Risco pode ser identificado por alteração no campo visual e pontos cegos nos dois olhos.
Dados
da SBC (Sociedade Brasileira de Cefaleia) apontam que no Brasil 70% da
população feminina e 50% da masculina têm pelo menos uma dor de cabeça ao mês.
O levantamento também mostra que 20% das mulheres e entre 5% a 10% dos homens
sofrem com enxaqueca, dor pulsante em um dos lados da cabeça, mas poucos buscam
tratamento. Resultado: a enxaqueca crônica é bastante comum no Brasil. Segundo
o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier de Campinas
3,5 da população ou 7,5 milhões de brasileiros têm enxaqueca oftálmica ou com
aura. A diferença, explica, é que a forte dor de cabeça, enjoo, sensibilidade à
luz e ao som que caracterizam a enxaqueca comum, na oftálmica vem acompanhada
perda transitória de campo visual e pontos cegos em um dos olhos, aparecimento
de pontos cintilantes, escurecimento da visão e distorção da imagem. Quando a
perda de campo visual surge nossa dois
olhos indica outras doenças que devem ser investigadas com um neurologista.
Sintomas e causas
O
oftalmologista afirma que a aura visual sinaliza isquemia ou irrigação
sanguínea insuficiente na retina. Por isso, o tratamento sempre é iniciado no
consultório oftalmológico e requer tomografia de contraste na retina visando
preservar a visão. “Quem tem problemas de circulação como hipertensão e
diabetes deve ficar mais alerta com o acompanhamento oftalmológico. Adiar o
tratamento de alterações na circulação da retina é perigoso”, pontua. Isso
porque, recorrentes crises de enxaqueca com aura podem levar células da retina
à morte. Também pode indicar risco de AVC (Acidente vascular Cerebral), em
especial nos que têm hipertensão arterial.
Falta de óculos
Queiroz
Neto diz que a dor de cabeça responde por uma em cada quatro consultas
oftalmológicas, mas nem sempre a cefaleia está relaciona a algum problema de
visão.
A
dor relacionada à falta de óculos, explica, só aparece no fim do dia.
Geralmente é decorrente do esforço visual para realizar as atividades
cotidianas, sobretudo no computador. Para quem passou dos 40 anos, comenta, a
dor de cabeça depois de horas olhando para uma tela pode sinalizar a chegada da
presbiopia ou vista cansada que diminui a visão de perto e exige o uso de
óculos de leitura para exercer as atividades próximas. Mas pode surgir em qualquer idade. Entre
crianças 30% sentem o desconforto nas atividades digitais. Na infância comenta, outro problema de visão
que com menor frequência pode causar dor de cabeça é a grande diferença de
acuidade visual entre os olhos, conhecida como anisometria. Isso porque, as
imagens chegam em tamanhos muito diferentes para cada olho.
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