A realização dos procedimentos decaiu devido à pandemia de Covid-19, porém, informações levantadas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica junto ao dados do Ministério da Saúde mostram que houve retomada no ano passado
Em 2019, conforme levantado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica
(SBCO) 347 mil colonoscopias foram registradas no DATASUS, banco de dados do
Ministério da Saúde. Em 2020, muitos exames deixaram de ser realizados, visto
que o número caiu para 241 mil. Em 2021, uma leve retomada: 304 mil. No ano de
2022, os procedimentos aumentaram para 407 mil no Brasil. A boa notícia é que
os resultados do último ano superam a quantidade de colonoscopias realizadas
anteriormente à pandemia de Covid-19.
O câncer colorretal é o segundo mais letal do
planeta. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que os hospitais
brasileiros irão tratar cerca de 45 mil novos casos da doença a cada ano do
triênio 2023-2025. A Organização Mundial de Saúde calcula que essa região representa
10% dos diagnósticos de câncer no mundo.
A colonoscopia é um procedimento fundamental na
rotina dos hospitais. Consiste no exame minucioso do interior do intestino
grosso com um tubo flexível contendo uma pequena câmera na ponta. O equipamento
chamado colonoscópio é inserido pelo ânus e se move pelo cólon em busca de
anomalias ou doenças. Dessa forma, a colonoscopia é um procedimento ideal para
detectar e diagnosticar doenças do cólon, como pólipos (lesões na parede do
intestino), doença inflamatória intestinal e câncer. Também é possível coletar
amostras para análise em laboratório. A maioria dos tumores são originários de
pólipos benignos, identificados pela colonoscopia.
Marcus Valadão, Diretor Científico da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Oncológica, reforça a eficácia de investir no
rastreamento do câncer colorretal: “É muito mais barato prevenir, fazer
colonoscopia e retirar pólipos que podem se transformar em câncer. O tratamento
do câncer tem um custo muito maior, pois será necessário cirurgia,
quimioterapia, radioterapia, etc”, afirma.
Conforme o cirurgião, o Brasil precisa de mais
investimento em programas de rastreio, por meio, principalmente, do aumento de
infraestrutura hospitalar e tratamento preventivo. “Esse gargalo ocorre não só
no SUS, mas no sistema de saúde privado também”, informa. O cirurgião
oncológico e presidente da SBCO, Héber Salvador, explica que a entidade, com
base em diretrizes da Sociedade Americana de Câncer (ACS), recomenda que o
exame seja realizado a partir dos 45 anos em pessoas sem sintomas e sem
histórico familiar de câncer colorretal, ou mais precocemente (dez anos antes
da idade do caso ocorrido na família) e/ou em portadores de Síndrome de Câncer
Hereditário.
Câncer colorretal: quais são
os sintomas?
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica
recomenda procurar um médico especializado ao sentir estes sintomas:
- presença
de sangue nas fezes;
- alternância
entre diarreia e prisão de ventre;
- fezes
muito finas e compridas;
- perda
de peso inesperada;
- sensação
de fraqueza e anemia;
- dor
ou desconforto abdominal;
- presença
de massa abdominal.
Como prevenir?
Os principais fatores de risco
para o câncer colorretal são a alimentação desequilibrada, sedentarismo,
obesidade, tabagismo e hereditariedade. Dessa forma, os médicos recomendam
manter alimentação saudável, buscar um peso corporal adequado, praticar
atividades físicas regularmente e evitar exposição ao cigarro e álcool. Além
disso, seguir as recomendações de rastreamento.
(colonoscopia a partir dos 45 anos).
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