Opinião
Passados os maiores percalços trazidos pela
pandemia que ainda estamos vivendo, começamos a perceber as mudanças que ela
trouxe para o cotidiano. Para todos, um período extremamente difícil e
carregado de novos hábitos, novas discussões e novos costumes.
Analisando as mudanças trazidas por esse período,
principalmente os efeitos que as mesmas têm para com os jovens, percebemos uma
significativa diferença na forma como eles se relacionam e se comunicam.
A presença das tecnologias nos relacionamentos
interpessoais, bem como na vida dos jovens, já crescia antes do cenário
pandêmico, porém, aumentou drasticamente. Desde 2020, a internet deixou de ser
apenas um centro de buscas e comunicações, tornando-se uma sala de aula, até
mesmo um local onde uma reunião de amigos poderia ser realizada de maneira
segura. Pais, responsáveis, professores e gestores acostumaram-se ao uso da
internet como forma de se aproximar das pessoas que não podiam ter por perto
naquele tão difícil momento. Além dos pontos positivos citados, devemos
considerar também os possíveis malefícios trazidos pela “pandemia tecnológica”,
que chegou para ficar em nossas vidas.
A grande vantagem das tecnologias, principalmente
da internet, é o seu uso como um espaço aberto, no qual, temos mais fácil
acesso a informações confiáveis, artigos científicos e até mesmo livros, antes
restritos a bibliotecas. O benefício do livre acesso à informação traz consigo
o ponto de atenção referente ao conteúdo que é acessado. Um dos soft-skills
trabalhados em muitas escolas diz respeito à criação de um senso crítico em
nossos estudantes. Tal habilidade torna-se cada vez mais indispensável para
eles, principalmente nos momentos em que estão “plugados”. É papel de toda a
comunidade escolar auxiliar nossos jovens no desenvolvimento dessa habilidade,
para que o conteúdo falso e as famosas fake news facilmente encontradas na
rede sejam identificadas e não causem danos para nossos alunos.
Em tempos nos quais as tecnologias estão tão
presentes dentro de lares e escolas, a proteção de nossos jovens contra
conteúdos nocivos e inapropriados deve ser uma atribuição conjunta das famílias
e da escola. Muitos jovens encontram facilmente os bons caminhos das
tecnologias, seus benefícios e fazem uso das mesmas para fins positivos. Porém,
é necessário um acompanhamento cauteloso para que todos tenham a capacidade de
discernimento dos conteúdos encontrados na rede. Saber diferenciar conteúdos e notícias
embasados, fundamentados e confiáveis de notícias falsas, ou conteúdos
inverídicos, é uma necessidade que se apresenta não apenas para nossos jovens,
mas para toda a sociedade.
No ambiente escolar essa função é dividida entre família e escola. Quando um desses pilares não consegue desempenhar seu papel, todo o processo pode ficar comprometido. É necessário que ambos trabalhem juntos na formação de jovens que possam diferenciar os conteúdos que podem fazer a diferença, dos conteúdos que não agregam valor. Educando nossos jovens para o bom uso das tecnologias, tornaremos mais positiva a nossa sociedade e o nosso futuro!
Enzo Kalinke -
especialista em Educação Internacional, é professor de História do Colégio
Positivo.
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