O ESG deve em breve evoluir a sigla para ESGI,
acrescendo às suas perspectivas Ambiental (Environmental), Social (Social)
e Governança (Corporate Governance), o I de Inovação (Innovation),
visto a total integração desse tópico para suportar as necessidades de
desenvolvimento, mudanças de paradigma e culturais que a sustentabilidade
corporativa tem demandado.
Os desafios 2030 lançados inicialmente pelas Nações
Unidas em seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) trouxeram um
alinhamento dos temas sensíveis que necessitam de foco e prioritária atenção
tanto dos governos quanto das corporações. Tópicos contemplados nos ODs como
mudanças climáticas, pobreza, energia limpa, recursos hídricos, desigualdade de
gênero, dentre outros, constituem consenso quase que absoluto entre os
consumidores, que exigem o respeito aos seus propósitos ambientais e sociais;
dos legisladores, estabelecendo regulamentações nesse sentido; e dos
investidores, na busca de investimentos com menores riscos.
Nesse sentido, temos o próprio item 9.4 (OD 9 --
Indústria, Inovação e Infraestrutura) que salienta a necessidade de
modernização da infraestrutura e a reabilitação das indústrias, com uso de
recursos e tecnologias para aumento da eficiência e adoção de processos
industriais social e ambientalmente limpos.
As soluções existentes contemplam até certo ponto o
atendimento à agenda ESG, sendo que fica evidente a obrigatoriedade da Inovação
para criar soluções que atendam aos pilares social, ambiental da
sustentabilidade de forma genuína e rentável para as corporações, pois só assim
teremos alternativas perenes para os stakeholders e, em particular, para
a sociedade. E essa tendência é o que vivenciamos na prática com o lançamento
de diversas iniciativas de corporações voltadas à inovação aberta e ao
intraempreendedorismo, no intuito de encontrarem alternativas sustentáveis e
viáveis a serem implantadas.
O artigo de março, Circularidade do Plástico, contemplou o exemplo de indústrias que unem esforços a partir de uma iniciativa da Firjan SENAI (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), que tem como objetivo a melhoria da cadeia de reciclagem do plástico no país. No mesmo sentido, a parceria de empresas com startups, instituições governamentais e Universidades, tem gerado projetos de sucesso como a adoção a redução de desperdícios, o desenvolvimento de embalagens com materiais que minimizam riscos ambientais e melhorias na gestão dos resíduos para a reciclagem ou simbiose (reaproveitamento em outra cadeia produtiva).
Em hackathon que foi realizado na primeira semana de maio pela Escola de
Engenharia na Universidade Presbiteriana Mackenzie, contou com empresas de
serviços e indústrias, os desafios dos alunos envolveram inovações tecnológicas
como o desenvolvimento de aplicações no metaverso para o ESG.
A integração da Inovação ao Ambiental, Social e
Governança Corporativa não se trata mais de uma opção, pois é agora uma questão
de competitividade no mercado de atuação, visto a necessidade de modernização e
atendimento aos requisitos da sustentabilidade das organizações. Quem sai
ganhando com o ESGI são as empresas, os consumidores, os investidores e toda a
sociedade, que terão menores riscos, processos e produtos mais limpos, além dos
benefícios para o planeta.
Alaércio
Nicoletti Junior -
professor da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie,
coordenador do curso de pós-graduação em Engenharia de Sustentabilidade no
Mackenzie e Gerente de Sustentabilidade do Grupo Petrópolis.
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