A pausa nas ações contra a doença durante a pandemia de Covid-19 e o aumento das chuvas no verão de 2023 são os fatores principais para a alta nos registros
O Brasil encerrou o ano de 2022 com um total de 980 mortes por
dengue confirmadas, além de mais de 1,4 milhão de casos registrados. Segundo
dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, é o maior número de
mortes nos últimos seis anos, o que liga o alerta para uma nova epidemia da
doença já nos primeiros meses de 2023.
“As pessoas precisam se lembrar de que a dengue mata. Especialmente nesse período chuvoso, é necessário redobrar os cuidados para evitar o acúmulo de águas paradas, tornando o ambiente perfeito para a proliferação do Aedes aegypti”, explica o enfermeiro infectologista Milton Alves Monteiro Junior, coordenador do serviço de controle de infecção hospitalar do HSANP.
O especialista esclarece que, graças ao aumento
das chuvas, o mosquito encontra o ambiente perfeito para se reproduzir, já que
precisa do acúmulo de água parada para botar seus ovos. “A transmissão ocorre
por meio da picada do mosquito Aedes aegypti fêmea infectado, por isso é
importante impedir a proliferação”, acrescenta.
Sintomas
A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e
dinâmica, e a infecção pode ser assintomática, apresentar sintomas leves ou
mais graves. Dentre os principais sintomas, estão a febre alta, dor no corpo e
articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e
manchas avermelhadas pelo corpo.
Na maioria dos casos, o primeiro sintoma da doença costuma ser a febre alta, que persiste por 2 a 7 dias, associada a fraqueza e dores pelo corpo. Esta é a fase mais complicada para obter um diagnóstico exato, por conta da dificuldade de diferenciar a doença de outras enfermidades.
O enfermeiro infectologista do HSANP alerta que
a doença pode evoluir para formas mais graves. “É importante ficar atento aos
sintomas. Caso a pessoa apresente fortes dores abdominais, sangramento de
mucosa, vômitos persistentes, tontura, queda de pressão, perda de
sensibilidade, movimentos ou irritabilidade, deve procurar imediatamente por
atendimento médico”.
Prevenção
A principal forma de prevenção é impedir a
proliferação do mosquito Aedes aegypti, portanto, tomar os cuidados
básicos como eliminar água parada em pneus, garrafas plásticas, vasos de
plantas, piscinas sem uso e até mesmo em recipientes menores. Outra maneira é
proteger-se das picadas do mosquito, utilizando roupas que diminuam a exposição
da pele durante o dia, além de fazer uso de repelentes e inseticidas e incluir
mosqueteiros nos cômodos da casa.
“Além desses cuidados, é importante que os
governos estaduais e municipais incentivem e alertem a população, realizando
campanhas de conscientização e prevenção”, finaliza Milton Alves Monteiro Junior .
HSANP - Zona Norte de São Paulo (SP)
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