Soluções baseadas em inteligência
artificial, inteligência de dados e biometria facial serão essenciais para que
empresas de diversos segmentos possam se prevenir contra ações criminosas
O ano de 2023 será bastante desafiador para
as empresas de tecnologia especializadas no desenvolvimento de soluções de
combate a fraudes. O cenário de riscos atual demandará o uso de soluções
baseadas em inteligência artificial (IA), inteligência de dados (ID) e
biometria facial, para que empresas de todos os segmentos possam se prevenir
contra fraudes e crimes econômicos.
E por aqui, o problema parece ser maior do
que nos outros países. Pesquisa da PwC, uma das maiores empresas de consultoria
e auditoria do mundo, divulgada neste ano e intitulada “Protegendo o perímetro:
o avanço da fraude externa” mostra que o índice de fraude, corrupção e crimes
econômicos não registra aumento no mundo desde 2018. Pouco menos da metade das
organizações globais (46%) relatou ter sofrido alguma forma de fraude ou outro
crime econômico nos últimos 24 meses. Já no Brasil o percentual passou de 46%
em 2020 para 62% em 2022.
Para a PwC “o desafio de gerenciar os riscos
de novas fraudes é evitar cair na armadilha de ver apenas o que é
conhecido”. Vicente de Melo Pinheiro, diretor de engenharia da Stone Age
ressalta que o mundo das fraudes é extremamente dinâmico e nem sempre é
possível antecipar o tipo de golpe que será dado. Mas é possível identificá-lo
rapidamente e tomar as medidas necessárias para não permitir que ele se
propague.
“O importante é ser flexível e rápido. Nem
sempre se trata de estar na frente e sim de ter uma resposta rápida. Precisamos
estar preparados para fechar a porta o quanto antes”, comenta o executivo, que
destaca a inteligência artificial, a inteligência de dados e a biometria facial
como as tecnologias que ganharão espaço no próximo ano.
“Eu destaco essas três por serem tecnologias
desenvolvidas e aprimoradas nos últimos anos, mas que ainda não estão 100%
difundidas. A biometria facial, por exemplo, ainda não é usada por todas as
companhias. Mas é uma tecnologia essencial porque cada vez mais as empresas têm
de se preocupar em oferecer segurança ao mesmo tempo que melhoram a experiência
do cliente. Nesse ponto, a biometria contribui bastante para que o usuário não
tenha de ficar preenchendo formulários ou respondendo perguntas”, comenta.
Quanto à inteligência de
dados, Pinheiro afirma, que ela nunca “morre” neste contexto porque
os motores fazem o papel de avaliar score e documentos automaticamente,
necessidades que não vão deixar de crescer em seu ponto de vista. “Mas também
tem uma pegada de inteligência artificial entrando forte no mercado. As
tecnologias já existentes tendem a evoluir com a implantação da IA, cujos
algoritmos dão mais precisão às decisões. Por isso eu destaco essas três como
as tecnologias antifraudes que devem evoluir bastante em 2023”.
Saber
escolher
O mercado de tecnologia oferece uma gama
diversificada de soluções antifraude para empresas dos mais variados segmentos,
resultando em uma dificuldade a mais para quem precisa implantar alguma
ferramenta para proteger suas operações. Qual escolher, diante de tantas
opções?
Pinheiro concorda que a escolha é
difícil, até porque se trata de uma decisão bem estratégica. Mas há algumas
perguntas importantes e que devem ser feitas na hora de a empresa compradora do
serviço decidir o que implantar. São elas: Quais são os players que esse meu
fornecedor já atende? Qual a relevância desse fornecedor que vai me dar essa
solução antifraude ou algo do tipo dentro do mercado? Ele atende alguns players
importantes?
“Se ele atende algumas empresas grandes já é
um bom sinal. Tempo de mercado entra também. Temos de pensar um pouco se esse
fornecedor tem escala, se é eficiente e flexível. Isso implica ter a capacidade
de implantar o sistema sem a necessidade de grandes mudanças estruturais, que
demandaria tempo e altos custos”, comenta complementando: “A Stone Age já
atende nesse nível. Nos preocupamos bastante com a escala, com a eficiência e
com a flexibilidade que cada contexto precisa”.
Setores
mais vulneráveis
Bancos e financeiras são, na atualidade, os
maiores clientes dos serviços de proteção a fraudes e automação de processos.
Isso porque eles precisam de segurança e agilidade para a concessão de
empréstimos, abertura de contas digitais, entre outros. E com o início do Open
Finance, sistema que permite o compartilhamento de dados – com a permissão do
cliente – entre instituições financeiras, fica a expectativa de que novos tipos
de fraudes possam surgir, o que manterá esse segmento no topo da demanda.
“Existe a ideia de que o Open Finance possa
aumentar a vulnerabilidade a golpes, mas essas empresas também vão ter mais
informações para tomarem decisões e elas vão precisar entender como tratar
essas informações. Possíveis fraudes ou vulnerabilidades não são o maior foco,
mas as empresas vão precisar se adequar muito rápido. Assim, se elas tiverem em
mãos uma ferramenta que permita tomar decisões rápidas e assertivas e ao mesmo
tempo aprenderem e evoluírem, elas vão conseguir evitar esses tipos de golpes
ou novos tipos de fraudes que possam surgir”.
Além do setor financeiro, despontam como
novos possíveis clientes dos serviços de tecnologia de automação e controle de
fraudes, companhias dos setores de Saúde, Educação e Locação de Veículos.
“Identificamos um grande potencial nesses outros setores, que se digitalizaram
bastante nos últimos anos. Estamos na fase de mapeamento desses segmentos”.
No caso da saúde, por exemplo, uma dor
latente é a prevenção de fraudes em pedidos de reembolso, que têm aumentado nos
últimos anos. Já no ensino, um dos maiores desafios está relacionado à educação
à distância, modelo que exige ferramentas mais eficazes de cadastro e controle
dos alunos. Quando se trata de locação de veículos, o principal risco existente
é a permissão de aluguel para criminosos que usam documentos falsos para pegar
o veículo e nunca mais o devolvem.
“Nossas soluções podem ajudar empresas desses segmentos. E temos
como diferencial a capacidade de modelar o produto à necessidade do cliente.
Mapeamos as vulnerabilidades e mostramos qual tecnologia torna mais assertiva a
decisão. Sem contar que não nos limitamos a sistema contra fraudes, trabalhamos
com automação também e não vendemos apenas produtos de prateleira e sim um projeto
para entregar o retorno que o cliente espera”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário