Estudo publicado em junho aponta que não há consenso sobre quantidade ideal da vitamina a ser suplementada para prevenção de doenças
A Sociedade de Endocrinologia, uma associação
global com mais de 100 anos de história sediada nos Estados Unidos, sugere
limitar a suplementação de vitamina D em indivíduos saudáveis. De acordo com
estudo publicado em junho e apresentado durante a reunião anual da entidade,
adultos saudáveis com menos de 75 anos não necessitam de suplementação além da
ingestão diária recomendada.
O documento desaconselha, também, que especialistas
solicitem exames rotineiros de sangue para identificar nível de vitamina D em
indivíduos saudáveis, inclusive pacientes com obesidade ou pele mais escura,
que naturalmente necessitam de maior exposição solar para absorção adequada da
vitamina.
O documento indica grupos específicos que podem se
beneficiar da suplementação: crianças e adolescentes entre 1 e 18 anos, para
prevenir raquitismo e infecções respiratórias; idosos com mais de 75 anos, para
redução do risco de mortalidade; e adultos com pré-diabetes, visando reduzir o
risco de diabetes tipo 2. As recomendações específicas são de 600 UI/dia para
pacientes com idades entre 1 e 17 anos e 800 UI/dia para indivíduos com mais de
70 anos.
Para a clínica médica dos Hospitais São Marcelino
Champagnat e Universitário Cajuru, Larissa Hermann, é importante que haja novas
orientações sobre a vitamina. “O benefício mais claro da vitamina D é para a
saúde óssea, pois influencia significativamente na absorção de cálcio e na
formação do osso. No entanto, em relação ao risco cardiovascular, câncer e
imunidade, existem vários fatores de confusão nos estudos. Ainda não está claro
se níveis mais altos da vitamina D trazem benefícios diretos ou se a própria
vitamina D é apenas um marcador da saúde geral de um paciente que se alimenta
bem, pratica atividade física e tem exposição solar adequada, o que impacta na
mortalidade e outros fatores de risco”, observa a especialista.
Recomendações
A médica sugere ingerir alimentos ricos em vitamina
D, como frutos do mar, especialmente peixes como atum, sardinha e salmão, além
de mariscos. “Também é importante incluir alimentos facilmente encontrados no
dia a dia, como ovos e leite, que ajudam a manter níveis aceitáveis dessa
vitamina”. Ela ressalta que a suplementação da vitamina D está disponível no
Sistema Único de Saúde (SUS), geralmente associada ao cálcio, e é recomendada
para pacientes com osteoporose já diagnosticada.
Outra orientação importante é a exposição à luz do
sol. Indivíduos com pele branca devem buscar exposição de 15 minutos por dia,
sempre que possível. Já pessoas de pele preta necessitam de um tempo maior, de
30 minutos a 1 hora. Isso porque esses indivíduos têm prejuízo na síntese da
vitamina em razão da presença maior de melanina, que é capaz de dissipar a
radiação UV absorvida pela pele.
“A luz do sol traz enormes benefícios para o
organismo, inclusive a regulação dos hormônios que controlam nosso ciclo de
sono, vigília, imunidade e estresse. No entanto, é importante realizar essa
exposição fora do intervalo entre 10h e 16h, quando há maior incidência de raios
ultravioletas”, orienta a clínica médica.
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