Dentista Juliana Fauri aborda sobre más
oclusões, as principais causas e as formas de tratamento
A partir dos 5 anos, a visita ao dentista deve ser semestral
CANVA
O
Julho Laranja foca na conscientização da necessidade do exame ortodôntico
semestral nas crianças a partir dos 5 anos. Instituída desde 2018, a campanha
ganha mais força a cada ano. O objetivo é fazer o diagnóstico e o tratamento
precoce das más oclusões dentárias, condições que podem gerar desconforto,
dores, perda de dentes e crescimento anormal dos ossos da face.
Mas
o que é a má oclusão dentária?
De
acordo com a dentista Juliana Fauri, a má oclusão é quando há qualquer
alteração na configuração normal dos dentes, um problema bastante comum na
população brasileira. “A dentição humana tem uma ordem natural do
posicionamento dos dentes e do encaixe entre os arcos, que é chamada oclusão.
Ela foi definida durante a evolução do homo
sapiens, há centenas de milhares de anos. O arranjo da oclusão foi
determinado pela natureza para que os dentes exerçam corretamente as suas
funções, como morder, mastigar e auxiliar na fala e na deglutição, não
esquecendo que o início da digestão começa na boca”, explica a especialista em
Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares.
Além
da questão estética, que interfere diretamente na autoestima, a má oclusão pode
ter diversos impactos negativos na saúde e qualidade de vida como desgastes e
fraturas que costumam gerar hipersensibilidade, incômodo e dor, desconforto em
alguns movimentos, enxaquecas e dores de cabeça mais frequentes, problemas na
articulação da mandíbula, na mastigação, na fala, bruxismo e perda de dentes.
Causas
A
dentista afirma que existem diversos tipos de má oclusão como mordida cruzada,
mordida profunda, mordida aberta, apinhamento, prognatismo e retrognatismo.
Entre as principais causas estão a incompatibilidade entre o tamanho dos dentes
e da mandíbula, defeitos na mandíbula (normalmente de nascença) e falta de
dentes. “Alguns hábitos incorretos, como o uso de chupetas, chuchar no dedo ou
determinados movimentos da língua podem causar a projeção dos dentes e,
consequentemente, a má oclusão”, completa.
A
boa notícia é que as más oclusões têm tratamento: aparelhos ortodônticos para alinhamento
da posição dos dentes, facetas para modificação de comprimento, forma e
superfície do dente, implante quando é o caso de falta de dentes, goteira
oclusão para proteção das peças dentárias e até mesmo cirurgia oral em casos
mais graves. “Felizmente a tecnologia está a nosso favor na saúde bucal e
existem tratamentos cada vez mais confortáveis, eficazes e rápidos como os
alinhadores invisíveis, por exemplo”, descreve a Dra Juliana referindo-se ao
Invisalign.
Diagnóstico
e tratamento
O
diagnóstico precoce da má oclusão pode prevenir o surgimento dos sintomas
graves e garante maior eficácia do tratamento, afinal a má oclusão é mais fácil
de ser corrigida quando tratada precocemente com aparelhos ortodônticos ou
ortopédicos nos primeiros anos de vida - e é por isso que a campanha Julho
Laranja é tão importante. “Por volta dos cinco anos de idade, mesmo antes da
troca dos dentes de leite, normalmente já é possível diagnosticar se o
crescimento das arcadas dentárias está correto. Como nesta idade o corpo todo
ainda está em desenvolvimento, o tratamento é mais rápido, menos invasivo e
mais eficaz pois conseguimos moldar, direcionar e acompanhar o crescimento de
forma a garantir o espaço adequado para a erupção (nascimento) dos dentes
permanentes na posição correta e funcional”, explica.
O
diagnóstico consiste no exame físico realizado por um dentista, de preferência
ortodontista, e podem ser solicitados exames complementares como radiografias
específicas. No entanto, a dentista alerta que o problema pode surgir e se
agravar durante toda a infância. “É por isso que a consulta semestral ao
dentista, mesmo quando não há qualquer motivo aparente, é tão importante. É
preciso pensar no crescimento dos ossinhos da face. Muitos fatores podem gerar
as más oclusões e o quanto antes diagnosticadas, maior a chance de sucesso e
mais rápido o tratamento”, finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário