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Médico oncologista explica a
importância de ficar atento aos sinais dados pelo corpo e de manter os exames
em dia
O mês de março é marcado pela campanha Março Azul Escuro, que busca conscientizar sobre o câncer colorretal. A doença atinge o intestino grosso, também chamado de cólon, e o reto, região final do trato digestivo e anterior ao ânus. De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse já é o segundo tipo mais frequente de câncer. Nas mulheres, fica atrás do de mama, e no caso dos homens, perde para o de próstata, excetuando os tumores de pele não melanoma.
Ainda de acordo com dados do INCA, a doença está associada aos hábitos de vida. O tabagismo, a ausência de atividade física e uma má alimentação, com alto consumo de carnes processadas e ultraprocessadas e a ingestão excessiva de carne vermelha, são fatores de risco.
Para a prevenção, uma alimentação rica em frutas e em fibras,
incluindo cereais e grãos integrais, e a prática de atividades físicas podem
ser grandes aliados. Atualmente, o INCA estima cerca 44 mil casos ao ano e
aumento dos índices com o passar do tempo. O instituto prevê que os óbitos pela
doença entre pessoas de 30 a 69 anos podem aumentar 10% até 2030, o que torna a
campanha de conscientização essencial para mudar essa realidade.
Doença silenciosa
O câncer colorretal costuma ser uma doença silenciosa e o diagnóstico precoce é essencial para a cura da enfermidade. De acordo com Hélio Borges, oncologista do Hospital Anchieta, os cânceres colorretais podem ser causados por mutações genéticas e síndromes hereditárias, contudo estima-se que 90% desses tumores se iniciam a partir de pólipos, ou seja, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.
"Em geral, o câncer de cólon se desenvolve muito lentamente. Na maioria dos casos, ele se apresenta assintomático por muito tempo e os sinais da doença só se manifestam quando o tumor já está com tamanho avançado e assim, diminuem as chances de cura", afirma o oncologista.
Dessa forma, é importante ficar a atento aos sintomas, como
sangramento nas fezes; alteração do hábito intestinal (diarreia ou prisão de
ventre fora do esperado); dor ou desconforto abdominal; sensação de que o
intestino não esvazia completamente; fraqueza e anemia; perda de peso sem causa
aparente; alteração na forma das fezes (muito finas e compridas).
Uma forma de atestar a saúde do cólon e do reto é o rastreamento de tumores de intestino por meio de pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia. A colonoscopia de rastreio tem como objetivo identificar lesões precursoras do câncer colorretal e a triagem deve começar aos 45 anos.
“O ideal é que seja realizada uma colonoscopia a cada cinco anos, mesmo que o exame seja normal, isso para os pacientes sem nenhum risco para o câncer colorretal. Já nos pacientes com história familiar de parentes de primeiro grau que tenham tido este tumor, o início pode ser aos 40 anos ou 10 anos antes da idade do parente mais novo que teve este tumor”, detalha Hélio Borges.
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