Levantamento do Conselho de Turismo da FecomercioSP aponta que passagens
aéreas subiram 122,40% em 12 meses
Os
consumidores estão se deparando com preços mais elevados na hora de escolher
viagens ou atividades de lazer para aproveitar as férias de julho. Um
levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de
São Paulo (FecomercioSP), com base nos dados do IPCA, do IBGE, demonstrou que
os serviços ligados ao turismo estão 41,39% mais caros do que há um ano –
quando comparada a inflação para o setor no mês de junho. A passagem aérea é a
que mais contribui para essa carestia, com alta de 122,40% em 12 meses.
Embora o momento seja de alta temporada, em função do próprio recesso – que
tradicionalmente contribui para o aumento do valor dos bilhetes –, há outros
fatores influenciando os números. Dentre eles, a escalada do querosene de
aviação e do dólar, além da limitação do aumento da oferta de assentos e da
dificuldade de recomposição de mão de obra.
Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomerioSP, ressalta
que, embora ainda exista uma demanda reprimida que pressiona os preços em
função da temporada de férias, a elevação é reflexo, principalmente, da
inflação nos custos das empresas, após dois anos de dificuldades e falta de
apoio governamental.
“A ausência de políticas claras para evitar a elevação das tarifas aéreas, por
exemplo, cria um outro problema sério: parte dos recursos movimentados pelos
turistas – saindo das regiões de maior concentração de renda e permitindo o
aquecimento da economia em destinos menores – acaba ficando ainda mais
concentrada, levando à retração e ao desemprego nas regiões onde o turismo mais
faz diferença”.
Embora já esperado, a alta das passagens é um sinal muito negativo para a
cadeia do turismo, já que o transporte aéreo é um grande impulsionador dos
meios de hospedagens, alimentação, locação de veículos etc. Com a inflação do
setor superando a média geral, os consumidores estão sentindo a disparada nos
preços e repensando a programação das viagens. O Conselho de Turismo da
FecomercioSP destaca que, até o momento, há uma retomada sólida da ocupação dos
assentos, porém, é questionável se continuará desta forma ao longo do segundo
semestre.
Alta atinge quase todos os itens
A inflação do turismo obteve variação mensal de 3,51% na passagem de maio para
junho. Dentre os itens, o destaque foi a passagem aérea, que subiu 11,32%. Em
segundo lugar, ficaram os serviços de cinema, teatro e concertos, com variação
mensal de 1,51%. O preço do pacote turístico também cresceu (1,50%), assim como
o da hospedagem (0,47%). Os únicos a apresentar queda foram aluguel de veículos
(-2,44%) e ônibus interestadual (-0,08).
Regras para reembolso estendidas
A sanção da lei 14.390/2022, que estendeu o prazo para que as empresas dos
setores de turismo e eventos reembolsem os consumidores por cancelamentos
ocorridos entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2022, foi um importante sinal
do poder público, que contribui para a saúde financeira desses negócios. O
prazo de devolução dos recursos passou a ser de sete dias no início do ano,
justamente quando a covid-19 surpreendeu negativamente a economia, com a
variante ômicron.
Diante da nova onda de cancelamentos provocada pela variante, a FecomercioSP
solicitou às autoridades responsáveis que prorrogassem os efeitos da lei, já
que não seria possível atender a toda a demanda de reembolso sem prejudicar
gravemente os negócios, já tão impactados pela pandemia.
Para os cancelamentos ocorridos em 2020 e 2021, o reembolso segue até 31 de
dezembro deste ano.
FecomercioSP
Nenhum comentário:
Postar um comentário