Os transtornos de ansiedade são bem conhecidos pelos brasileiros. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), só no país são mais de 18 milhões de ansiosos, algo próximo de 8,5% da população. Este número cresceu durante o isolamento provocado pela pandemia de coronavírus, mas antes disso as filas de pacientes que recorrem aos médicos e psicólogos em busca de tratamento já eram grande.
Considerando
os aspectos neurobiológicos, a ansiedade é explicada por uma disfunção das
amígdalas cerebrais, responsáveis por fazer a regulação da corticotrofina
(ACTH) e da noradrenalina, dois agentes que são ativados justamente em
situações adversas que envolvem medo, tensão, sustos e preocupação.
“A função
cerebral nessas circunstâncias negativas é de enviar estímulos que ajudem a
descarregar toda essa tensão, a fim de se livrar do suposto perigo. Mas a falha
de leitura das amígdalas acaba proporcionando crises de ansiedade sem motivação
aparente”, explica a médica endocrinologista Sarina Occhipinti. “No fim das
contas, o que os pacientes procuram quando recorrem a tratamentos médicos ou
psicológicos é por métodos que diminuam essa disfunção”, complementa.
Entretanto,
segundo a médica, a cura definitiva para o problema ainda é um sonho que a
ciência não conseguiu alcançar. Os ansiolíticos e antidepressivos têm trazido
resultados no combate à ansiedade, mas, esclarece Sarina Occhipinti, eles não resolvem
o problema em si. “Os medicamentos existentes que oferecem algum resultado ao
transtorno de ansiedade conseguem diminuir as crises, mas não impedi-las. Hoje
não podemos afirmar que existe cura para a ansiedade”, esclarece.
A principal
orientação da médica é para que o paciente recorra à terapia
neurocomportamental. “De forma gradativa, mudando pequenas práticas no dia a
dia, é possível dar nova aprendizagem ao cérebro, de modo que ele consiga
driblar as situações em que as amígdalas respondem de forma equivocada. As
estratégias neurocomportamentais têm mostrados ótimos resultados e realmente
mudam a vida dessas pessoas”, conclui Sarina Occhipinti.
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