Carla Faedda, professora do curso de Fonoaudiologia do UDF, explica sobre os cuidados necessários que os pais devem ter no desenvolvimento da linguagem da criança
A expectativa pela primeira palavra de um filho é
algo presente na maioria das famílias. A fala desempenha um papel fundamental
em nossa vida diária e é uma das principais formas de comunicação humana. Ela
nos permite aprender, ensinar, colaborar e interagir com o mundo ao nosso
redor.
O
desenvolvimento da linguagem começa muito antes da criança começar a falar.
Segundo a fonoaudióloga e professora do curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), Carla Faedda, a comunicação oral se inicia logo após o
nascimento por meio do choro, posturas e expressões faciais e é necessário que
os pais estejam atentos para atrasos nesse processo.
“Não
costumamos marcar uma idade fixa, devido ao desenvolvimento gradativo da
linguagem na infância. Conhecer esse desenvolvimento é importante para
determinar se a comunicação está se desenvolvendo adequadamente ou não. O
desenvolvimento da comunicação e o desenvolvimento neuropsicomotor estão
alinhados e precisam de atenção. Por isso, é importante que a criança esteja
sendo acompanhada por um médico pediatra, pois
inicialmente, ele é quem sinaliza qualquer atraso no desenvolvimento”,
explica.
Aos
seis meses, é comum que o bebê esteja na fase do balbucio, onde ele realiza
sons guturais, usa os lábios e a língua para produzir sons, esses sons vão
evoluindo e aos 12 meses este bebê deve emitir cerca de 10 a 50 palavrinhas.
Entre um ano e meio e um ano e oito meses, as crianças aprendem uma média de
dez ou mais palavras por dia. Entre um e dois anos o vocabulário pode incluir
até 200 palavras, muitas delas nomes. Entre dois e três anos, seu vocabulário
aumentará para até 300 palavras. Ela usará nomes e verbos juntos para formar
frases completas, embora simples, como “eu quero agora”. Então, se esses marcos
estão alterados, é importante que a família procure ajuda profissional.
Além
disso, a professora Carla Faedda também ressalta que a família tem papel
fundamental na aquisição da linguagem e que é possível desenvolver um ambiente
mais propício para a comunicação por meio de ações simples como:
- Falar sempre de
frente e na mesma altura da criança;
- Praticar a leitura
desde cedo para estimular além da fala e da linguagem, a formação de um
vocabulário mais rico e aumento da criatividade;
- Caso a criança fale a
palavra errada, apenas repita a palavra da forma correta, sem sinalizar o
erro;
- Mostrar-se interessado
no que a criança tem a dizer;
- Manter-se calmo e
espere a criança acabar de falar;
- Fazer das atividades
do dia a dia, como a hora do banho, momentos para incentivar a fala,
sempre nomeando partes do corpo, objetos, lugares, cores e ações;
- Realizar brincadeiras
lúdicas como faz-de-conta também são excelentes formas de incentivar a
comunicação.
Existem
pesquisas que afirmam que o atraso e transtorno na aquisição da fala e da
linguagem, podem causar prejuízos futuros no desenvolvimento cognitivo, na leitura
e na escrita. Por isso, o diagnóstico e a intervenção precoces são importantes.
Quanto antes a família identificar sinais de alerta, melhor.
“Também
é importante saber se a criança parece não ouvir quando chamada, se apresenta
dificuldades em compreender a fala do adulto, se apresenta dificuldades em se
relacionar com outras crianças, se apresenta comportamento aversivo aos sons ou
ao toque, se tem histórico de otites de repetição - que podem causar atrasos na
aquisição da fala, ou se apresenta atrasos no desenvolvimento motor associado.
Porém, sob qualquer suspeita, o ideal é buscar ajuda profissional o quanto
antes, o tempo é crucial na infância. Existem alguns mitos e orientações
erradas sobre o processo de aquisição da linguagem pelas crianças que precisam
ser extintos. Como por exemplo, esperar até quatro anos e, se não falar, aí
procure ajuda profissional. O ideal é não esperar, é agir de forma preventiva
assim que os sinais aparecem”, orienta a professora e fonoaudióloga, Carla
Faedda.
Centro Universitário do Distrito Federal – UDF
www.udf.edu.br
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