Como novas
tecnologias e medicamentos podem aumentar o número de transplantes.
Com muita frequência, as pessoas que estão
esperando por transplantes de órgãos que salvam vidas não conseguem realizar o
procedimento. Um dos maiores desafios é a falta de órgãos doados em condições
viáveis. Avanços médicos promissores trazem novas possibilidades para a
realização de mais transplantes e assim salvar mais vidas, afirma o Dr. Mauricio Villavicencio, diretor
cirúrgico de transplante cardíaco e pulmonar na Mayo Clinic em Rochester.
“A insuficiência cardíaca é uma epidemia em todo o
mundo. Um transplante cardíaco representa o padrão-ouro para o tratamento
avançado desse distúrbio. Mas o número de pessoas que morrem na lista de espera
permanece elevado. Com o uso desses avanços médicos, esperamos mudar essa
situação”, afirma o Dr. Villavicencio.
Aqui estão três avanços que podem expandir o
conjunto de doação de órgãos e assim salvar mais vidas:
1. Mais doações após morte circulatória:
Tradicionalmente, as doações de órgãos vêm
principalmente de doadores que sofrem morte cerebral enquanto os corações ainda
permanecem batendo. Cada vez mais, os órgãos doados vêm de doadores que morrem
depois que o coração para de bater. No passado, corações e pulmões vindos
dessas mortes eram normalmente descartados. Os avanços médicos agora permitem
que especialistas em transplante usem esses órgãos. Os especialistas em
transplante podem ressuscitar o coração em uma máquina de circulação
extracorpórea ou em um dispositivo de perfusão fora do corpo para se tornar um
doador. Aproximadamente 20 a 30 por cento de todas as doações de órgãos estão
vindo desses doadores.
2. Sistemas de perfusão de órgãos:
A criação de sistemas de perfusão de órgãos
(dispositivos mecânicos que ajudam os órgãos a permanecerem viáveis fora do
corpo) está mudando os transplantes de órgãos. Um exemplo disso é a tecnologia
“Heart in a box” (coração em uma caixa), um dispositivo portátil que ressuscita
um coração que havia parado de bater e o mantém batendo até que possa ser
transplantado.
“Essa tecnologia permite o transplante cardíaco a
longa distância. Quando um coração é colocado em uma caixa térmica, ele deve
ser transplantado em até quatro horas. A tecnologia “Heart in a box” dobra o
tempo em pelo menos oito horas”, comenta o Dr. Villavicencio.
Um sistema de perfusão de órgãos semelhante e disponível
para pulmões é chamado de perfusão pulmonar ex vivo. Ele preserva o
pulmão doado em uma máquina fora do corpo. Os pulmões também podem ser
restaurados para uma condição adequada para transplante.
3. Órgãos de doadores com hepatite C:
Atualmente, órgãos de doadores com hepatite C podem ser transplantados com segurança para
pacientes na lista de espera. Essa mudança é possível graças à nova geração de
medicamentos antivirais altamente eficientes. Depois que os órgãos são
transplantados, os pacientes iniciam o tratamento antiviral que normalmente
elimina o vírus do corpo em sete dias, diz o Dr. Villavicencio. No passado,
esses possíveis doadores de órgãos teriam sido desconsiderados.
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