Medicamento reduz 51% o risco de morte em pacientes com câncer de pulmão
Dados do estudo de
fase III ADAURA mostram que o medicamento osimertinibe apresenta melhora
clínica e significativa de sobrevida global como tratamento adjuvante do CPNPC
ressecado com mutação no gene EGFR10
Dados inéditos do estudo ADAURA, divulgados no
último dia 04 de junho de 2023 durante a plenária do Congresso da Sociedade
Americana de Oncologia Clínica (ASCO) mostram que o medicamento osimertinibe
promove benefício clínico e estatisticamente significativo de sobrevida global
no tratamento adjuvante de pacientes em estágio inicial (IB-IIIA) de Câncer de
Pulmão de Não Pequenas Células (CPNPC) com mutação no receptor do fator de
crescimento epidérmico (EGFRm), após resseção completa do tumor.10 A
notícia
pode ser considerada um marco no tratamento da doença e já vem sendo recebida
de maneira otimista entre a classe médica, uma vez que o tripé diagnóstico
precoce, testagem molecular e tratamento direcionado ao alvo pode ser
determinante no sucesso do tratamento da doença.
A atualização do estudo ADAURA mostra que 88% dos
pacientes tratados com osimertinibe estão vivos em 5 anos. Além disso,
osimertinibe reduz em 51% o risco de morte versus placebo para o paciente com
CPNPC EGFRm estágio IB-IIIA.10 Clique aqui para
saber mais. O estudo ADAURA é um estudo de fase III com 628 participantes
que teve como objetivo avaliar a segurança e eficácia do tratamento em
adjuvância com osimertinibe versus placebo para pacientes ressecados de estágio
IB-IIIA com CPNPC EGFR mutado, com ou sem uso prévio de quimioterapia
adjuvante. O osimertinibe é um inibidor de tirosina-kinase associada ao
receptor de fator de crescimento epidérmico (EGFR-TKI) de terceira geração com
apresentação oral e indicação de tratamento finito por 3 anos na adjuvância.9
A notícia atual suporta os achados anteriores do
estudo ADAURA. Em maio
de 2020, a AstraZeneca já havia anunciado que o osimertinibe demonstrou uma
redução na sobrevida livre da doença em 77% e proteção contra recidiva no
sistema nervoso central de 73%11. Em setembro
de 2022, os dados atualizados de sobrevida livre de doença continuaram a
mostrar consistência, após mais de 5 anos de acompanhamento.9
O benefício comprovado de sobrevida global no
estudo ADAURA, reforça a definição de osimertinibe como tratamento padrão na
adjuvância para pacientes com CPNPC EGFRm ressecáveis de estágio IB-IIIA,
independente do uso prévio de quimioterapia adjuvante.10
No estudo ADAURA, a duração de exposição média ao
braço placebo foi de 25,1 meses e de osimertinibe foi de 35,8 meses e não foram
relatados novos sinais de segurança com a duração prolongada do tratamento com
osimertinibe. Os eventos adversos mais comuns em ambos os braços do estudo
foram diarreia, paroníquia, pele seca e prurido. Eventos adversos de grau ≥ 3
foram identificados em 23% dos pacientes com osimertinibe e 14% com placebo.9
“Pacientes com Câncer de Pulmão de Não Pequenas
Células com mutação EGFR em estágio inicial enfrentavam altas taxas de
recorrência e não contavam com opções específicas de tratamento após a
cirurgia. O dados recém-divulgados do estudo ADAURA confirmam o potencial de
osimertinibe no tratamento neste cenário, prolongando a vida desses pacientes,
e pela primeira vez, mostrando um tratamento adjuvante oral capaz de reduzir o
risco de morte destes pacientes”, ressalta Anouchka Chelles, diretora médica da
área de oncologia da AstraZeneca.
Câncer de Pulmão no Brasil e
no mundo
Estima-se que, a cada ano, 2,2 milhões de pessoas
sejam diagnosticadas com câncer de pulmão no mundo, sendo 80-85% dos pacientes
diagnosticados com CPNPC, a forma mais comum de câncer de pulmão.¹ ² ³
Aproximadamente 25-30% de todos os pacientes com CPNPC são diagnosticados de
maneira precoce, e a cirurgia com intenção curativa é o tratamento padrão,
geralmente seguida de adjuvância.⁴ ⁵ Além disso, 73% dos pacientes com estágio
IB e 56-65% dos pacientes com doença de estágio II sobreviverão por cinco
anos.⁶ Isso diminui para 41% para pacientes com estágio IIIA, e 24% para
pacientes com doença em estágio IIIB, refletindo uma alta necessidade médica
não atendida⁶ e ressaltando não somente a importância do diagnóstico precoce,
mas também da testagem molecular dos tumores.
