Tabagismo, consumo excessivo de
álcool, exposição ao sol e práticas sexuais desprotegidas estão entre os
fatores de risco à doença, alerta especialista do Hospital PaulistaShutterstock
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que em
2022 surjam 36.620
novos casos de câncer de cabeça e pescoço. O nome, ao contrário do que
algumas pessoas imaginam, não se refere à existência de tumores no cérebro, mas
aos que se manifestam na região acima das clavículas, dentre eles boca,
faringe, laringe, fossas nasais, seios paranasais, glândulas salivares e
tireoide.
A campanha nacional Julho Verde foi criada com o
objetivo de conscientizar os brasileiros sobre a importância do tratamento e do
diagnóstico precoce da doença, que tem como principais fatores de risco hábitos
como tabagismo, consumo excessivo de álcool, exposição ao sol sem uso de
protetor solar e prática sexual desprotegida, por conta de infecções pelo vírus
HPV.
Conforme Dr. Mituro Hattori Junior, cirurgião de
cabeça e pescoço do Hospital Paulista, a iniciativa é importante para estimular
o autocuidado na prevenção, diminuindo o diagnóstico tardio da doença.
“Como todo tipo de câncer, quanto mais cedo for
diagnosticado, menores serão as sequelas do tratamento e maiores as chances de
cura. Campanhas de divulgação, como o Julho Verde, são essenciais pois alertam
as pessoas a não postergarem a ida ao médico, principalmente os homens, que
estão entre os mais atingidos em razão de certos hábitos de vida.”
Levantamento feito pelo Grupo Brasileiro de Câncer
de Cabeça e Pescoço (GBCP) indica que os tumores malignos de cabeça e pescoço
correspondem a 6% de todos os tipos de câncer. Entre os brasileiros, os
cânceres de boca, laringe e tireoide estão entre os tumores mais comuns.
Sintomas e diagnóstico
O diagnóstico precoce dos cânceres de cabeça e pescoço é especialmente importante,
já que os sintomas costumam variar muito, desde o aspecto até a localização do
tumor. No entanto, Dr. Mituro destaca que sinais de percepção de nódulo no
pescoço, lesões que não cicatrizam na boca, diminuição do olfato e sangramento
intermitente prolongado podem servir de alerta.
“A maioria dos sintomas envolve uma percepção
prolongada. Uma ferida que não sara. Um sangramento prolongado. Por isso, é
muito importante não minimizar e subestimar a ocorrência dessas desordens,
recorrendo ao auxílio médico especializado o quanto antes. Outros sintomas
presentes são a disfagia -- dificuldade para comer -- e a rouquidão”, reitera.
Tratamento
De acordo com o médico, uma equipe multidisciplinar
é responsável por definir qual a melhor forma de combate à doença, já que
tumores malignos podem ser tratados por diferentes modalidades de tratamento
oncológico, dentre elas cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.
“O tratamento pode ser realizado de forma isolada
ou combinada, desde a retirada total do tumor por cirurgia, associado ou não à
radioterapia e quimioterapia. A identificação precoce possibilita, na maioria
das vezes, a retirada total do tumor, dependendo da localização, e uma maior
eficácia local da radioterapia ou quimioterapia. Quanto mais cedo o
diagnóstico, maiores as chances de cura.”
Dr. Mituro chama a atenção à prevenção primária,
que pode ser feita reduzindo os fatores de risco, como tabagismo e alcoolismo,
para os tumores de boca e faringe, laringe e esôfago. E o uso de bloqueador
solar e a redução da exposição ao UV para diminuir a incidência dos tumores da
pele.
“A prevenção secundária também é extremamente
importante e pode ser realizada indo ao médico regularmente ou procurando
assistência em caso de algum sintoma persistente. Estas ações visam
diagnosticar os tumores malignos em fases iniciais”, finaliza o especialista.
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
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