ordem do Mérito Científico Nacional, Classe Grã-Cruz, Medalha Duke Elder e Medalha Conselho Internacional de Oftalmologia, Professor Honoris Causa UFRJ, UFMA, UFBR e outros.
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