Apesar do papel da genética na inteligência, outros fatores, como o tempo de amamentação também influenciam nesse desenvolvimento, afirma o Pós PhD em neurociências e especialista em genômica, Dr. Fabiano de Abreu Agrela
A inteligência é influenciada por diversos fatores, desde genéticos a ambientais, que podem afetar, seja positivamente ou negativamente, essa habilidade desde muito cedo. Por isso, cada vez mais estudos têm se dedicado a entender melhor como funciona esse processo de desenvolvimento e as melhores escolhas para ajudá-lo a ocorrer da melhor forma possível.
Um dos fatores que tem recebido destaque nos últimos tempos é a genética, mas apesar de ser um dos mais expressivos, existem outros pontos que podem alterar o desenvolvimento, como a amamentação, como afirma o Pós PhD em neurociências e especialista em genômica, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
“O desenvolvimento intelectual das
crianças é influenciado tanto pela herança genética quanto pelas experiências
ambientais. Gosto de fazer uma analogia de uma corrida entre dois carrinhos com
rodas, de mesmo peso e mesma reta, a serem empurrados. O carrinho empurrado com
mais força chegará mais rapidamente em seu objetivo. A amamentação está
associada ao capital humano, que está associado ao QI”.
Amamentação e QI:
Uma relação próxima?
De acordo com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o período de amamentação ajuda no desenvolvimento da inteligência da criança.
“As crianças amamentadas atingem pontuações de QI mais altas do que as crianças não alimentadas com leite materno, presumivelmente por causa dos ácidos graxos exclusivamente disponíveis no leite materno, mas também pelos nutrientes essenciais obtidos no aleitamento”.
Existem estudos científicos que ajudam a reforçar a relação entre inteligência e o período de amamentação, como o ‘Moderação dos efeitos da amamentação no QI por variação genética no metabolismo dos ácidos graxos’, que demonstrou que a associação entre amamentação e QI é moderada por uma variante genética no FADS2, um gene envolvido no controle genético das vias dos ácidos graxos. Catalogada no GWAS.
"O estudo, que foi publicado no Journal of Pediatrics, mostrou
que a fórmula suplementada com membrana de glóbulos de gordura do leite (MFGM)
e lactoferrina por um ano aumentou o QI das crianças em 5 pontos aos 5 ½ de
idade. O efeito foi mais perceptível na velocidade de processamento de
informações e nas habilidades visual-espacial das crianças”.
Qual é o período
ideal de amamentação
para o bebê?
O período de amamentação do bebê pode variar de caso a caso, mas em geral, os estudos baseiam-se em uma média de 12 meses de aleitamento materno, sendo que os 6 primeiros meses devem contar com o leite materno de forma exclusiva.
“A amamentação e a inteligência têm
uma forte relação, mas essa informação não deve ser tida como uma regra. Temos
variantes sentinelas em relatório genético de inteligência que estão
relacionadas à amamentação e que podem aumentar, somadas, até 10 pontos de QI.
Mas há muitas outras variantes relacionadas ao QI e não somente as relacionadas
à amamentação”, ressalta Dr. Fabiano.
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