Especialista explica quais são as principais doenças do inverno, que começa nesta quarta-feira (21); VSR merece atenção especial, já que lidera casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país
Tosse, espirro,
eventualmente febre, mal-estar e muita coriza. Com a chegada do inverno, que
começa oficialmente nesta quarta-feira (21), esses são alguns dos sintomas que
dominam as queixas nos prontos-socorros pediátricos.
Entre os
principais “vilões” deste período estão o vírus influenza (causador de
diferentes tipos de gripe), adenovírus (que causam doenças resfriado,
conjuntivite, bronquite e pneumonia), metapneumovirus e o Vírus Sincicial
Respiratório (VSR), historicamente responsável pela maioria dos casos de
bronquiolite, infecção do trato respiratório inferior (que chega aos pulmões)
em crianças de até dois anos.
Boletim
InfoGripe, da Fiocruz, divulgado na última sexta-feira (16), aponta que dentre
os 38,2 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) confirmados para
algum vírus respiratório neste ano no Brasil, 40,9% são de VSR – número
superior aos casos de Covid-19, com 34,9%.
“Como o VSR
acomete principalmente bebês ainda muito pequenos, com evolução rápida, onde o
desconforto respiratório atinge seu pico de três a cinco dias após o início, é
importante ter atenção aos sintomas”, alerta Cid Pinheiro, coordenador da
Pediatria do Hospital São Luiz Morumbi.
De acordo com o
especialista entre os sinais de alerta da doença estão respiração acelerada,
afundamento da fúrcula (área próxima ao esterno, entre as clavículas) e
movimento das aletas nasais, que indicam insuficiência respiratória.
“Os sintomas
respiratórios vão se intensificando com o passar dos dias. A criança fica
cansada, abatida, e começa a respirar mais rapidamente e com força. É possível
perceber, por exemplo, o movimento da barriguinha durante a respiração”,
explica o pediatra.
Além do
desconforto respiratório, a febre persistente também é indício de uma evolução
negativa desses quadros.
“Estamos falando
daquela febre que não abaixa, mesmo com o uso da medicação, persistente ou que
se mantém por mais de três dias. É importante ficar atento, pois a infecção
viral pode enfraquecer o sistema imunológico, o que favorece o surgimento de
infecções bacterianas secundárias como otites (nos ouvidos), sinusites (nos
seios da face) e pneumonias (nos pulmões)”, complementa Cid.
Por conta das
doenças respiratórias, nesta época do ano, os serviços de saúde pediátricos
chegam a registrar o dobro de demanda por atendimento. “Já é um aumento
esperado, então nos preparamos com o aumento das equipes e otimização dos
processos”, ressalta o coordenador.
Principais
causas e como se proteger
O tempo frio,
com queda na umidade e aumento dos índices de poluição, favorecem processos
inflamatórios no sistema respiratório, deixando o organismo mais suscetível às
infecções por vírus e bactérias.
Além disso, há
questões como a sazonalidade natural desses agentes, em alta entre os meses de
março a agosto, e ações humanas que favorecem a disseminação, como aglomeração
em locais fechados e/ou com pouca ventilação, falta de cuidados ao tossir ou
espirrar, e com a higiene das mãos.
“Essas doenças
são transmitidas principalmente por vias respiratórias. Quando espirramos, por
exemplo, lançamos milhares de gotículas, que se espalham por até quatro metros,
atingindo outras pessoas e disseminando a doença”, alerta o médico.
Entre
as principais formas de prevenção estão:
- Evitar locais
fechados e com pouca ventilação;
- Higienizar as
mãos;
- Seguir os
protocolos de tosse e espirro, cobrindo nariz e boca;
- Isolamento
social em caso de sintomas;
- Uso de máscara
facial;
- Manter a
carteirinha de imunização sempre atualizada;
- Atenção com a
hidratação.
“Muitas dessas
orientações já aprendemos durante a pandemia da Covid-19. São simples, mas
muito eficientes para evitar a disseminação de doenças. Em relação à
hidratação, pode parecer estranho, mas é essencial, pois auxilia na mobilização
das secreções das vias respiratórias, alta e baixa, não somente a nasal,
aliviando mais rapidamente o incomodo na criança”, explica o coordenador do São
Luiz Morumbi.
Rede D’Or São Luiz
Nenhum comentário:
Postar um comentário