Na América Latina, o câncer de pulmão é o mais
letal e tira mais vidas do que qualquer outro tipo da doença⁶. São mais de 65,5
mil vidas perdidas todos os anos, sendo descoberto tardiamente em mais de 80%
dos casos⁶. Já no Brasil, o câncer de pulmão, segundo estimativas de 2023
realizadas pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o terceiro mais comum em
homens (18.020 casos novos) e o quarto em mulheres (14.540 casos novos),
totalizando 32.560 novos casos – sem contar o câncer de pele não
melanoma⁷.
AstraZeneca no câncer de
pulmão
A AstraZeneca possui um portfólio abrangente de
medicamentos aprovados e de outros em desenvolvimento para pacientes com câncer
de pulmão. A farmacêutica global está trabalhando para aproximar os pacientes
com câncer de pulmão da cura por meio do diagnóstico e tratamento da doença em
estágio inicial, ao mesmo tempo em que expande os limites da ciência para
melhorar os resultados em ambientes resistentes e avançados. Ao definir novos
alvos terapêuticos e investigar abordagens inovadoras, a empresa visa adequar
os medicamentos aos pacientes que mais podem se beneficiar. A AstraZeneca é
membro fundadora da Lung Ambition Alliance, coalizão global que trabalha para
acelerar a inovação e oferecer melhorias significativas para pessoas com câncer
de pulmão.
AstraZeneca
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Referências
World Health Organisation. International Agency for Research on Cancer. Lung Fact Sheet. Available at https://gco.iarc.fr/today/data/factsheets/cancers/15-Lung-fact-sheet.pdf. Accessed March 2023.
LUNGevity Foundation. Types of Lung Cancer. Available at https://lungevity.org/for-patients-caregivers/lung-cancer-101/types-of-lung-cancer. Accessed March 2023.
Cheema PK, et al. Perspectives on treatment advances for stage III locally advanced
unresectable non-small-cell lung cancer. Curr Oncol. 2019;26(1):37-42.
Cagle P, et al. Lung Cancer Biomarkers: Present Status and Future Developments. Archives Pathology Lab Med. 2013;137:1191-1198.
Le Chevalier T, et al. Adjuvant Chemotherapy for Resectable Non-Small-Cell Lung Cancer: Where is it Going? Ann Oncol. 2010;21:vii196-vii198.
Goldstraw P, et al. The IASLC Lung Cancer Staging Project: Proposals for Revision of the TNM Stage Groupings in the Forthcoming (Eighth) Edition of the TNM Classification for Lung Cancer. J Thorac Oncol. 2016;11(1):39-51.
Cancer in Latin America: Time to stop looking away, 2018
Instituto Nacional do Câncer: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pulmao
Herbst, RS; Wu, YL; John, T; et al. Adjuvant Osimertinib for Resected EGFR-Mutated Stage IB-IIIA Non–Small-Cell Lung Cancer: Updated Results From the Phase III Randomized ADAURA Trial. J Clin Oncol, 2023. DOI https://doi. org/10.1200/JCO.22. 02186.
Herbst, R; Tsuboi, M; John, T; et al. Overall survival analysis from the ADAURA trial of adjuvant osimertinib in patients with resected EGFR mutated (EGFRm) stage IB–IIIA non-small cell lung cancer (NSCLC). LBA3 Presented at ASCO 2023 in Chicago, USA.
Osimertinib in Resected EGFR-Mutated Non–Small-Cell Lung Cancer. Yi-Long Wu, M.D., Masahiro Tsuboi, M.D., Jie He, M.D., Thomas John, Ph.D., Christian Grohe, M.D., Margarita Majem, M.D., Jonathan W. Goldman, October 29, 2020. N Engl J Med 2020; 383:1711-1723 DOI: 10.1056/NEJMoa2027071.
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