É possível inverter a lógica educacional? De acordo com a mestre em educação Georgya Correa, a forma com que as escolas se organizam precisa fazer sentido para os estudantes e a partir disso, se dá a importância de se inverter a lógica educacional.
“Hoje, em primeiro lugar, com o advento, as descobertas da neurociência,
sabemos que “fazer sentido” é algo de extrema importância para a aprendizagem.
Além disso, outros pontos como estimular a curiosidade, o prazer, conectar com
emoções e sentimentos tornará o processo muito mais eficaz, ressaltando, ainda,
que segundo o “Future of Works Report, 2020, a criatividade é um dos pontos
mais importantes para ser desenvolvido nos futuros profissionais e está no topo
da “Curva do Robô”, Marty Neumeier”, explicou.
Segundo a educadora, quando ouvimos frases como: “mas antigamente a
aprendizagem, os conhecimentos eram depositados para que os estudantes o
fixassem e isso funcionava” ou “eu aprendi da forma tradicional e funcionou
para mim, então isso funciona” é preciso ter atenção e saber que até pouco
tempo atrás o mundo buscava ardentemente conseguir informações. Isso já era por
sí só algo complexo. Não vivíamos em um mundo globalizado, com internet, então
o que se tinha acesso eram textos, pesquisas descritas.
“Hoje o conhecimento está aí, “ao vivo e a cores”. Vivo. Animado! Então, para
despertar o interesse das novas gerações precisamos mais do que letras, números
registrados para serem decorados. Antes isso era o suficiente e adquirir esse
conhecimento, simplesmente o “saber mais” podia ser estimulante. Hoje, não
mais”, explicou.
Segundo a educadora, os livros didáticos e as referências educacionais que
temos hoje, ainda trazem apenas essas informações “frias”, conhecimentos
necessários para provas, sem espaço para escolhas, construções e descobertas.
“Mas, e se começássemos justamente pelas escolhas, pelas construções, fazendo
descobertas? Despertando a curiosidade sobre questões que permeiam o universo
de cada faixa etária? Podemos começar dessa forma e, a partir disso trazer,
sim, todas as habilidades, conteúdos, conhecimentos adquiridos pela humanidade
e, ainda, as habilidades socioemocionais. E se eu te disser que começando daí,
desenvolveremos tudo o que se necessita aprender e, ainda, de um jeito muito
mais interessante, prazeroso e estimulando a criatividade e contribuindo para
uma boa saúde mental dos nossos estudantes? Esse é o caminho que a educação
precisa seguir”, finalizou.
Georgya Correa -
fundadora, idealizadora e diretora pedagógica da Escola Teia Multicultural e
cofundadora e diretora pedagógica da Edtech Asas Educação. Teve sua primeira
formação como atriz de: teatro, televisão e rádio, atuou como assistente de
direção, coreógrafa e cenógrafa. Realizou trabalhos para o setor de RH
desenvolvendo treinamentos de equipes através do lúdico. Se formou em pedagogia
(São Camilo), fez extensão em neurociência (PUC), mestrado lato sensu em
neuropsicopedagogia (UCAMPROMINAS), mestrado strictu sensu em currículo (PUC).
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