O Ministério da Agricultura e Pecuária
registrou os primeiros casos de gripe aviária (H5N1) no Brasil em 15 de maio.
Até o momento, treze aves de espécies migratórias e silvestres foram
contaminadas, mas nenhum caso foi registrado em aves comerciais ou em seres
humanos. De 2005 a abril de 2023, mais de 400 milhões de aves domésticas foram
sacrificadas por causa da influenza aviária em países da África, Ásia e
Pacífico, Américas, Europa e Oriente Médio, de acordo a Organização Mundial de
Saúde Animal (WOAH).
O professor de Patologia do curso de Medicina
Veterinária da Uniube, Humberto Eustáquio Coelho, conversou com nossa
assessoria de imprensa, e falou sobre o vírus e os cuidados que o momento
requer.
- O que é a gripe aviária?
Prof. Humberto Eustáquio: A gripe
aviária é uma doença viral e é um vírus que tem dois antígenos diferentes: o H
e o N, portanto, tem quinze H e nove N. Essa combinação é muito diversificada e
isso torna o vírus mais complicado. A versão mais famosa até hoje é o H1N1, e
agora está sendo diagnosticado aqui no Brasil, em aves selvagem, o H5N1, que é
importante, porém, mais perigoso para as aves de granja. As pessoas não
precisam se preocupar muito neste momento.
Como o vírus age na ave?
Prof. Humberto Eustáquio: É um vírus
da influência A, ou seja, é uma gripe. A ave espirra, tosse, tem secreção nasal
e, às vezes, demora até uma semana para morrer, mas aquelas que são mais
fracas, morrem subitamente. Esse vírus também tem predileção pelo coração, por
isso, pode provocar miocardite, e com isso, provocar uma morte súbita. Mas não
é fatal em todas as aves, elas podem sobreviver, podendo passar até
despercebido, sendo assim a mortalidade não chega a 100%.
- Quem corre o risco com esse
vírus?
Prof. Humberto Eustáquio: São as
pessoas que trabalham com as aves, os tratadores, os veterinários, os
profissionais que podem ter o contato direto com os animais, porque vão
manusear essas aves doentes. Outras pessoas não precisam ter medo, afinal, ele
não é transmitido através do consumo da carne. Portanto, é um problema, mas
temos que estar em alerta, mas não em pânico.
- Em caso de contaminação em ser
humano, como o vírus se desenvolve?
Prof. Humberto Eustáquio: No ser
humano não é uma coisa para termos tanta alerta assim, é uma gripe e assim como
na ave, há risco de morte, mas reforço que não é 100% letal. É um risco para
tratadores ou, por exemplo, curiosos. Uma pessoa ao ver uma ave doente, pegar e
levar para casa na tentativa de ajudar, pode correr um grande perigo. Neste
momento, não podemos brincar de cuidar desses animais. Recomendamos que a
população comunique com autoridades sanitárias, afinal, o Brasil não quer
correr o risco que o vírus chegue aos grandes criatórios.
- Qual é a situação atual no país?
Prof. Humberto Eustáquio: No momento,
a situação está controlada e sendo observada. As autoridades sanitárias estão
atentas e já foi dado um alerta emergencial em todo o Brasil. Exatamente por
isso é importante falarmos sobre esse tema, para que todos tenham esse cuidado,
por enquanto a doença está apenas em aves selvagens, porque vem de aves
migratórias. É um risco para os ribeirinhos, pessoas que frequentam praias,
ilhas, e temos o Pantanal, que tem muita água e há uma migração para lá, então
é importante que tenha uma atenção especial ao Pantanal no momento.
A influenza aviária é considerada uma doença
viral altamente contagiosa e afeta, principalmente, aves silvestres e
domésticas. Entre os sintomas estão: andar cambaleante; pescoço torto; aspecto
abatido; dificuldade respiratória; diarreia; alterações bruscas no consumo de água
e ração nas aves de criação e redução na produção ou má formação de ovos. Atenção: Não é
recomendado tocar e nem recolher aves doentes.
Clique aqui e confira o vídeo com o professor Humberto Eustáquio falando sobre o vírus e os cuidados que o momento requer
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