Sócio-fundador do Hub do Investidor explica que
todo investidor deveria passar por um passo a passo antes de iniciar os
investimentos e buscar uma maior diversificação
Quem está começando a investir no mercado
financeiro ou tem dúvidas sobre as melhores aplicações precisa ter em mente que
uma estratégia financeira é o ponto de partida para que o investidor atinja
seus objetivos. Segundo Ricardo Penha, sócio-fundador do Hub do Investidor, em
momentos como os atuais, de enorme volatilidade, é fundamental que se tenha
disciplina e uma correta alocação de recursos.
O especialista explica que a melhor opção é a diversificação. “Se feita
corretamente a diversificação dos investimentos conseguimos manter o retorno
esperado, mas com o menor risco”, diz. Mais do que isso, Penha avalia que ele
funciona como um escudo contra o próprio investidor, contra o emocional que,
segundo ele, é o maior inimigo do mercado financeiro. “A chance de você tomar
uma decisão errada aumenta à medida que o valor de uma carteira diminui.
Precisamos lembrar do lendário investidor Ray Dalio, gestor do maior hedge
fund do mundo. Conforme suas análises, diversificação é o santo graal dos
investimentos”, explica.
Perfil dos investidores mostra pouca diversificação
Penha diz que, na prática, quem chega ao Hub do Investidor, 80% das carteiras
possuem pelo menos três características que trazem a falsa sensação de
diversificação, como: a carteira de ações possui 30 ativos ou mais; tem um peso
enorme em setores específicos e com diferentes nomes, por exemplo, a pessoa
carrega Banco do Brasil, Bradesco e Itaú; e ela está 100% concentrada em ativos
no país.
Para entender a diversificação corretamente e como ela reduz risco, é preciso
entender o conceito de correlação. Tendo como exemplo o gráfico de ações do
Banco Itaú (azul) e Bradesco (laranja), é possível perceber como as ações
acabam andando praticamente juntas, quando uma sobe ou cai, a outra também e vice-versa.
Para o especialista, é possível ainda adicionar a ação do Santander que teríamos
comportamentos semelhantes, ou seja, em uma eventual crise no país ou um
aumento súbito da inadimplência, o investidor seria surpreendido com a queda
das ações do setor inteiro. “Com o advento da tecnologia e desburocratização
dos investimentos, o investidor, hoje, consegue diversificar não só as classes
de ativos, mas países e moedas”, diz. E cita como exemplo o comportamento da
Bolsa brasileira versus a americana na mesma data.
O
sócio-fundador do Hub do Investidor explica que todo investidor deveria passar
por um passo a passo. O primeiro é definir o perfil de risco. “Não negligenciem
essa etapa, ela é a mais importante e será o ponto de partida para montar uma
carteira de investimentos”, diz. A segunda atitude é a definição dos
percentuais-meta em cada classe de ativo (gaveta) e horizonte de investimento.
“Quantos % o investidor terá na renda fixa? Quantos % em ações? O perfil permite
diversificar em ativos alternativos como criptomoedas? O horizonte de tempo é
fundamental para que o investidor não tenha que vender posições em momentos
desfavoráveis por falta de liquidez”. Por fim, é preciso pensar no
balanceamento da carteira. “Como o investidor decide quando comprar ou quando
vender? Por meio do balanceamento do portfólio, exemplo, uma carteira de
R$10.000 tem 50% em renda fixa e 50% em ações, as ações subiram rapidamente
20%, o peso de ações na carteira total agora é de ~70%, o investidor deveria
vender parte das ações, para voltar ao peso meta definido, criando assim um
ciclo virtuoso de vender na alta e comprar na baixa”, completa.
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